Situação da Santa Casa deve ser assunto de reunião em SP





A situação financeira da Santa Casa de Misericórdia de Tatuí é o principal assunto de reunião que deve acontecer em São Paulo, nos próximos dias, a pedido do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu.

Nesta semana, ele informou a O Progresso que solicitou encontro com o secretário de Estado da Saúde, David Everson Uip, para interceder pelo único hospital filantrópico do município.

O pedido de agendamento foi feito, primeiro, ao deputado estadual Edson Giriboni (PV), parceiro político do prefeito, na manhã de sábado, 16. Ambos conversaram a respeito do assunto após a solenidade de inauguração do CEI (Centro de Artes e Esportes Unificados), que fica no Boqueirão.

Por meio do deputado e da assessoria dele, o prefeito está tentando agendar audiência com Uip. O assunto será o mesmo que provocou divergências entre a provedoria do hospital e o vereador Ronaldo José da Mota (PPS): a Santa Casa.

No início do mês, o hospital chegou a ser cogitado como alvo de nova CEI (comissão especial de inquérito). A possibilidade foi aventada pelo parlamentar.

Mota afirmou, em entrevista, que as exigências apresentadas pela diretoria desmotivaram quatro operadoras interessadas em credenciamento.

De acordo com o vereador, as operadoras interromperam as negociações por não concordarem com as solicitações feitas pela diretoria.

O hospital pediu para as operadoras repasse de 40% do valor do primeiro contrato com empresas com mais de cem vidas ou de 100% das com menos de cem; além de mensalidade de R$ 30 mil para utilização do pronto atendimento.

A diretoria da Santa Casa negou que quisesse abrir mão de receita por pressões do convênio anterior. Em entrevista, o vice-provedor Máximo Machado Lourenço disse que a provedoria mantinha conversas com um corretor que representa a Amil e que a proposta seguia modelo pré-acordado.

O assunto virou tema de debates na Câmara Municipal e repercutiu no Executivo. No início do mês, Mota reuniu-se com o prefeito para solicitar que ele tentasse entendimento com a provedoria do hospital.

Apesar de a gestão ser autônoma, Manu afirmou que se encontrou com os membros da diretoria. “Nós somos o maior parceiro da Santa Casa. Automaticamente, acabamos sendo envolvidos no processo”, comentou o prefeito.

Para ele, o credenciamento de novas operadoras “dará um fôlego” para o hospital. Manu declarou que a Santa Casa “toda vida operou no vermelho”.

Também conforme ele, com a saída da Unimed, o hospital perdeu um recurso importante. A estimativa é de que o convênio rendesse R$ 280 mil por mês para a Santa Casa. Por conta disso, o prefeito declarou que entende como necessário o credenciamento de uma ou mais operadoras de plano de saúde.

“É de suma importância que o hospital abra, novamente, esse espaço, que foi preenchido um tempo atrás pela Unimed, com um ou outro convênio, para que esse recurso volte a manter o hospital em pé”, argumentou.

A preocupação das autoridades é com a reposição do recurso e com a falta que ele faz. Manu declarou que a Santa Casa só não tem recurso condizente com a situação, mas que atua como um hospital regional.

“Ela atende, aqui, não só os nossos munícipes. Por incrível que pareça, tem gente que vem de outra região, fala que passou mal na frente, e o hospital é obrigado a acolher”.

O Executivo pretende colaborar com o hospital para que ele realize o credenciamento “o mais breve possível”. Um dos motivos é que “os recursos da Santa Casa estão cada dia menores”. Por essa razão, o prefeito disse que atendeu ao pedido de Mota e conversou com a provedoria.

Além da provedora Nanete Walti de Lima, Manu trocou informações com o tesoureiro da Santa Casa, João Prior. Na oportunidade, solicitou que os representantes do hospital pudessem viabilizar o credenciamento de modo “mais atrativo”.

A preocupação por conta da indefinição da situação fez com que o prefeito solicitasse audiência com o secretário de Estado da Saúde. “Não tem como não ficar apreensivo”, enfatizou.

Ele antecipou que também quer se encontrar com o secretário-adjunto Wilson Modesto Pollara. De acordo com Manu, Pollara é quem coordena o setor que diz respeito às Santas Casas.

O encontro será realizado a pedido da provedoria do hospital. Ele deve resultar num pedido de ajuda a ser entregue pela administração aos responsáveis. “Nós vamos, realmente, mostrar a situação do hospital. E, também, dizer a eles que é preciso uma ação do Estado para tocarmos ele”, encerrou.