Vazamento de amônia na planta local da BRF (criada a partir da associação entre Perdigão e Sadia) causa a hospitalização de 22 pessoas na manhã de segunda-feira, 3.
O acidente mobilizou Corpo de Bombeiros, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), equipe da própria empresa e da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Os bombeiros tiveram acionamento por volta das 10h. De acordo com a corporação, funcionários da unidade local verificaram que havia um vazamento e solicitaram atendimento.
O CB transportou cinco pessoas ao Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”. Outras duas foram transferidas pelo Samu e as demais, por veículos particulares acionados pela empresa.
De acordo com a corporação, todas as pessoas atendidas apresentavam “intoxicação leve”. A enfermeira responsável pelo pronto-socorro, Roberta Molonha Machado, explicou que os funcionários receberam atendimentos de acordo com orientação repassada pelo Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica).
O centro é órgão do governo do Estado de São Paulo, criado em 1991, que presta orientações a respeito de atendimentos relacionados a intoxicações.
“As pessoas nos relataram os sintomas, nós repassamos os dados ao Ceatox, que nos deu orientações de procedimentos”, explicou a enfermeira.
De acordo com Roberta, esse é o procedimento padrão para casos de intoxicação. “Como não tivemos vítimas em massa e nenhuma em estado grave, com dificuldade respiratória, o atendimento foi eficiente”, destacou.
A enfermeira informou que a maioria dos funcionários não apresentou sintomas de intoxicação. “Grande parte estava mais nervosa do que intoxicada”, comentou. Segundo ela, apenas um grupo permaneceu em observação.
Os funcionários receberam alta no mesmo dia, depois de verificada a ausência de efeitos. A amônia é agente irritante e tem, como efeito principal e mais imediato, queimaduras na pele, nos olhos e no “trato respiratório”.
Conforme dados da Cetesb, o gás da amônia é incolor, alcalino e “irritante em condições normais de temperatura e pressão”. A amônia é “bastante solúvel em água e tem um odor detectável em concentrações acima de 30 miligramas por litro”. Ela provoca irritação ocular e nasal e “disfunção pulmonar”, oferecendo risco de morte em exposição a concentrações acima de 1.500 miligramas.
Acionada pelos órgãos locais, a companhia procedeu vistoria na empresa que, em nota, informou que o problema havia sido “controlado rapidamente”.
A BRF divulgou que a “pronta ação da equipe interna de emergência, com apoio do Corpo de Bombeiros, permitiu imediata evacuação do interior da planta”.
Conforme a assessoria, 350 pessoas, entre funcionários de setores operacionais e administrativos, precisaram deixar a planta da unidade por causa do vazamento.
De acordo com a empresa, o incidente ocorreu na sala de máquinas, por volta das 9h30. A BRF informou, também, que as causas estão sendo apuradas.
Também citou que “alguns funcionários encaminhados ao pronto atendimento por apresentarem desconforto haviam sido liberados” e que as operações na unidade foram retomadas no primeiro turno de ontem, terça-feira, 4.
A unidade de Tatuí opera em três turnos e emprega cerca de 820 funcionários. A planta produz sanduiches, pão de queijo, pizzas e pratos prontos.
