Neste sábado, 28 de julho, o Núcleo Afro Feminino de Tatuí (NAF), em parceria com a Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, realizou evento em comemoração ao Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra Brasileira, celebrado na quarta-feira, 25.
Diversas atividades culturais foram realizadas, na Praça da Matriz, visando evidenciar e valorizar a luta e cultura afro-brasileira e africana. Entre elas, maculelê, artes plásticas, músicas, pinturas faciais, desfiles, capoeira e turbantes, além de maquiagens por O Boticário.
Em julho de 1992, foi instituído o Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, após mulheres negras reunirem-se contra a violência, o racismo e a discriminação que sofriam.
A ONU (Organização das Nações Unidas) apoiou a causa e incluiu-a no calendário feminista no 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, que aconteceu em 1992, na República Dominicana.
No Brasil, apenas em abril de 2014 a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 12.987/2014, instituindo o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra Brasileira.
Tereza é considerada uma grande guerreira mato-grossense e símbolo da resistência negra no Brasil colonial. Uma liderança quilombola que viveu no século 18, companheira de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso.
Quando Piolho morreu, Tereza assumiu o comando daquela comunidade quilombola e liderou levantes de negros e índios em busca da liberdade, revelando-se uma grande líder.
Apesar da pouca representatividade na história oficial do país, Tereza, a “Rainha do Pantanal” do período colonial, é comparada ao líder negro Zumbi dos Palmares. Ela sobreviveu até 1770.
O NAF Tatuí é composto por nove mulheres negras que se uniram para se fortalecer na mesma militância. O grupo conta com colaboradores que o auxilia durante os eventos realizados.
De acordo com a organização do evento no sábado, o objetivo era atrair tanto a comunidade negra quanto a branca. “É o Dia da Mulher Negra, mas, antes da cor da pele, são todas mulheres”, argumentaram as ativistas.
Solange Pantaleão, integrante do NAF, argumentou que, com esse evento, o núcleo busca a aproximação de mulheres negras e de qualquer pessoa que se identifique e respeite a causa.
“É um processo colaborativo para disseminação do empoderamento e para a mitigação de qualquer preconceito de raça e gênero”, afirmou.