Saúde realiza sala de situação e faz ‘balanço’ de combate ao A. aegypti

 

A Secretaria Municipal de Saúde realizou na sexta-feira, 3, a primeira sala de situação da dengue deste ano. O objetivo, segundo o órgão, é ampliar o fluxo de informações e facilitar a tomada de decisões no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, febre chikungunya e zika.

A reunião teve a participação dos técnicos Isaías Ribeiro da Silva e José Eduardo Bonini, da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), além do titular da pasta da Saúde, Jerônimo Fernando Dias Simão, e dos secretários municipais de Meio Ambiente e Agricultura, Célio José Valdrighi, e de Obras e Infraestrutura, Marco Luís Rezende. Também estavam presentes coordenadores da Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância em Saúde, Atenção Básica e Diretoria de Fiscalização.

Na reunião foi discutida a importância da integração entre as secretarias e os departamentos no controle do vetor. A equipe de combate a dengue realiza durante todo o ano ações de prevenção por meio de fiscalização, orientação e palestras em escolas, igrejas e empresas.

Outro trabalho realizado pelo setor é a avaliação do índice de densidade larvária da cidade. Amostras de larvas são recolhidas e enviadas para análise. O último cálculo divulgado pela secretaria apontou que o município conta com 2,1% de larvas em residências e terrenos. O levantamento contou com 1.378 visitas.

O número é superior ao considerado aceitável pelo Ministério da Saúde, de menos de 1%, o que demonstra que a população deve manter-se atenta e realizar semanalmente a fiscalização nos quintais, especialmente no período chuvoso.

O Setor de Fiscalização também intensificou o trabalho em terrenos com lixo e mato nos 50 primeiros dias do ano. Foram notificados 1.305 proprietários de imóveis. Conforme a secretaria, a medida auxilia de forma considerável no combate ao mosquito da dengue e a outros vetores.

As secretarias de Obras e Infraestrutura e Agricultura e Meio Ambiente estão realizando a limpeza e o fumacê em toda a extensão urbana do ribeirão do Manduca.

A próxima sala de situação da dengue está agendada para o mês de abril, de acordo com a Secretaria de Saúde.

Balanço das ações

De acordo com o secretário de Saúde, a equipe de combate à dengue executou 2.294 ações, das quais 913 foram visitas domiciliares de rotina, realizadas de segunda a sexta-feira. Aos sábados, a equipe é reforçada por agentes de saúde municipais pagos pelo governo do Estado. Os números referem-se aos 45 primeiros dias do ano.

“O pessoal tem um incentivo do governo pelo programa Todos Contra o Aedes aegypti e ganha R$ 120 cada profissional. Em três sábados, eles fizeram 1.303 visitas a residências, 23 a pontos estratégicos, como praças e ferros-velhos, e coletam pneus que estão nas ruas ou em terrenos baldios”, contou o secretário.

No mês de janeiro foram retirados 60 pneus das ruas e contabilizadas três reclamações em denúncias e 40 visitas a imóveis cuja incidência de focos da dengue pode ser maior. A VE (Vigilância Epidemiológica) realizou 30 notificações, das quais três tiveram confirmação.

“É um número bom. Falando em dengue, hoje temos confirmados três casos entre janeiro e fevereiro, dos quais dois são autóctones (locais) e um importado. Pode-se considerar que temos pouca demanda com relação aos casos”, opinou.

De acordo com o titular da Saúde, a cidade pode registrar crescimento dos números de casos de dengue e chikungunya neste ano, “caso não haja conscientização”. Entre as dicas prestadas por Simão estão a eliminação de objetos que possam acumular água.

“O mosquito adapta-se ao ambiente. Antes ele proliferava-se somente em água limpa e parada. Atualmente, eles já conseguem reproduzir-se em água suja, então é necessário termos cuidados”, disse.

Os dois primeiros meses do ano têm números de casos e de infestação baixos devido a um controle maior por parte das autoridades sanitárias locais. “Pelos nossos dados, está bem controlado (a infestação)”.

A maior preocupação é com relação ao período pós-Carnaval. Segundo Simão, é nesta época do ano que ocorre aumento do número de casos importados de dengue e de outros arbovírus – viroses transmitidas por artrópodes, como o Aedes.

“As pessoas viajam e acabam descuidando-se na questão de passar repelentes. Elas podem ser picadas por mosquitos infectados nas férias e virem para o nosso município, aumentando o número de casos importados. Isso tudo pode ocasionar focos da doença, caso inicie-se transmissões locais”, explicou.

O secretário disse que a equipe de combate a dengue está constantemente realizando ações de bloqueios em regiões que porventura tenham registros de casos. São feitos trabalhos de eliminação de focos e aplicação de inseticida em nove quarteirões vizinhos.

“É inevitável a presença dos vírus da zika, dengue e chikungunya na cidade, mas é controlável. Realizando limpeza urbana e tendo a conscientização da população temos uma diminuição do número de casos”, contou.