Terceiro suspeito de ter participado de assalto a loja é detido por tráfico





Polícia Civil

Tiago C. Vaz acusado de tentiva de latrocinio e corrupção de menores

 

Guardas civis municipais prenderam na quinta-feira, 29 de agosto, o terceiro suspeito de ter participado de assalto a uma loja de calçados no centro. Tiago Chagas Vaz, 27, recebeu voz de prisão por tráfico de drogas, tendo sido reconhecido por testemunha na manhã de sexta-feira, 30, como um dos bandidos que levaram perto de R$ 500 do estabelecimento.

Conhecido como “Pelezinho”, o suspeito estava com um par de tênis que havia sido levado da loja. Durante o roubo, um dos suspeitos – um menor de 16 anos que está custodiado – atirou contra a funcionária que trabalhava no caixa.

A mulher passou por cirurgia, permanecendo internada na UTI (unidade de terapia intensiva) da Santa Casa. Ela apresenta quadro de saúde estável e chegou a dar informações às polícias Civil e Militar, que ajudaram na identificação dos suspeitos.

O terceiro é outro menor, de 17 anos, apreendido no dia 26 de agosto, cinco dias após funcionários terem sido rendidos.

Também na manhã de sexta-feira, uma testemunha formalizou o reconhecimento de Vaz. O suspeito teria entrado no estabelecimento na companhia de um dos menores. Conforme o inquérito, os dois teriam conversado com funcionários e sentado num dos bancos da loja para experimentar tênis.

A Polícia Civil informou que eles se passaram por clientes para distrair os vendedores e dar tempo de um terceiro suspeito agir – o menor de 16 anos, que teria atirado na caixa. O adolescente estava na porta do estabelecimento, fumando.

Vaz acabou sendo reconhecido pelas características físicas (estatura e, principalmente, pela fisionomia do rosto). Ele usava um boné e um par de óculos escuros, para dificultar a identificação.

Testemunhas que presenciaram o assalto contaram, em depoimento, que ele teria evitado falar com os funcionários.

O suspeito não teria confessado o crime, mas deve ter a prisão preventiva solicitada pelo delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci.

Conforme o responsável pelo caso, Vaz responderá por tráfico de entorpecentes, tentativa de latrocínio e corrupção de menores.

As investigações para o esclarecimento do crime tiveram início no dia 21 e envolveram equipes da PC, GCM e Polícia Militar. A PM destacou efetivo da Força Tática e da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio à Moto).

No dia 22 de agosto, operação conjunta da GCM e da PC resultou na apreensão do primeiro suspeito, o menor de 16 anos. O adolescente prestou depoimento na presença de membros do Conselho Tutelar e, conforme Andreucci, teria confessado o crime e a autoria do tiro contra a funcionária.

Ele também teria dito que o disparo havia sido acidental. Na oitiva, teria afirmado que havia vendido a arma do crime e dividido o dinheiro retirado do caixa.

Câmeras de vigilância do lado externo de estabelecimentos vizinhos, no entanto, mostram que o menor aparece sorrindo quando deixa a loja.

O crime ocorreu perto das 17h20, mobilizou efetivos da Polícia Militar e Guarda Civil Municipal e provocou pânico entre os comerciantes. Alguns chegaram a ligar para outros, orientando que fechassem as portas.

De acordo com o comandante da 2a Cia. da PM, capitão Kleber Vieira Pinto, a vítima estava ao lado do caixa quando recebeu o tiro. O projétil encontrado no local do crime seguiu para perícia técnica de Itapetininga, para definição do calibre da arma.

Funcionários da loja acionaram a equipe da Rocam depois que os criminosos deixaram o estabelecimento. De acordo com o comandante, os bandidos fugiram a pé, pela rua 7 de Abril, no sentido à vila Esperança.

Além dos militares que atuam em moto, a PM destacou outras viaturas, que estenderam o policiamento até a meia-noite do dia 21.

Durante o período de busca aos suspeitos, a corporação chegou a abordar algumas pessoas, levadas ao plantão policial. Entretanto, nenhuma delas foi reconhecida por testemunhas.

Durante os trabalhos, equipes da PM levantaram filmagens do circuito interno da loja. Os militares também tiveram acesso a imagens de estabelecimentos ao redor e as encaminharam para investigadores.

As informações preliminares davam conta de que os assaltantes haviam saído da loja, que fica na rua Prudente de Moraes, e corrido em direção à rua 11 de Agosto. De lá, haviam sido vistos fugindo para a vila Esperança.

O terceiro deles usava uma camiseta do Santos Futebol Clube (o que explicaria o apelido de Pelezinho pelo qual ele era conhecido entre os comparsas).

Vaz já tem passagens pela polícia por furto. Conforme a PC, teria pegado parte do dinheiro retirado do caixa da loja de calçados pelo menor de idade, de 17 anos, que havia sido apreendido quatro dias antes.

A PC refez o percurso dos suspeitos e, com base em depoimentos de testemunhas, conseguiu chegar até o paradeiro deles.

Conforme Andreucci, parte da rota de fuga dos acusados teria sido filmada. As imagens são de câmeras de vigilância do circuito externo de estabelecimentos situados nas ruas pelas quais eles passaram.

As filmagens foram também vistas pelas vítimas e pela mãe do segundo menor apreendido. A mulher contou que teria visto as imagens do assalto – e reconhecido o filho – no dia seguinte ao crime, quando assistia a um telejornal regional.

De acordo com o titular, a mulher disse que reconheceu o menor pela fisionomia e pelas roupas que ele usava. A dona de casa tem outros dois filhos.

“Ela falou, também, que teria aguardado ele voltar para casa, à noite, para perguntar a ele se tinha participado do crime”, relatou o delegado. Conforme ele, a mãe afirmou que o filho disse ter aparecido nas imagens porque estava “correndo atrás dos ladrões”. “Ele mentiu para a mãe”, citou Andreucci.

A mulher alegou que o filho tinha confirmado que estava na loja. Segundo ela, o menor afirmou que estava experimentando um tênis no momento do assalto. “Ele falou que correu atrás do balcão para se esconder”, relatou o titular.

Na sexta, a GCM localizou o menor, que “já estava de malas prontas para fugir”. O adolescente disse que sabia que seria apreendido e que tinha conhecimento de que o colega – o menor de 16 – havia sido identificado pela polícia.

Em depoimento, acompanhado da mãe, teria confessado espontaneamente a participação no roubo. Andreucci disse que os investigadores chegaram a mostrar as imagens para o menor, que teria se reconhecido no vídeo e mostrado em quais momentos ele aparecia durante o assalto.

Com a prisão do terceiro suspeito, o delegado dá o caso por encerrado e afirmou que o adolescente e o outro menor estão internados na Fundação Casa e responderão sindicância. Vaz será encaminhado a uma cadeia pública da região.