Da reportagem
O número de mortes por causas naturais apresentou queda de 6,7% em agosto deste ano em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando a pandemia de Covid-19 ainda se encontrava com índices mais altos de contaminação. O número atual ainda é 16,16% menor que o de agosto de 2020, pouco após o surgimento da doença.
Os dados são apontados por levantamento divulgado no Portal da Transparência do Registro Civil, órgão administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).
Estatísticas do portal indicam 83 óbitos em agosto deste ano, enquanto, no oitavo mês de 2021, 89 pessoas perderam a vida por causas naturais. Já em agosto de 2020, ocorreram 99 óbitos.
Desde o início da pandemia, a plataforma dos Registros Civis passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeitos ou confirmados) e, ao longo dos meses, novos módulos foram incorporados, abrangendo mortes por doenças respiratórias e cardíacas, com filtros por estado e município.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão os óbitos por Covid-19, SRAG (síndrome respiratória aguda grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia (choque séptico).
Sobre o impacto da Covid-19 no total de registros, os dados apontam que, entre suspeitas e confirmações, os cartórios emitiram cinco certidões de óbito em agosto, queda de 73,68% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 19 mortes. Sem os falecimentos pela doença, o oitavo mês do ano teria 77 mortes.
Além dos óbitos por suspeita ou confirmação de Covid-19, 13 foram por pneumonia – em aumento de 116,66% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve seis declarações por esta causa.
Mortes por septicemia apareceram em 13 certidões de óbito, oito a mais que em 2021, quando cinco casos foram registrados – em aumento de 160%. Já a insuficiência respiratória levou uma pessoa à morte, um a menos que em agosto do ano passado, quando foram registrados dois óbitos.
No oitavo mês deste ano, não houve nenhum registro de morte como “causa indeterminada” – neste caso, quando é ligada a doenças respiratórias, mas não conclusiva. A mesma situação ocorreu no mesmo período de 2021.
Também não houve registro de morte por SRAG em agosto de 2022. Óbitos relacionados às causas respiratórias representam 32 registros no oitavo mês de 2021, o mesmo número referente ao período deste ano.
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento também apontou oito mortes por AVC em agosto deste ano, o mesmo número de 2021.
Houve redução de 50% nos casos de mortes por infarto, passando de seis para três. Os óbitos por causas vasculares inespecíficas também tiveram redução, de 40%, passando de cinco para três. Já os falecimentos relacionados a outros tipos de doenças diminuíram de 38, em agosto de 2021, para 37, no mesmo período desde ano, com decréscimo de 2,63%.
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país, obedecendo a prazos legais. A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem cinco dias para efetuar o registro e, depois, até oito para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.
As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos com os falecimentos) que dão origem às certidões de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.