Você é Feliz?

Raul Vallerine

Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
(Mario Quintana)

Você é Feliz?

Nas livrarias, centenas de livros de autoajuda ensinam receitas infalíveis para obter a felicidade.

Nas revistas ou na internet, há questionários para descobrirmos se somos felizes no amor, no sexo, no trabalho, na vida social, familiar, com a aparência, saúde, condição financeira, etc.

Vivemos a era do “eu mereço ser feliz”, ditado pela mídia e redes sociais e baseada no prazer e consumo.

Nesse contexto, a felicidade é quase uma mercadoria que o ser humano julga ter direito 365 dias ao ano.

Para muitos, ela está ligada ao dinheiro. Para outros, o amor é quem define. Há também quem relacione à saúde.

É difícil achar uma definição absoluta para felicidade e é impossível encontrar quem jamais tenha pensado nela. A felicidade é bem mais do que uma condição emocional.

Ela é um estado de disposição, que nos leva a manter relações positivas com as pessoas e as situações ao nosso redor.

Mas é preciso entender que nunca teremos tudo. A felicidade inclui as experiências negativas e depende de você o impacto que elas terão em sua vida.

A gente confunde felicidade com dinheiro, com carro do ano, com apartamento num bairro nobre.

A gente acha que vai ser mais feliz com mais seguidores nas redes sociais, com mais gente elogiando a nossa foto nova, com um emprego que fascine as pessoas. A gente se sente superior, e acha que isso é ser feliz.

Eu vejo toda hora gente falando de como a felicidade é sobre ser e não sobre ter, mas vejo pouquíssimas pessoas realmente vivendo isso.

Muitos querem se sentir importantes, poucos querem realmente fazer algo importante. Muitos querem ser respeitados, poucos querem dar respeito.

Muitos querem ser olhados, pouquíssimos olham pra si mesmos. Muitos querem criticar, poucos fazem questão de elogiar. Muitos querem ser ajudados, poucos querem ajudar. É isso, está aí algo que ninguém quer: ajudar.

Dalai Lama falou certa vez que “Procurar a felicidade e ficar indiferente ao sofrimento dos outros é um erro trágico”, e eu não poderia concordar mais.

Quando você ajuda alguém, você não se sente bem? Ajudar as pessoas faz bem não só pra quem está sendo ajudado, como para quem está ajudando.

Mas, mesmo sabendo disso, quantas pessoas você conhece que realmente fazem questão de ajudar?

Quantas pessoas você conhece que fazem trabalho voluntário? Que doam seus pertences? Que levantam do sofá pra fazer algo por alguém?

Acho que já está na hora de entendermos que a felicidade não depende de condições externas, e sim de condições internas; e que não adianta de nada saber disso, mas não colocar em prática.

Se você é uma pessoa feliz quando está viajando e se divertindo com os amigos, mas se sente depressivo quando está trabalhando, tenho uma coisa pra te dizer: você não é genuinamente feliz.

A gente vive numa sociedade que não dá a devida importância à saúde mental quanto ela dá ao sucesso financeiro, ou ao status.

Ser feliz é tão simples, nós dificultamos quando acreditamos que para sermos felizes precisamos de muito, quando marcamos uma data para sermos felizes, impomos condições para que esse momento aconteça.

Apesar da dificuldade em defini-la, a felicidade é um estado de contentamento e de paz interior, que não temos vontade de mudar, mas que por não ser perene e nem um direito adquirido, exige um esforço contínuo para conservá-la.

Mas ser feliz é muito mais fácil, está em curtir as coisas simples da vida! Você é feliz?