‘Turismo e comércio se auxiliam’, afirma a presidente da ACE





“O turismo ajuda o comércio e o comércio ajuda o turismo de todas as maneiras”. A declaração da presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial), Lucia Bonini Favorito, responde a um questionamento que muitos tatuianos podem fazer quando pensam a respeito de turismo e economia.

De acordo com Lucia, o turismo está evoluindo e sendo cada vez mais explorado. Em Tatuí, espaços como o Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, o MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”), a Paróquia-Santuário Nossa Senhora da Imaculada Conceição e, até, a Praça da Matriz atraem turistas. Este último local abriga os principais eventos do município.

O mais recente deles, a Festa do Doce, gerou renda aos produtores de doce e ao comércio. Entretanto, exigiu esforço das autoridades e uma dose de compreensão por parte dos lojistas, principalmente do entorno da praça.

Para montar a estrutura dos 54 estantes e preparar o palco para apresentações musicais, o Executivo precisou bloquear algumas vias na região. Por isso, Lucia afirma que todas as ações – ainda que resultem em benefícios aos envolvidos, direta e indiretamente – necessitam de cuidados.

“É preciso observar todos os pontos. Não se pode, simplesmente, realizar alguma ação turística. Tem que verificar como funciona o comércio, as fábricas, e começar a fazer ações de mudança nos pontos que estão falhando”.

Na opinião da presidente da ACE, a atenção teria de ser dada, principalmente, com relação às datas de realizações de ações e eventos de cunho turístico. Uma recomendação é evitar atividades na semana do quinto dia útil.

Em geral, os eventos oferecem possibilidade de alimentação, resultam em gastos de deslocamento para quem vai aos locais ou de estacionamento. Quando realizados na semana do quinto dia útil, em que a maioria dos trabalhadores recebe os vencimentos, os eventos podem impactar no comércio.

“Se uma ação acontecer na semana seguinte, ela já ajuda a fomentar. Tudo isso é importante, mas, em Tatuí, um vai conversando com o outro”, descreveu.

A ACE, por exemplo, junta-se ao Comtur (Conselho Municipal de Turismo), ao diretor do Departamento Municipal de Cultura e Desenvolvimento Turístico, o turismólogo Jorge Rizek (também colunista de O Progresso há 30 anos), e aos demais envolvidos para buscar entendimentos.

O compromisso mais recente da entidade foi com o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu. Na ocasião, a presidente da ACE encaminhou recomendações para que fossem analisadas.

“A observação vai ser deles (da Prefeitura), nós não podemos influenciar nisso, mas alguns pareceres que eles nos pediram, nós os entregamos para afinarmos os trabalhos”, contou Lucia.

A atenção para com as datas ainda tem outro aspecto na avaliação da presidente. Lucia afirmou que a associação não cuida somente dos lojistas. Tem, também, preocupação para com os consumidores.

“Nós temos de zelar por eles, porque, na semana do quinto dia útil, em geral, eles têm obrigações”, disse, referindo-se aos pagamentos de contas, como água, luz e prestações.

A empolgação pode resultar em complicações para os consumidores e, nesse caso, influir diretamente no comércio, seja por meio da queda de vendas ou pela inadimplência. “Daí, o turismo pode gerar um problema e entra em outro aspecto, quando a pessoa gasta numa coisa e deixa outras”, argumentou.

Lucia defende que, quando marcados com antecedência, os eventos podem contribuir – em muito – para “todos”.

“É preciso respeitar alguns pontos. Existem outras três semanas do mês que se pode fazer qualquer coisa. É necessário pensar na montagem dos eventos. Uma cidade turística, como Tatuí, tem que estar preparada e responder a todas essas questões”, complementou.

Nesse aspecto, Lucia também considera como fundamental as ações voltadas à logística. Conforme ela, as grandes cidades estão acostumadas a realizar os preparativos. Da mesma forma, procedem com a retirada das estruturas dos eventos.

“Nós temos trânsito, porque os carros aumentaram muito e, para isso, é necessário pensar em soluções, porque um tem que dar as mãos para o outro. Não só o turismo para nós, mas, nós, também, temos que ter claro que é preciso ter paciência”, acrescentou.

Para a presidente da ACE, Tatuí é uma cidade privilegiada em termos de pontos para incentivo do turismo. O principal deles, o CDMCC, contribui não só para os lojistas, mas para toda uma rede de serviços, como a hoteleira.

De modo a explorar ainda mais esse potencial, ela sugere ações que expandam a aproximação do Conservatório com a população. “Seria lindo ter um professor de música, no meio da semana, comandando performances de estudantes no meio de praças”, sugeriu.

Lucia aposta na implantação de atividades diferenciadas para uma melhor exploração dos títulos do município (Capital da Música, Capital dos Doces Caseiros e Cidade Ternura). Da mesma forma, acredita que o turismo, como atividade econômica, também pode crescer por ações inovadoras pelo comércio.

A título de exemplo, o comércio tatuiano teve aumento no faturamento de julho por conta de um evento turístico. Nos três dias da Festa do Doce, os comerciantes registraram alta de 30% nas vendas. “O resultado foi ótimo”, concluiu.