Tatuí seguiu fenômeno identificado em praticamente todo o país e, a despeito da ausência de uma programação oficial – com apoio e financiamento municipais -, teve um Carnaval marcado pelos blocos de rua, com destaque para a Banda do Bonde.
Tendo à frente Sérgio “Lagartixa”, Jaime Pinheiro e Pedro Oliveira, o bloco esteve presente em praticamente todos os eventos carnavalescos espalhados pela cidade, do próprio baile que leva seu nome ao Lar São Vicente de Paulo.
Apesar dos “arrastões da folia” locais terem ganhado corpo neste ano, ainda não houve incidentes, outro fato a se reconhecer. Apenas, diante da tendência crescente dos blocos de rua, é preciso planejamento antecipado para o próximo ano.
País afora, isto também foi claro neste Carnaval. Aquilo que era somente uma grande festa na vila Madalena, em São Paulo, transformou-se num imenso banheiro sem dono. E é este aspecto negativo do crescimento desenfreado que precisa ser prevenido.
Mas, que o futuro enredo dos Carnavais está definido, não há dúvida. Tanto que, já na manhã do primeiro dia da festa, sábado, 14, o diretor municipal de Cultura e Desenvolvimento Turístico, Jorge Rizek, revelou que, em 2016, a cidade terá um “novo modelo de Carnaval”.
Embora não tenha adiantado como seria a mudança, pela situação econômica, por um lado, e pelo sucesso dos blocos, por outro, pode-se concluir pelo incentivo à participação popular, com mais iniciativas particulares e a continuidade de parco investimento público – ainda que se trate de ano eleitoral.
A mudança é considerada uma “nova etapa” para o departamento e deve seguir os “mesmos modelos que estão dando resultado no Rio de Janeiro e São Paulo”. “Essa é a nova tendência. São fases da vida e da cidade”, argumentou.
O diretor disse, ainda, que o município não ficou sem Carnaval, apesar da decisão de o Executivo não investir dinheiro no evento. Também argumentou que, em anos anteriores, a Prefeitura incentivou os blocos.
Ao conceder premiação para os primeiros colocados, o diretor disse que a administração fortaleceu a expansão das atividades dos grupos locais.
Por conta de contenção de gastos, Rizek disse que a Prefeitura privilegiou, neste ano, outra vertente da festa carnavalesca: os bailes em clubes. “A programação da cidade esteve bem vasta. Os clubes se programaram para fazer Carnaval. Além deles, os bares prepararam atividades próprias”.
No entanto, ressaltou que as ações municipais da área de cultura contribuíram com as festividades. “Nós direcionamos a nossa programação cotidiana para o Carnaval”, comentou.
Nesse sentido, apontou as edições dos projetos “Seresta com Ternura”, na praça Manoel Guedes, na noite de sexta-feira, 13, e o “Música na Praça”, na Praça da Matriz, com a Banda do Bonde e o Cordão dos Bichos.
Rizek considerou que os clubes e blocos “absorveram e exploraram a oportunidade de revitalizar bailes carnavalescos de salão”, tradicionais na cidade.
“Quem sabe dessa dificuldade não surja a oportunidade de reviver bailes memoráveis que já tivemos. O mais importante é que os próprios foliões e blocos, que amam o Carnaval, entenderam a situação de momento”, encerrou.
Pode-se concluir que, neste Carnaval, a cidade dançou conforme a música, afinada pela falta de recursos. Mas, há o lado bom, marcado pela animação e boa vontade de velhos e novos foliões – estes que se configuram, realmente, em animadora perspectiva de futuro.