“Espero que os três grandes projetos que o Manu (José Manoel Correa Coelho) deixou, o governo que está entrando dê continuidade”. A afirmação do vice-prefeito Vicente Aparecido Menezes, Vicentão, diz respeito à formação do novo distrito industrial, a um shopping e à contratualização para a conclusão de mais mil casas populares.
As ações foram citadas pelo vice-prefeito em entrevista, por ocasião de reunião de transição de governo. O encontro programado para a quinta-feira da semana passada, 27 de outubro, não aconteceu.
Em razão disso, O Progresso procurou o vice-prefeito, indicado como responsável pelo processo de transição, por parte do Executivo. Na ocasião, Vicentão apresentou uma série de razões para não comparecer ao evento.
Junto com os argumentos, mencionou o anseio de que a prefeita eleita Maria José Vieira de Camargo conclua os projetos. Segundo ele, o novo distrito industrial vai atender à Noma – que está em fase de construção – e a futura planta da Zoomlion. A obra tem investimento de R$ 15 milhões.
O recurso anunciado pelo governo do Estado na metade deste ano prevê implantação de marginais paralelas para acesso ao distrito, instalação de passarela para atender a pedestres que precisam se deslocar de um lado a outro da rodovia Antonio Romano Schincariol (SP-127) e calçamento nos dois lados.
Uma segunda etapa, a ser definida com o governo do Estado, prevê a construção de um viaduto. O dispositivo permitiria maior fluidez ao tráfego, que deve se intensificar com a inauguração da Noma (produtora de carretas).
Conforme Vicentão, a obra também corrigiria um “absurdo”. O vice-prefeito se refere ao fechamento de acessos ao longo da SP-127 por ocasião da concessão do trecho.
Na época, ele chegou a realizar reuniões com moradores do bairro Jurumirim para cobrar do governo do Estado o cumprimento do contrato. O documento inicial previa a construção de sete trevos, no trecho sob concessão. “Lamentavelmente, dos sete, só concluiu um, que foi o que está implantado na altura da Tavex. Ainda assim, demorou um tempão”, comentou.
O viaduto que integra a segunda fase da implantação do distrito industrial deverá ligar a alça de acesso ao novo fórum da comarca às marginais paralelas. Com isso, Vicentão disse que será possível desafogar o tráfego na avenida Vice-prefeito Pompeo Reali, na vila São Cristóvão, acesso a duas rodovias.
A atual administração desenvolveu projeto para criação de um “cebolão”. O dispositivo daria acesso à entrada do anunciado shopping center, perto da Guardian do Brasil e do viaduto que interliga a SP-127 à Gladys Bernardes Minhoto (SP-129). O cebolão também seria conectado à primeira etapa do anel viário.
Mesmo sendo investimento particular, Vicentão disse que o centro comercial deve receber atenção especial da nova administração. O vice-prefeito declarou que espera “empenho da equipe da prefeita eleita para que ele possa vingar”.
Anunciado oficialmente no final do ano passado, o empreendimento deve ser construído pela JDGS Empreendimentos Imobiliários. Em dezembro do ano passado, o diretor da empresa, Nilton Azevedo, divulgou detalhes da obra.
Conforme ele, o centro comercial teria 120 mil metros quadrados, sendo 19 mil metros quadrados destinados à edificação. A previsão é de que ele comportaria 170 lojas, sendo três “lojas âncoras”, tenha mil vagas de estacionamento, cinemas, academia e praças de alimentação interna e externa.
Também considerada “de vulto”, a continuidade do Vida Nova Tatuí seria o terceiro grande projeto deixado pela atual administração. O residencial feito pelo Grupo Pacaembu, em parceria com a Prefeitura, deverá ter a primeira etapa entregue até o final deste ano, conforme previsto por Vicentão.
A segunda fase do empreendimento, porém, deverá ser iniciada no ano que vem. Segundo o vice-prefeito, mais 1.050 unidades habitacionais estão previstas. As moradias são comercializadas pela Caixa Econômica Federal, com subsídios do governo federal, por meio do programa Minha Casa Minha Vida.
Oposição é salutar
Mesmo não tendo informado se vai para a oposição após deixar o cargo, o vice-prefeito disse que “as diferenças políticas são saudáveis e boas para o município, principalmente, se elas forem propositivas e colocarem Tatuí em primeiro lugar”.
Apesar disso, Vicentão voltou a desejar boa sorte à prefeita eleita. Segundo ele, Maria José precisará de “um tempo para assumir o Executivo” para, só então, conseguir imprimir a marca à frente da administração.
“Espero que ela não sofra interferências danosas do próprio grupo porque isso, às vezes, pode acontecer. Que ela se cerque de pessoas honestas, que tenham a ficha limpa e queiram contribuir para uma Tatuí cada vez melhor”, disse.
Na opinião do vice-prefeito, Maria José terá a vantagem de governar com apoio de Luiz Paulo Ribeiro da Silva (que já tem experiência administrativa) e da maioria dos vereadores eleitos para a próxima legislatura.
Vicentão afirmou que o panorama é “diferente do vivenciado pelo prefeito”. O vice-prefeito disse que a atual administração governou com a minoria na Câmara, tendo iniciado com menos apoio, obtido mais e perdido alguns nos dois primeiros anos de gestão. “Isso nos prejudicou, mas foi pior para a cidade”, alegou.
