Além do apito do trem, Tatuí ouvia, também,
na calmaria daquele tempo, o apito solene
de sua fábrica de tecidos, os acordes da
banda de música do Praxedes subindo,
em traje de gala, a rua Prudente de Moraes,
devassando o silêncio com o dobrado que
desatava lágrimas em muitos da multidão.
Ouvia, também, seus seresteiros entoando
amorosas canções na quietude das ruas
desertas, banhadas pelo clarão da lua
vagarosa…No salão monumental do Clube Tatuiense,
ouvia-se o “Tro-lo-ló” derramando
sambas, boleros, foxes-trote e foxes-canção
para incendiar os corações apaixonados
em busca de casamento. Ouvia-se, também,
os sinos da Matriz, chamando os fiéis para a missa;
Tatuí ouvia, em silêncio,
os galos com seus clarins estridentes
anunciando um novo dia, e os tatuienses
se preparando para mais uma jornada de trabalho
na paz provinciana que embalava a querida Cidade Ternura.