Saúde estende imunização contra o sarampo a crianças de 6 a 11 meses

Vacina contra sarampo tem calendário definido para toda a semana (foto: Altair V. de Camargo)

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, estendeu a imunização contra o sarampo para crianças que com idade entre 6 e 11 meses de vida. A dose extra da vacina está disponível em todas as unidades saúde, desde a quinta-feira, 22.

A imunização não é válida como rotina, sendo disponibilizada apenas como dose extra, não descartando a vacina que deve ser aplicada no período entre 12 e 15 meses de vida do bebê.

Conforme a VE, a imunização contra o sarampo deve seguir o Calendário Nacional de Vacinação, determinado pelo Ministério da Saúde. As pessoas que já foram vacinadas, de acordo com a faixa etária, não precisam receber uma nova dose.

A vacina contra o sarampo é aplicada às segundas-feiras, das 8h às 16h, nas unidades de ESF (Estratégia Saúde da Família) da vila Santa Luzia e vila Angélica. Já na UBSs do bairro dos Mirandas e do Jardim Santa Cruz, o atendimento será das 8h às 13h.

Às terças-feiras, a vacinação ocorrerá das 8h às 16h, em três unidades de saúde: ESF do Jardim Rosa Garcia, ESF do Jardim Santa Rita de Cássia e UBS da vila Dr. Laurindo.

Às quartas-feiras, a vacina estará disponível à população das 8h às 16h na UBS Central, ESF do Jardim Tóquio e UBS do bairro Valinho. Já na UBS do Congonhal, a vacinação será disponibilizada das 8h às 13h.

Às quintas-feiras, haverá vacinação em duas unidades de saúde, ambas com atendimento das 8h às 16h: ESF do Jardim Gonzaga e UBS da vila Esperança. E às sextas-feiras, também das 8h às 16h, a vacina será aplicada na UBS do São Cristóvão e na ESF do CDHU.

A assessoria de comunicação da prefeitura informa ser essencial que a pessoa verifique sua caderneta de vacinação e busque se informar se já se vacinou contra o sarampo. Em caso de dúvida, a recomendação é que procure a unidade de saúde mais próxima de sua residência, ou ligue para (15) 3259-6358.

No calendário de vacinação de rotina, a primeira dose deve ser para crianças de 12 meses e uma segunda dose, para crianças com 15 meses. Os adolescentes e adultos jovens até 29 anos devem ter duas doses da vacina, e os adultos de 30 até 59 anos, pelo menos uma dose, comprovada na carteira de vacinação ou em algum outro comprovante.

Já para as pessoas que têm entre 30 e 59 anos, 11 meses e 29 dias, é preciso que haja, na caderneta de vacinação ou em algum outro comprovante, o registro de aplicação de uma dose.

Idosos acima de 60 anos também podem receber a vacina, mediante avaliação e prescrição médica. A imunização só não é recomendada para crianças com menos de seis meses, gestantes e pacientes que nasceram com alguma deficiência imunológica.

A VE confirmou o primeiro caso de sarampo do município no ano. Uma menina de um ano e três meses de idade, moradora do residencial Astória, contraiu a doença. Outras nove notificações aguardam resultado.

De acordo com a coordenadora da VE, enfermeira Rosana Oliveira, a suspeita é de que a menina tenha contraído a doença em Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde estava passando as férias na casa de avós.

As equipes de saúde realizaram ações de bloqueio para identificar as pessoas que tiveram contato com a criança no período de transmissão da doença, para acompanhá-las. “Todas já foram vacinadas com a dose de bloqueio”, afirmou a coordenadora.

A menina apresentou os sintomas em julho, quando realizou o exame para o diagnóstico. A amostra foi enviada ao IAL (Instituto “Adolfo Lutz”) e o resultado, com a confirmação do caso, saiu no dia 14. A criança já estava recuperada.

Conforme Rosana, a criança que contraiu a doença havia recebido a primeira dose da vacina com 12 meses, mas não havia tomado a segunda. “Ela ficou doente na semana em que completou os 15 meses”, contou.

A doença havia sido erradicada em todo o país e não registrava nenhum caso na cidade desde 2002. O estado está em alerta e informa que diversas cidades estão sendo incluídas na lista do Ministério da Saúde – que aponta os municípios com surto da doença.

Contudo, a coordenadora pondera não ser necessário “alarde”. “Aqui na cidade, temos um caso confirmado e o MS considera surto acima de seis casos positivos. Estamos em um tempo de alerta, mas nada para se apavorar ou se desesperar”, acrescentou.

O Ministério da Saúde divulgou que 53 cidades estão na lista de surto de sarampo. Dessas, mais de 90% ficam no estado de São Paulo, somando 49. Segundo o mais recente boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, foram confirmados 1.319 casos da doença até o dia 8 de agosto.

O Brasil recebeu a certificação de eliminação do sarampo em 2016. No entanto, após a interrupção da circulação endêmica do vírus, casos esporádicos e surtos limitados – relacionados à importação – ocorreram em diferentes estados.

Rosana ressalta que a única maneira de evitar o sarampo é pela vacina tríplice viral, que protege, também, contra a rubéola e a caxumba. “É importante que todos mantenham a carteira de vacinação atualizada”, enfatizou.

O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode ser fatal. É altamente contagiosa e a transmissão pode ocorrer entre quatro dias antes e quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.

“Quando a pessoa não tem nenhuma dose da vacina, ela é uma doença perigosa e pode ser considerada mortal, podendo levar a pessoa a óbito de forma muito rápida”, reforçou a coordenadora.

Rosana acrescenta ser “preciso cautela”, pois é difícil controlar o vírus depois que ele se instala. Segundo ela, cada pessoa infectada, por exemplo, pode transmitir a doença para até outras 18 pessoas em menos de duas horas.

Os sintomas são: febre, tosse, coriza, olhos avermelhados ou conjuntivite e manchas avermelhadas na pele (exantema maculopapular). O sarampo pode ser acompanhado de complicações sérias, principalmente em crianças menores de cinco anos, adultos maiores de 20 anos ou pessoas com algum grau de imunodepressão.

A transmissão do vírus ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar, e começa antes mesmo que o infectado apresente os sintomas mais agudos da doença.

“Muitas vezes, a pessoa não está nem apresentando os sintomas, mas já está transmitindo o vírus. Aí que entra a importância da vacina. Se você está imunizado, não vai acontecer nada; mas, se você está com sua carteira em déficit, pode contrair a doença”, explicou.

Em caso de suspeita, com dois ou mais sintomas, a coordenadora orienta que se busque auxílio médico na unidade básica de saúde mais próxima e se evite o pronto-socorro, devido à aglomeração de pessoas.

“Como é uma doença altamente contagiosa, é melhor evitar o PS, que tende a ser mais cheio. Toda a equipe da Saúde está preparada para receber este paciente. Mas, então, pedimos, encarecidamente, que a primeira porta de entrada seja a UBS, para evitar a disseminação da doença”, aconselhou.

Os profissionais de saúde do município passaram por treinamento, para o atendimento à população. As orientações de um protocolo de atendimento unificado foram feitas pelo médico infectologista da Santa Casa de Misericórdia, Marcus Vinícius Landim Stori Milani.

“O tratamento da doença é praticamente sem remédio. É necessário tomar muito líquido, repouso absoluto e isolamento social. A pessoa deve ficar na casa de cinco a sete dias para não disseminar a doença. Também é feito o bloqueio vacinal de todos aqueles que convivem com a pessoa contaminada”, acrescentou a coordenadora.