Cristiano Mota
Alexandre Mendes Cunha exibe certificado e medalha de terceiro lugar obtida em evento de porte nacional
O pódio de um dos mais importantes campeonatos brasileiros contou com um atleta de Tatuí. Praticante de judô há 45 anos, sensei Alexandre Mendes Cunha figurou entre os três primeiros colocados do Brasileiro de Veteranos e Kata 2014.
A competição é promovida com aval da CFJ (Confederação Brasileira de Judô) e reuniu 305 competidores na veterana e 74 duplas na kata. Vindos de 15 estados do país, eles se enfrentaram no tatame no sábado, 8, no Ginásio Poliesportivo Municipal “Celso Daniel”, localizado no município de Mauá.
Cunha é professor de judô da Academia de Artes Marciais “Leões de Judá”. A entidade é fruto de projeto social desenvolvido em Tatuí com apoio da Igreja do Evangelho Quadrangular. O objetivo é trabalhar disciplina, postura, qualidade de vida e respeito. O projeto é voltado a adolescentes e jovens sem condições financeiras de custear a prática de esportes.
“A academia tem dois anos”, comentou o sensei, que atua ao lado de Cesar Suga. Por conta do trabalho realizado na academia, ele contou que o resultado teve de ser suado. Na veterana, a disputa em Mauá contou com mais de três centenas de competidores. Cunha competiu contra atletas “meio leve”. Participam dessa categoria, judocas com pesos entre 60 e 66 quilos.
O representante de Tatuí lutou contra 12 adversários na chave eliminatória, passando por três chaves com quatro judocas, cada. Na semifinal e final, quatro atletas continuaram na briga pelo título de campeões. Cunha finalizou sua segunda participação no evento em terceiro, obtendo medalha de bronze.
“A competição foi bem difícil, porque o nível técnico é bem elevado, em função de o campeonato ser nacional”, descreveu o sensei. Cunha explicou que os atletas costumam aplicar diversas técnicas, elevando o grau de competitividade.
Como professor, ele disse que precisou compensar a falta de tempo para os treinos com disciplina. Segundo o atleta, os senseis costumam treinar menos que os pupilos, uma vez que se dedicam à transmissão de conhecimentos.
Cunha afirmou, também, que os treinadores têm como vantagem melhor condicionamento físico, além de acumular experiências com competições similares. O judoca, por exemplo, já representou Tatuí no brasileiro na edição 2013. No ano passado, ele divulgou que terminou a disputa na mesma colocação.
O atleta esteve entre o único integrante inscrito pela academia. A previsão é que os demais atletas possam participar da competição a partir do próximo ano.
Além da medalha, Cunha acumulou pontos que o colocarão em melhor posição no “ranking” nacional. O atleta afirmou que os “pontos a mais” rendem maior projeção e conceitos dentro da FBJ (Federação Brasileira de Judô).
De acordo com ele, conta ainda o fato de que os melhores colocados têm direito de participar de outros eventos. Em função do desempenho, o sensei já recebeu convite para disputar o Campeonato Sulamericano e o Panamericano, no ano que vem. “Dentro do regulamento, está previsto que tenho um certo privilégio de participar sem precisar fazer eliminatória”, ressaltou.
A disputa do brasileiro é considerada pelo atleta como preparativo para as demais competições de projeção internacional. Cunha também avaliou que a colocação e, por consequência, a medalha, têm mesmo peso no quesito responsabilidade. O sensei afirmou que o fundamental é representar bem o município.
“Quando você representa a cidade, tem que ter o intuito de poder ser leal, em primeiro plano. Em segundo, honrar o esporte e, em terceiro, almejar o título”, disse.
Para ele, a conquista da medalha é apenas consequência de trabalho e de experiências que são adquiridas no decorrer das competições da modalidade. O bronze do judoca é mostra do que se pode obter com determinação. Cunha precisou emagrecer dez quilos para poder disputar na meio leve.
Junto com a medalha, o atleta do município recebeu um certificado de participação.
