Trânsito e Mercadão





O terminal de ônibus urbano que funciona na Rodoviária Municipal “Pedro de Campos Camargo” pode mudar de endereço. A possibilidade vem sendo estudada pelo Executivo, conforme declarou o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu.

De acordo com ele, representantes do Executivo realizaram diversas reuniões para discutir uma solução para a mobilidade urbana. Além das mudanças de sentido de mão de direção e de estacionamentos, a cargo do Departamento Municipal de Trânsito e Transportes, a Prefeitura prevê um novo terminal urbano de ônibus, no Mercado Municipal “Nilzo Vanni”.

Por conta do projeto, o Executivo alocou R$ 400 mil no Orçamento deste ano para a implantação de um novo ponto de embarque e desembarque de passageiros. O prefeito também adiantou que o estudo engloba a implantação do “bilhete único”, tema de promessa eleitoral.

A empresa que realiza o transporte público em Tatuí oferece, atualmente, a “integração temporal”, pela qual o usuário pode usar uma unidade de passagem (de um cartão recarregável) para pegar mais de uma condução no período de uma hora.

Segundo o prefeito, a reforma do Mercadão está envolvida no estudo que pode alterar a rota de ônibus urbanos.

Manu argumentou que a Plataforma 15 (empresa que administra a rodoviária) e o Senai são fundamentais para o projeto ser realizado, caso a transferência do terminal urbano se confirme como opção.

A primeira porque administra, também, a “minirrodoviária” do Mercadão; e a segunda, porque possibilitará a restauração do “Nilzo Vanni”.

O Senai realizará, em parceria com a Prefeitura, um curso de formação de restauradores, efetivado com aulas práticas dentro do mercado, para a recuperação do prédio.

Manu informou, no entanto, que a reforma depende da obtenção de recursos pleiteados em Brasília. Também antecipou que o Executivo tem ideia de “uma nova concepção de layout” para o espaço.

A proposta da Prefeitura é “atrair turistas” para o Mercadão e não apenas promover uma reforma “simples”. De acordo com o prefeito, as adequações dependerão de colaboração do “público interno”, os comerciantes que mantêm bancas no local.

“Eles vão ter que se adequar a algumas mudanças, porque, se não mudarem do jeito que a gente imagina, vai atrapalhar a logística”, declarou.

O novo terminal urbano deverá ocupar o “entorno do Mercado Municipal”. A ideia da Prefeitura é instalar novos pontos de ônibus em praticamente todos os cantos do prédio, de modo a permitir que o passageiro vindo de um bairro atravesse o edifício e possa embarcar em outro coletivo no lado oposto.

“Estamos pensando em fazer uma baia só para os ônibus entrarem”, descreveu Manu. Desta forma, afirmou que não haverá “fila dupla” de coletivos, o que poderá desafogar o trânsito de veículos na rua 7 de Abril.

“Vai trazer um benefício muito grande para a população da nossa cidade e atrair turistas”, afirmou.

Também pensando na mobilidade, a Prefeitura busca recursos junto à Agência de Desenvolvimento Paulista – Desenvolve São Paulo para pavimentar pelo menos três ruas do centro: 11 de Agosto, 15 de Novembro e Prudente de Moraes. Além do asfalto, o projeto prevê a delimitação de áreas para passeio ciclístico e de pedestres.

Sobre a mobilidade urbana, que tem representado um dos maiores desafios enfrentados pela cidade nos últimos anos, a verdade é que tanto medidas concretas e urgentes precisam ser tomadas, quanto, a despeito destas, o problema não terá solução definitiva.

Tatuí, como Itu, Itapetininga e os centros de Sorocaba e São Paulo – apenas para citar poucos exemplos – não previu o quanto cresceria e, agora, tem suas vias estranguladas pelo tráfego.

Ruas estreitas e que concentram a imensa maioria do comércio, simplesmente não suportam o volume de veículos que por elas precisam passar. Neste sentido, tudo que for feito – e precisa ser feito – servirá apenas para remediar um corpo enfermo e já sem esperança.

Com o tempo, as alternativas serão justamente as “saídas”. Não o abandono da cidade, mas a ocupação de seus bairros periféricos pelos novos empreendimentos e a transferência dos mais antigos – como tem acontecido nesses outros municípios. Naturalmente, para tanto, é preciso incentivo nesse sentido.

Quanto à reforma do Mercadão, a notícia é excelente. Esse edifício é um belíssimo patrimônio local, e – ainda levando em conta exemplos de outras cidades – é fato que os mercados municipais têm se tornado pontos turísticos país afora.

Óbvio, isto tem acontecido em seguida a reestruturações que primam pela higiene, conforto – a comerciantes e público – e a própria restauração dos edifícios – mantendo-se a arquitetura “original”, o que é “absolutamente fundamental”, e daí a necessidade de extrema cautela quanto à proposta de “novo layout”.

Os edifícios históricos que restaram, diferentemente do trânsito no centro, têm muito mais perspectiva de recuperação e potencial de gerar benefícios ao município. Sendo bem aproveitados, será ótimo. Que assim aconteça.