O Progresso renova logo que reforça título e encerra o ciclo de renovação





Arquivo pessoal

Binho Antunes destaca que renovação da marca vai além do logotipo

 

O jornal O Progresso está “diferente”. A partir desta edição, a de número 5.747, ele passa a exibir novo logotipo. A identidade visual da publicação mais antiga do município está modernizada, traz “equilíbrio” e fecha um ciclo de renovações iniciado em julho do ano passado por ocasião dos 90 anos do jornal.

Criado pelo publicitário e desenhista Fábio Antunes dos Santos, o Binho Antunes, o novo logotipo inclui a inscrição “O jornal da Cidade Ternura”. Inserida a partir de estudo de renovação da marca, ela reforça um dos títulos de Tatuí, surgido em artigo de Osmar Pimentel, publicado no jornal em 14 de outubro de 1934.

O novo logotipo é o sétimo utilizado por O Progresso desde sua fundação, datada de 30 de julho de 1922. Além do veículo impresso, ele estará presente em todo o material de divulgação da empresa, figurando e unificando visualmente a capa de seus três veículos: o bissemanário, o site – que passa a ser denominado O Progresso Digital – e O Progresso em Revista.

As alterações aconteceram nos anos de 1923, 1930, 1940, 1995 e 2010 (ano em que o logotipo passou por duas modificações). Até então, elas priorizavam a suavização da fonte principal, mas mantinham a “elevação” das “caixas altas” (letras em maiúsculo). O projeto atual primou pelo “equilíbrio visual”.

Para Binho Antunes, o logo anterior trazia características que representavam a força do jornal – informações que foram mantidas pelo publicitário e desenhista. A fim de renová-lo, ele melhorou o “desenho e a legibilidade” e coloriu o logotipo. O preto dá lugar ao azul, nem tão claro e nem tão escuro.

O publicitário explicou que quando a renovação acontece, ela vai além do logotipo. “De alguma forma, quando uma marca deseja mudar o desenho do seu logotipo, vem de uma necessidade de deixar claro que existe uma mudança em todo o contexto. A mudança pode estar na filosofia, postura, renovação ou mesmo, para marcar uma época, como um centenário, por exemplo”, disse.

Binho Antunes afirmou, ainda, que é possível realizar uma renovação guardando características básicas do original. De acordo com ele, a ideia utilizada para o logotipo de O Progresso não era criar uma ruptura com o atual, mas, sim, “deixá-lo atual, mais leve e moderno”.

“Por outro lado, era importante que, ao leitor, ficasse claro que houve mudança, mas não radical”, comentou o publicitário e desenhista sobre o novo logo.

Para as demais variações, ele afirmou que “cabia uma liberdade maior”. “Até para deixar claro que era outra marca, como o da revista e do portal”, completou.

Para o trabalho de renovação, Binho Antunes usou a mesma estrutura do logotipo. Por essa razão, ele afirmou que, num primeiro momento, as pessoas poderão “até nem perceber alterações, mas sentirão que mudou algo”.

“Procuramos deixar mais suave a leitura, já que o nome é extenso e a palavra ‘Progresso’ tem, de certa forma, uma sonoridade pesada, mas sempre deixando uma lembrança visual com o logo antigo”, descreveu o publicitário.

Também visando manter uma ligação com a tradição do nome, ele não optou por “afinar” o logotipo. “Se colocássemos todas as letras com o desenho mais fino, com a ideia de arejar e modernizar o logo, perderíamos essa relação”, citou.

O novo desenho tem como característica a manutenção da relação direta com o “jornalismo sério e de respeito”, apresentando um equilíbrio. “É claro que há referências aos grandes jornais, pois buscamos resgatar essa lembrança nas pessoas. Mas o fundamental era buscar uma modernização, sem ser ‘modernoso’, e ter referências ao tradicional, sem ser ‘antiquado’”, explicou.

Profissional renomado, com folha de serviços publicitários prestados a grandes empresas, Binho Antunes tem uma relação especial com O Progresso. Ele iniciou a carreira profissional na empresa de comunicação como digitador de textos.

Aos 14 anos, publicou o primeiro desenho. “Essa lembrança eu nunca vou me esquecer”, contou. Foi no jornal que ele aprendeu as primeiras noções sobre comunicação.

“Tive, também, contato com um universo do qual não se tem muito numa cidade pequena, um universo de literatura, de jornalistas, cartunistas, caricaturistas e de formas de pensar que me influenciaram para o resto da minha vida”, disse.

Através do jornal, ele criou – juntamente com o jornalista e escritor Ivan Camargo – o “Stopim”. A publicação priorizava o humor, trazendo caricaturas e charges. “Eu aprendi a ilustrar de forma rápida, lendo os textos e ilustrando ao mesmo tempo, quando estava fechando a edição”, relembrou.