Tatuí registra alta na oferta de empregos

Voss Campos anunciou novo modelo de trabalho e destacou vantagens para empregados e empregadores

As empresas do município voltaram a contratar. Pelo menos este é o panorama divulgado pelo PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador). Em Tatuí, a unidade, vinculada à Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social, registra crescimento progressivo no número de ofertas disponibilizadas para os trabalhadores.

A título de comparação, o número de pessoas contratadas por meio de encaminhamento pelo posto aumentou 66% entre janeiro e março do ano passado e o mesmo período de 2017. No primeiro trimestre de 2016, 15 trabalhadores mensalmente tiveram a carteira assinada por meio do posto. Neste ano, a unidade contabilizou 25 pessoas contratadas por mês, via unidade.

O balanço deste ano deverá ser divulgado na tarde desta segunda-feira, 10, quando a prefeita Maria José Vieira de Camargo completará cem dias de governo.

Ela tornará públicas informações relativas a todas as áreas da administração no período, incluindo os dados do PAT. A unidade captou, até esta semana, 164 vagas e registrou o encaminhamento de 554 pessoas para entrevistas.

De janeiro até a quinta-feira, 6, o posto efetivou 1.558 novos cadastros de trabalhadores. São pessoas que foram até a unidade para registrar informações profissionais. O processo é necessário para quem está pleiteando novo emprego.

Ao todo, 24 entrevistas foram realizadas na sede do PAT, à rua Adauto Pereira, 352, na vila Minghini, desde o começo do ano. Conforme Levi Pinto Soares, que integra a equipe do posto, a maioria das funções preenchidas é de auxiliar de serviços gerais. “Deu uma boa melhorada”, comentou.

Em contrapartida, as demissões aumentaram para trabalhadores agrícolas. O fim do período da colheita de laranja, por exemplo, resultou na demissão de cem boias-frias.

Mesmo assim, o número de pessoas que buscam a unidade para dar entrada no seguro-desemprego tem sido menor que o de interessadas em trabalhar. Isso acontece por conta da saturação das demissões.

Como os principais setores já estão enxutos, a tendência é que as empresas voltem a contratar na medida em que o mercado de consumo – tanto interno como externo – melhorar.

A média de pedidos de benefício para quem perdeu o emprego em março foi de 15 por dia. Em contrapartida, o posto recebeu, no mesmo prazo, 60 pessoas por dia buscando recolocação.

Soares ressaltou que o número de solicitações do seguro-desemprego em Tatuí pode ser maior, uma vez que o PAT não é o único a receber os pedidos. As entradas nos benefícios também são feitas na unidade local do Poupatempo.

Para atender à demanda dos trabalhadores, o diretor do Departamento Municipal do Trabalho, Luiz Antonio Voss Campos, informou que o PAT deu início a um trabalho de reaproximação com as empresas.

Em um primeiro momento, a unidade está contatando os profissionais de recursos humanos das unidades com planta no município, de modo a aumentar a captação de vagas em oferta.

“A ideia é que consigamos construir uma ponte entre os empregados e o empresariado, em todos os setores”, argumentou Voss Campos. A iniciativa começou neste mês e incluirá uma aproximação maior também com instituições representativas. Entre elas, a ACE (Associação Comercial e Empresarial).

Junto às empresas, a equipe do posto começou um trabalho de convencimento. “Estamos enviando e-mails para os representantes no qual falamos com as empresas sobre quais são as funções do posto”, explicitou Voss Campos.

De acordo com ele, a ação possibilitará não só o aumento da oferta de empregos no PAT, como agilizar o prazo de contratação por parte dos profissionais de recursos humanos.

A alegação é de que, em função do nível de desemprego, as empresas têm recebido cada vez mais currículos. Com isso, formam um “banco de dados” grande, mas que não tem filtros.

Sendo assim, muitos dos currículos de profissionais que não atendem aos requisitos das vagas oferecidas se misturam aos que têm potencial, o que pode atrasar o processo de seleção. No entendimento do diretor, este modelo é prejudicial tanto para quem contrata como para quem está pleiteando emprego.

“O PAT vai fazer com que as empresas voltem a receber os currículos já triados e que atendam aos perfis que elas estão procurando”, enfatizou Voss Campos.

Já para o trabalhador, o diretor disse que o sistema permitirá maiores chances de contratação, uma vez que os trabalhadores poderão contar com capacitações e orientações, como reuniões de motivações antes das entrevistas.

Para manter interação maior com as empresas, no sentido de saber quais profissionais elas estão necessitando, Voss Campos explicou que o PAT está solicitando cadastro. A equipe pede que os representantes preencham um formulário, por e-mail, para que a unidade possa atualizar o banco de dados.

Uma vez estabelecido o contato, as empresas têm direito aos benefícios da estrutura da unidade. O PAT permite que as seleções ou entrevistas sejam realizadas em sala própria. Caso o número de candidatos exceda a capacidade do espaço – para 40 pessoas –, o posto pode providenciar novos locais.

“Temos parceria com a Etec (Escola Técnica) “Gualter Nunes” para atender às necessidades. Ela pode abrigar mais pessoas e conta com internet”, disse Voss Campos.

Além dos e-mails, ele acrescentou que a coordenação do posto está realizando visitas às empresas. A nova postura da equipe “visa contemplar o cidadão, já que atende às necessidades de quem busca obter renda formal e de quem quer contratar”.

“Há 12 anos, existia o esquema ‘um por um’ (um candidato por vaga). Agora, as empresas pedem dez candidatos para um mesmo posto. E nós queremos direcionar melhor quem está no meio desse processo”, encerrou Voss Campos.