Da reportagem
O número de mortes por causas naturais em Tatuí apresentou recuo de 14,08% em novembro deste ano em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando a pandemia de Covid-19 ainda se encontrava com índices mais altos de contaminação. O número atual é 22,78% menor que o de novembro de 2020, antes do início da campanha de imunização, portanto.
Se comparado ao mês de outubro deste ano, quando o município registrou 79 óbitos, as mortes no 11º mês do ano também tiveram queda, de 22,78%.
Os dados são apontados por levantamento divulgado no Portal da Transparência do Registro Civil, órgão administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).
Estatísticas do portal indicam 61 óbitos em novembro deste ano, envolvendo 30 homens e 31 mulheres. No 11º mês de 2021, 71 pessoas perderam a vida por causas naturais, com 45 mortes do sexo masculino e 26 do feminino. Já em novembro de 2020, ocorreram 79 óbitos, somando 40 homens e 39 mulheres.
Desde o início da pandemia, a plataforma dos registros civis passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeitos ou confirmados) e, ao longo dos meses, novos módulos foram incorporados, abrangendo mortes por doenças respiratórias e cardíacas, com filtros por estado e município.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão os óbitos por Covid-19, SRAG (síndrome respiratória aguda grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia (choque séptico).
Sobre o impacto da Covid-19 no total de registros, os dados apontam que, entre suspeitas e confirmações, os cartórios emitiram uma certidão de óbito em novembro deste ano, de uma mulher, indicando queda de 75% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas quatro mortes pela doença, sendo três do sexo feminino e uma do masculino.
Além do óbito por suspeita ou confirmação de Covid-19, 12 faleceram por pneumonia (seis homens e seis mulheres), em aumento de 100%% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve seis declarações por esta causa (quatro homens e uma mulher). Se comparado a novembro de 2020, o aumento também é de 100%.
Mortes por septicemia apareceram em sete certidões de óbito, sendo de seis homens e uma mulher, três a menos que em 2021, quando dez casos foram registrados – em queda de 30%, considerando-se o falecimento de seis homens e três mulheres.
Já a insuficiência respiratória levou três pessoas à morte, atingindo um homem e duas mulheres – duas a menos que em novembro do ano passado, quando foram registrados cinco óbitos do sexo masculino.
No décimo primeiro mês deste ano, não houve nenhum registro de morte como “causa indeterminada” – neste caso, quando é ligada a doenças respiratórias, mas não conclusiva. A mesma situação ocorreu no período de 2020 e 2021.
Em novembro, também não houve registro de morte por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), da mesma forma que no mesmo período de 2020 e 2021.
Óbitos relacionados às causas respiratórias representam 23 registros no 11º mês deste ano, envolvendo nove homens e 14 mulheres. A queda foi de 11,53% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 26 óbitos.
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento também aponta duas mortes, do sexo masculino. Já por AVC, em novembro deste, ano foram cinco mortes, de quatro homens e uma mulher. Neste caso, em recuo de 37,5% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram oito óbitos, de cinco homens e três mulheres.
Houve diminuição de 75% nos casos de mortes por infarto, passando de oito, em 2021, para duas, em novembro deste ano, sendo um para ambos os sexos. Os óbitos por causas vasculares inespecíficas tiveram redução de 66,66%, passando de seis para duas, do sexo masculino.
Já os falecimentos relacionados a outros tipos de doenças aumentaram de 21, em novembro de 2021, para 29, com 14 homens e 15 mulheres no mesmo período desde ano, em acréscimo de 38,09%.
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país, obedecendo a prazos legais. A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem cinco dias para efetuar o registro e, depois, até oito para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.
As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos com os falecimentos) que dão origem às certidões de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.