Sem votação de projetos, oposição e governo discutem requerimentos





Depois de dois anos sem líder do governo na Câmara Municipal, o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, encaminhou ofício à Casa de Leis indicando o vereador Oséias Rosa (PSD) para a vaga.

O representante tomou posse na sessão de terça-feira da semana passada, 29 de março, após o ex-vereador Dione Batista (PDT) ter o mandato anulado por decisão da Justiça Eleitoral.

A apresentação foi realizada na sessão ordinária de terça-feira, 5. Participante da segunda sessão ordinária, o vereador do PSD, que tinha se definido como “em cima do muro” até então, assumiu a defesa do governo municipal na Câmara.

Na sequência, houve divergências entre os vereadores durante as discussões sobre os requerimentos. Parlamentares oposicionistas e governistas debateram.

O primeiro desentendimento ocorreu em relação à forma como seria feito o sorteio dos vereadores para pronunciamento na tribuna. Em outro momento, o uso do púlpito pelo vereador André Marques (PDT), que não havia se inscrito, foi questionado por Márcio Antonio de Camargo (PSDB).

Em seguida, um requerimento de Camargo gerou atrito entre Carlos Rubens Avallone Júnior (PMDB) e Luís Donizetti Vaz Júnior (PSDB). O objeto do requerimento é a implantação de dois turnos de ônibus para transporte de pacientes para a realização de exames e consultas em hospitais fora da cidade.

Avallone pediu que os dois colegas cobrassem do governador a criação de novas vagas e de centros de referência antes de pedir mais ônibus para a condução. “Vai ter ônibus para mandar para aonde?”, criticou.

“Em relação ao centro de referência, a gente aciona e espera por cinco ou dez dias por vagas. Não adianta ter ônibus e não ter aonde mandar os pacientes”, afirmou.

Outro alvo de críticas dos oposicionistas foi o projeto de um ônibus para a programa “Saúde da Mulher”, incluso no plano de governo do prefeito Manu.

Pelo projeto, um ônibus faria atendimento médico às mulheres de forma itinerante. O vereador Camargo apresentou requerimento pedindo explicações sobre o cumprimento da promessa de campanha.

O vereador Alexandre de Jesus Bossolan (PSDB) teve um requerimento aprovado em que pede explicações ao Executivo sobre a assistência dada aos guardas civis municipais que se acidentam em serviço.

“Temos dois guardas municipais que se acidentaram e não tiveram assistência. Um deles precisa de cirurgia no joelho, que ficou destroçado”, declarou.

O representante cobrou a construção do shopping center, que será erguido na região da nova avenida. “Tem gente aqui neste plenário que participou da sessão que aprovou a construção do shopping. Que shopping?”

A situação da infraestrutura da cidade voltou a chamar a atenção dos vereadores. Durante a apresentação no púlpito, Valdeci Antonio de Proença (PTN) afirmou que “anda pelos bairros mais carentes, e a única coisa que a gente vê são os buracos, mato e lixo”.

A opinião do oposicionista foi confrontada por Marques, da base aliada, que disse que a qualidade das ruas “deixa a desejar”, porém, que “parte da culpa se deve à administração passada”.

“Ao invés de fazer várias reformas na Praça da Matriz, ou recapear duas ou três vezes a rua 11 de Agosto, o ex-prefeito deveria ter feito outras ruas e reformado mais praças”, afirmou.

O vereador Antônio Marcos de Abreu (PR) cobrou da municipalidade o cumprimento de ordens judiciais que determinam a compra de medicamentos para pacientes com casos graves. Segundo o parlamentar, a saúde dessas pessoas depende da medicação.

“Decisão judicial tem que ser cumprida. Eu peço ao secretário da Saúde que comece a verificar com o setor de compras para saber o que está acontecendo, pois, com mandado judicial, não se brinca”, criticou.

O parlamentar também pediu explicações da Secretaria Municipal da Saúde sobre o custo-benefício de exames médicos fora de Tatuí. Para ele, é necessário verificar se “se sai mais barato comprar os exames aqui ou mandar os pacientes para fora”.

O presidente da Câmara Municipal, Wladmir Faustino Saporito (PSDB) apresentou requerimento pedindo ao prefeito que envie projeto de lei autorizando convênio com o governo do Estado para implantação do programa de atividade delegada no município.

O programa consiste em um convênio firmado entre a Prefeitura e a Polícia Militar, por meio do qual policiais, em horário de folga, atuam de farda e com equipamentos oficiais para a administração local.

Esse trabalho extra seria pago pela municipalidade e, na prática, aumentaria o número de policiais militares em trabalho no município.

Oswaldo Laranjeira Filho (PT) solicitou recapeamento na rua Caridade Terceira, no bairro Colina Verde. Como Saporito e Laranjeira faltaram à sessão, assim como José Eduardo Morais Perbelini (PTC), os requerimentos foram assinados por Abreu.

Oito propostas do Poder Executivo continuam em pauta, porém, não foram votadas por conta da falta de pareceres das comissões permanentes da Câmara Municipal.

Entre as propostas que trancam a pauta, estão o parcelamento de dívidas do Tatuiprev, o Plano Municipal de Cultura e a criação de cargos em comissão.


Moções

Os vereadores Fábio José Menezes Bueno (DEM) e Vaz tiveram moções de aplausos e congratulações relacionadas ao jornal O Progresso e figuradas pelo jornalista Ivan Camargo e pelo colunista Luiz Antonio Voss Campos.

Uma das moções, de autoria de Menezes, parabeniza o escritor por ter o livro “Assombrações Caipiras” incluído na lista de obras brasileiras em promoção no site da multinacional “Amazon”.

O livro parte de depoimentos de pessoas de terceira idade que contam histórias misteriosas, como tesouros enterrados, almas penadas e visões sobrenaturais.

A segunda moção, apresentada pelo vereador Vaz, parabeniza o jornal e Voss pela coluna “A Voz do Voss” – em especial, a da edição do dia 6 de março, que conta a história da banda “Os Tatuís”.

A coluna de título homônimo entrevista dois membros remanescentes da banda, Eliseu de Campos Vieira e Og Vasconcelos. O vereador destacou o resgate histórico de uma das bandas mais conhecidas da cidade.