O Homem e a Liberdade!

RAUL VALLERINE

Liberdade é a capacidade de escolher dentro do possível. É a possibilidade e o direito que cada um tem para escolher uma das alternativas apresentadas em um determinado momento.

Jorge Bucay

Ninguém nasceu para estar preso ou confinado. Tanto que a falta de liberdade é uma das formas mais comuns de castigo em nossa sociedade. Ser livre parece ser um desejo de todo ser humano.

Como definir o que é liberdade? De acordo com o dicionário Houaiss, liberdade é o direito de expressar qualquer opinião, agir como quiser; independência. Ter licença ou permissão. É também a condição de não ser prisioneiro ou escravo.

A liberdade se desdobra em diversos tipos: de pensamento, de opinião, política, religiosa, etc. Todas essas variações tentam localizar nossas possíveis experiências de autonomia e de não dependência.

A liberdade é uma das grandes questões da humanidade. Seu conceito atravessa toda a história da filosofia e ganhou diversos significados ao longo da história.

Muitas são as perguntas. A liberdade seria uma experiência da condição humana? Um valor que nos define ou um valor da nossa ação? Somos livres de verdade? Temos limites e o outro tem limites? Será que temos liberdade sobre nosso próprio corpo, nossos pensamentos e nossas ações na sociedade?

Para boa parte da tradição filosófica, a liberdade denota a ausência de servidão e estaria ligada principalmente à vontade, ao livre arbítrio, ao prazer de decidir.

Ela seria vivenciada no interior do homem. Ou seja, liberdade é o nome que se dá ao fato de que temos autonomia para escolhemos nossos rumos.

Quando somos livres, somos responsáveis ​​pelas nossas decisões, pois somos nós que as tomamos e, por isso, assumimos a autonomia, com tudo de bom e ruim que isso acarreta. Para assumir as consequências do que decidimos, é necessário ter a coragem de ser livre para seguir um determinado caminho.

Um custo que tentaremos antecipar, reduzir e finalmente assumir sabendo que mais tarde teremos que pagar. Assumimos que a nossa decisão está associada a um risco que pode trazer consequências de um lado ou de outro.

Este risco existe porque na maioria das vezes não somos os únicos criadores da realidade, existem outros fatores que a influenciam. As outras pessoas, por exemplo.

Ser livre também requer uma concessão: a permissão para cometer erros. Além disso, de falhar e tentar novamente. Aqui os conceitos de responsabilidade e custo reaparecem.

Por exemplo, muitos pais não realizam muitos dos seus planos em um determinado momento, porque sabem que têm uma responsabilidade para com os seus filhos. Muitas vezes a realização desses sonhos teria um custo para a sua família.

Ser livre significa assumir riscos, e a liberdade exige que carreguemos o peso das nossas decisões.

A liberdade não está apenas em fazer o que queremos neste momento; é planejar e construir o nosso caminho decidindo como, onde e com quem o percorreremos. Ser livre é ser autônomo para decidir por nós mesmos.

Aqui está o limite mais importante da liberdade: a coexistência com outras liberdades, a moral e a ética. Eu sou livre dentro de um espaço limitado, aquele que marca os meus próprios valores, aquele que as leis me proporcionam.

Em alguns campos, essas leis serão mais restritivas que os meus valores pessoais, em outros não, e o conflito surgirá. A liberdade e a autonomia nos dão uma margem de ação menor do que a nossa imaginação nos permite.

Um dos valores compartilhados pela maioria das pessoas é não causar danos ao outro. Por isso a famosa frase: a minha liberdade começa onde a do outro termina.

Seguir esta regra é uma lição em si, já que se as leis forem violadas, acarretam uma punição para aqueles que cometem o que foi estipulado pela sociedade como um crime. Uma punição que tentará reparar o dano causado.