Após atingir 8,2 metros com as fortes chuvas da semana passada, o nível do rio Sorocaba baixou nos últimos dias e, até a quinta-feira, 21, estava com 5,4 metros acima do nível normal, segundo a coordenadoria da Defesa Civil de Tatuí. Já o rio Tatuí, que subira 6,80 metros, estava em seu nível normal e sob controle desde a tarde de quinta-feira.
Em razão das chuvas, algumas casas do bairro de Americana foram alagadas. Algumas delas, próximas do Sorocaba, ainda possuem marcas do alagamento e outras, em torno da área do antigo pantanal, continuavam tomadas por água.
Residências pertencentes ao bairro Gaiotto, situado na divisa entre Tatuí e Cerquilho, também foram atingidas e permaneciam alagadas. Segundo informação do coordenador da Defesa Civil, João Batista Alves Floriano, “estamos trabalhando no escoamento da água no local”.
De acordo com Floriano, o órgão está colaborando com os moradores que estão voltando para as casas, com doação de produtos de limpeza e supervisão constante da área.
O principal cuidado com o retorno para as casas, lembra o coordenador, deve ser a limpeza das residências, pois o contato com a água do rio pode causar doenças. “Os moradores devem fazer a limpeza do local com cloro e desinfetante, para afastar o risco de enfermidades”, explicou.
As chuvas ocorridas entre dezembro e janeiro na região da bacia hidrográfica do rio Sorocaba fizeram com que a usina hidrelétrica de Santa Adélia, situada no distrito de Americana, em Tatuí, abrisse seis comportas para dar vazão à água – para controlar o fluxo da água.
O coordenador da Defesa Civil explicou que as chuvas nos afluentes do rio Sorocaba ocasionaram a cheia deste ano. “É uma bacia muito grande. Chove em outros lugares e deságua no rio. Outro problema é que tem muita água nas várzeas. Então, o rio vai se manter cheio, pois tem muita água para descer para o Sorocaba”, explicou.
Os moradores estão sofrendo com a cheia do rio Sorocaba desde o primeiro final de semana do ano. Com a cheia repentina, proprietários de casas de veraneio retiraram os pertences do distrito, para evitar perdas.
Segundo o comerciante José Oscar Alves, que mora há 60 anos no distrito, esta é a terceira enchente que ele presencia. “Móveis perdidos, geladeira erguida e atravessar o bairro de barco. Tudo isso se torna comum pela terceira vez, por conta das cheias do rio”, comentou Alves.
A região do bairro Cachoeirinha, no município de Boituva, que fica antes da hidrelétrica, também foi afetada com a enchente, contou o morador e proprietário de um rancho da região, Darci Miranda.
“Ainda estamos com bastante água no local. Precisamos de mais alguns dias para conseguir escoar a água que permanece no bairro”, observou.
A rua que dá acesso à usina continuava com trechos tomados pela água. Alguns morados foram abordados no local limpando as casas, e Maria Aparecida, que aluga um imóvel, contou que a água havia tomado conta do salão de jogos.
“Não temos previsão de quando vamos conseguir limpar o salão de jogos, pois a água ainda domina o local. O ambiente, que possui uma mesa de concreto, bancos fixados e uma bancada para rodízio de pizza, estão totalmente cheios de água e lama”, contou Maria Aparecida, também na quinta-feira.