Novo delegado titular do municí­pio tem como meta manter estatí­sticos

 

A Delpol (Delegacia de Polícia) do município está oficialmente sob novo comando deste o dia 3 deste mês. Na data, o delegado-geral do Estado, Youssef Abou Chahin, assinou portaria autorizando Emanuel dos Santos Françani a assumir a titularidade. O delegado já trabalhava na função desde agosto, com a saída de Francisco José Ferreira de Castilho.

A publicação do documento foi feita no “Diário Oficial” no dia seguinte. Françani atua em Tatuí há seis anos e chega à nova cadeira com a missão de manter os índices estatísticos de violência do município em “patamares aceitáveis”.

O último levantamento divulgado pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado apontava aumento no número de roubos (28%), furtos (8,13%) e furtos de veículos (5,62%) e queda nos registros de roubos de veículos (- 9,52%).

Os dados são de comparativo entre os meses de janeiro e agosto de 2015 e 2016. Eles também apontam queda nos homicídios, que passaram de sete para dois.

Em entrevista a O Progresso – a primeira desde a denominação -, Françani disse considerar a nomeação como uma responsabilidade. O delegado começou a trabalhar no município em dezembro de 2009, na função de assistente.

Na primeira quinzena deste ano, passou a responder interinamente pela titularidade. O então delegado responsável (Castilho) foi transferido para São Paulo. Françani, de 2a classe, explicou ter sido alçado a titular em razão da vacância do cargo.

Como a Delpol do município é uma unidade de 1a classe, o delegado, que atuava como assistente, precisava de autorização para assumir o novo posto. O aval veio com a portaria deste mês, designando Françani para o exercício em cargo superior.

O novo titular é natural de Itapetininga, tem 38 anos e atua como delegado há dez, tendo o mesmo tempo de atuação como investigador de polícia.

Em Tatuí, ele pretende seguir a mesma linha de trabalho dos sucessores. Françani disse que, apesar da “calmaria” indicada pelos índices da SSP, a queda da violência no município continua dependendo dos esforços das forças de segurança.

“Acredito que há uma somatória de forças, entre a PC, a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal, que vem mantendo os índices baixos, apesar dos crimes comuns que sempre ocorrem, como furto, roubo e tráfico de drogas”, apontou.

É esse trabalho em conjunto que faz, no entendimento do novo titular, o número de registros de casos graves diminuírem. “Em relação a homicídio e latrocínio (roubo seguido de morte), eu acredito que este ano de 2016 é o ano no qual tivemos o menor número desses tipos de delitos em Tatuí”, avaliou.

Outro aspecto que torna o município “mais seguro”, na ótica do delegado, é a motivação dos crimes hediondos. Conforme ele, os casos registrados em Tatuí assumiram “outra característica”. Até 2005, a maioria dos homicídios tinha relação com o tráfico de drogas, disputa por domínio de território e venda de entorpecente.

Os cometidos desde então têm motivação passional. “São ocasionais, sem premeditação, o que dificulta o trabalho das forças de segurança no sentido de prevenção, porque essa motivação não permite ação de combate”, argumentou.

De modo a garantir que haja continuidade no combate aos crimes mais violentos e na redução dos demais, Françani antecipou que dará seguimento às ações realizadas em Tatuí. Entre elas, as reuniões entre os representantes das forças de segurança do município.

Uma vez por mês, o delegado titular participa de encontros com os comandantes da GCM e da PM para discutir metas e estratégicas e trocar informações, como dados estatísticos. Tanto a PC como a PM elaboram relatórios baseados em registros de crimes ocorridos em determinados pontos da cidade.

“A PM também tem esse controle de registros e nos ajuda a repassá-lo para a GCM, de modo a tentarmos combater a criminalidade no município”, disse o delegado.

Em Tatuí, a PC também conta com apoio da Prefeitura. O Executivo cede funcionários para atuarem em funções administrativas, por meio de convênio junto à SSP.

Atualmente, seis delegados trabalham no município, sendo dois no plantão permanente. Os demais despacham no 1o e 2o DPs (distritos policiais) e na unidade da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).

Desde 2013, os titulares dos distritos e os respectivos efetivos das unidades trabalham no complexo da Polícia Civil. Em dezembro desse ano, o 1º e o 2º DPs de Tatuí foram transferidos para o prédio da antiga Cadeia Pública, desativada no ano de 2007. O imóvel teve reforma iniciada em 2012.

A mudança permitiu a otimização de recursos humanos e materiais para melhor atendimento à população, conforme afirmou Françani. “Tanto o cidadão como os agentes que apresentam ocorrências ganharam”.

Segundo o delegado, por manter os distritos e o plantão permanente em um mesmo espaço, o complexo dá mais dignidade à população. A estrutura atual evita, por exemplo, que uma pessoa que sofreu violência precise se deslocar de um distrito até o plantão quando quer registrar a ocorrência em boletim.