Tenente-coronel defende convênios a custo zero e para dobrar o efetivo





O tenente-coronel Marcelo Amaral de Oliveira voltou a defender, em Tatuí, a celebração de convênios entre a corporação e a Prefeitura. O oficial esteve no município, a convite de vereadores, para falar sobre três propostas – uma a mais que as apresentadas no mês de maio.

Conforme ele, elas podem “aumentar a sensação de segurança” no município. Oliveira é comandante do 22º Batalhão da PM do Interior, com sede em Itapetininga.

Ele tem visitado a cidade, especificamente, para tentar convencer autoridades locais a aderirem aos novos modelos de cooperação com o Estado.

“Ocupo essa tribuna pela segunda vez e agradeço, de antemão, aos vereadores por me permitirem falar sobre alguns assuntos de segurança do município”, iniciou o comandante.

Ele participou de reunião da Câmara na noite do dia 28 de junho, a convite do presidente da casa, Wladmir Faustino Saporito. No pronunciamento, falou sobre as ações que a corporação tem desenvolvido em Tatuí. São operações que contam com apoio do capitão Kleber Vieira Pinto, comandante da 2ª Companhia.

“Nós incrementamos as ações policiais na cidade. Além da equipe de Tatuí, que tem um efetivo fixo, estamos trazendo uma tropa mais especializada, que fica baseada em Itapetininga. Nós nos deslocamos para todos os municípios do nosso batalhão e temos vindo mais intensamente para cá”, comentou.

Nas operações, Oliveira explicou que a corporação tem feito uso da cavalaria, do canil e de helicópteros. A intenção é “aumentar a sensação de segurança”.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, o tenente-coronel disse que a corporação vem apostando em novas frentes. Uma delas diz respeito aos convênios firmados com as prefeituras.

“Estamos fazendo o melhor possível com o que temos. Nós nunca vamos ter o número de viaturas e homens que gostaríamos. Isso não vai acontecer, porque é dispendioso, mas estamos atendendo na medida do possível”, declarou.

Além de realizar ações nos locais “efetivamente necessários”, Oliveira disse que a PM está tentando “fazer a parte dela”. Entretanto, o oficial alegou que os acordos de melhoria entre prefeituras e governo dependem dos municípios.

O primeiro dos três prevê a atividade delegada na cidade, quando policiais militares de folga do efetivo de Tatuí, ou de qualquer lugar do Estado de São Paulo, podem se inscrever para atuar no policiamento. O trabalho é feito de forma remunerada.

Segundo o tenente-coronel, o modelo apresentado ao Executivo prevê que a Prefeitura pague os policiais pelas horas-extras trabalhadas. O custo com as viaturas, o fardamento e os demais materiais que venham a ser utilizados fica com o Estado.

Além de São Paulo, Oliveira afirmou que a atividade delegada já está em prática em Sorocaba, Itapetininga, Angatuba, Cesário Lange e São Miguel Arcanjo. Dos 13 municípios que compõem o batalhão, apenas Tatuí e Campina do Monte Alegre não possuem o acordo autorizado pelo governo estadual.

Em Itapetininga, o tenente-coronel informou que o convênio disponibiliza 14 vagas a policiais militares interessados em trabalhar nos dias de folga. “São sete viaturas a mais por dia. E isso não é caro para o Estado e para o município”, disse.

Para ter início, a atividade delegada em Tatuí precisa estar prevista em lei. O comandante do batalhão informou que já entregou cópias dos modelos ao Executivo.

Ele disse, também, que o número de policiais em serviço e os dias de trabalho poderão ser definidos pelo Executivo. Em geral, os policiamentos via convênio têm início aos fins de semana, ou em dias que registrem “mais pico de ocorrência”.

O tenente-coronel também defendeu, em Tatuí, outros dois acordos para autorizar os PMs a realizarem fiscalização de trânsito (de solo) e para permitir comunicação via cerca eletrônica. Conforme Oliveira, em ambos, não há gastos.

“Esse terceiro convênio é simples e permite avisar o PM quando um veículo produto de furto ou de roubo passar por essas câmeras da cidade”, descreveu.

A comunicação integrada seria feita por meio da internet, com um aviso enviado aos tablets instalados nas viaturas. Com a informação, o comandante do batalhão argumentou que o efetivo poderia ter mais sucesso na interceptação de criminosos e na recuperação de veículos furtados ou roubados.

“São coisas simples, que o Estado proporciona para conveniar e que ajudam muito na segurança municipal”, argumentou o oficial. Segundo ele, o único custo viria da atividade delegada, representando R$ 160 por PM (por oito horas de trabalho).

“Em Tatuí, poderíamos não começar todo dia. O município veria como isso surte resultado”, emendou o tenente-coronel. Oliveira aguarda envio de projeto de lei do Executivo à Câmara para que as ações possam ser iniciadas.