Vendaval atinge Tatuí­ e provoca a queda de árvores; cidade tem apagão





Cristiano Mota

Moradores do Jardim Tóquio retiraram galho de árvore que obstruira passagem de rua na quarta

 

Vendaval que atingiu Tatuí na madrugada de quarta-feira, 21, provocou a queda de árvores e “apagão”. Os tombamentos resultaram em interdições – parciais ou totais – de ruas em pelo menos quatro regiões da cidade. Também por conta do vento que antecedeu a chuva, houve interrupção dos serviços de telefonia e do fornecimento de energia elétrica no município e nas cidades da região.

Os dados são do Corpo de Bombeiros que totalizou, no final da manhã de quarta-feira, chamados somente por queda de árvores. A corporação não registrou casos de destelhamentos ou ligações para resgate por conta da ventania.

Ao todo, os bombeiros contabilizaram a queda de dez árvores, com base em chamados feitos pela população entre a madrugada e a manhã do dia 21. Segundo informou o tenente Vinicius dos Reis, houve tombamento próximo a casas na vila Angélica, Jardim Wanderley, vila Dr. Laurindo e no centro.

Nesses casos, os bombeiros seguem procedimento padrão. O trabalho pode ou não envolver outros órgãos. “Nós vamos até os locais e fazemos uma vistoria. Daí, verificamos qual vai ser a ação necessária”, descreveu o tenente.

Para a análise, os bombeiros levam em conta se galhos ou partes das árvores caídas, por exemplo, podem ocasionar em mais danos. Também verificam se houve comprometimento da rede elétrica ou de telefonia e outros riscos. Entre eles, o de comprometimento de estruturas – no caso de queda de troncos em telhados ou de raízes expostas por ocasião de deslocamentos.

Nos casos em que se contatou apenas queda, os bombeiros acionam a Prefeitura para que proceda a limpeza pública. Quando há comprometimento, é necessário que o setor competente da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Meio Ambiente e Agricultura proceda com a poda.

Pela manhã, os bombeiros haviam identificado que duas das dez árvores caídas precisariam ser podadas. Outras duas precisarão ser cortadas para desobstrução das vias públicas; e, em mais duas, não houve necessidade de intervenção.

As quatro últimas passaram por avaliação no período da tarde. Conforme o tenente, o CB não pôde averiguar as condições das árvores caídas em função da interrupção dos sistemas de telefonia e de fornecimento de energia elétrica.

A chuva e o vento que atingiram o município prejudicaram o atendimento dos bombeiros. O telefone 193 perdeu o sinal durante a madrugada e só voltou a funcionar na manhã de quarta-feira. Com o retorno, os bombeiros receberam mais ligações. As queixas eram de obstrução das ruas pela queda das árvores.

“Os chamados começaram durante a madrugada, mas ao amanhecer, recebemos outras ligações”, disse o tenente. De acordo com ele, o apagão atingiu não somente Tatuí, mas a região. “Pelo que nós soubemos, a cidade e o entorno tiveram problemas de energia e de comunicação (internet e telefonia)”, relatou.

A Defesa Civil não registrou chamados em função da chuva e do vento. “Por incrível que pareça, toda a questão ficou concentrada com os bombeiros”, declarou o coordenador adjunto do órgão local, João Batista Alves Floriano.

Conforme ele, a DC não havia recebido nenhum comunicado relacionado ao vendaval que atingiu o município. Dados da Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar, da cidade, apontam que o vento teve maior rajada à 1h, quando atingiu 7,4 metros por segundo, o equivalente a 26,64 quilômetros por hora.

Uma hora depois, a velocidade do vento diminuiu praticamente pela metade, para 3,5 metros por segundo, ou 12,6 quilômetros por hora. Conforme a Escala de Beaufort, que classifica a intensidade dos ventos, o vendaval que atingiu o município é classificado como grau 4 (“brisa moderada”).

A ventania só é registrada a partir dos 50 quilômetros por hora. Entretanto, os dados da estação da cidade computam velocidade registrada na região do Valinho. O equipamento ligado ao sistema de monitoramento da qualidade do ar da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento do Estado de São Paulo) está em operação na Femague (Fundação Educacional “Manoel Guedes”).

Desta forma, não possui dados para mensurar a velocidade do vento nas demais regiões da cidade, caso do Jardim Tóquio e da vila Dr. Laurindo. No primeiro bairro, moradores da rua Dona Gladys Bernardes Minhoto arrastaram um galho que estava impedindo a passagem de veículos e de pedestres.

Com ajuda de uma caminhonete, os moradores amarraram um cabo no pedaço da árvore que estava no chão e o arrastaram até um dos lados da calçada. O grupo disse à reportagem que decidiu mover o entulho porque ele estava causando transtornos para moradores e para veículos que passavam por lá.

Já na vila Dr. Laurindo, houve ruptura de linha telefônica em trecho da rua Prefeito Alberto dos Santos por conta da queda de um galho. A via ficou parcialmente interditada até que a Prefeitura procedesse com a retirada do material.

Apesar dos danos, tanto a Defesa Civil como o Corpo de Bombeiros não registraram vítimas. O primeiro órgão acrescentou, ainda, que acompanha dados meteorológicos por meio da Casa Militar. De acordo com Floriano, o órgão emite boletins a respeito do clima por meio de SMS (mensagem de texto por celular) a membros de órgãos correlacionados em todo o Estado de São Paulo.

Neste mês, a Casa Militar emitiu alertas de chuvas fortes em Boituva, Iperó e Angatuba. Em Tatuí, ainda não há previsão de precipitações ou sobre intensidade.