Saúde confirma o primeiro caso de febre chikungunya no municí­pio





Tatuí teve o registro de um caso de febre chikungunya importado, em abril. A incidência da doença na cidade consta em relatório do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) “Professor Alexandre Vranjac” e foi confirmada pela Coordenação de Combate à Dengue, da Secretaria Municipal de Saúde, nesta semana.

Segundo a VE (Vigilância Epidemiológica), a paciente é uma dona de casa de 62 anos moradora do bairro CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) “Orlando Lisboa de Almeida”.

Ela visitou a cidade de Jaboatão dos Guararapes, município no Estado de Pernambuco, entre os dias 13 e 27 de abril. A paciente não chegou a ser internada e procurou diretamente a VE quando chegou a Tatuí.

“O tratamento prescrito pelo médico foi semelhante ao da dengue. São indicados medicamentos para tratar os sintomas e é dado aconselhamento para que a pessoa use repelente e fique dentro de casa, evitando contato com vizinhos”, explicou a enfermeira Elis Diniz, da VE.

A VE solicitou, à Coordenadoria de Combate à Dengue, o bloqueio sanitário do bairro CDHU. Foi realizada a nebulização da região e vistoria de residências próximas, à procura de focos do mosquito transmissor da doença, segundo o coordenador da equipe de combate à dengue, Toni Sumio Ogata.

“A equipe de combate à dengue realizou bloqueio no bairro onde a pessoa mora para evitar a disseminação da doença na cidade. Felizmente, não tivemos mais nenhum caso em Tatuí”, afirmou.

No relatório divulgado pelo CVE – órgão estadual de vigilância epidemiológica –, o caso consta como autóctone (com transmissão dentro da cidade), informação corrigida para “importada” pela equipe local.

Segundo o CVE, a cidade teve o registro de um caso suspeito de chikungunya, em julho, descartado após exames laboratoriais. Neste ano, apenas um caso de zika foi registrado na cidade.

A doença acometeu uma médica durante uma viagem ao Mato Grosso e foi registrada em março. Ambas as doenças são causadas por vírus e transmitidas pelo Aedes aegypti, conhecido por “mosquito da dengue”.

O número de casos confirmados de dengue caiu 80% entre janeiro e setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. As informações são do CVE.

Neste ano, foram registrados 113 casos confirmados da doença, enquanto que, até setembro do ano passado, havia sido 567.

O número de notificações ficou em 458 em 2016, contra 1.266 nos sete primeiros meses do ano. A notificação é emitida à Secretaria Estadual de Saúde quando um paciente com sintomas parecidos com os da dengue é atendido na rede pública ou particular. Ela pode, ou não, ser confirmada, por meio de exames sanguíneos disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

Historicamente, o número de casos de dengue em Tatuí sempre foi baixo. No período entre 2010 e 2014, foram 72 pessoas infectadas. A situação começou a reverter-se em 2015, quando foram registradas 571 confirmações, a maioria de casos autóctones – ou seja, com transmissão ocorrida dentro da própria cidade.

De acordo com o CVE, os meses com maior circulação do vírus são março, abril e maio. A proliferação do Aedes aegypti tem início em janeiro e coincide com o começo da temporada de chuvas.

A disseminação da doença manteve-se baixa até março. Nos dois primeiros meses do ano, foram 16 casos confirmados. Em março, o número passou para 33.

O pico da dengue foi em abril, quando 47 pessoas adoeceram com o arbovírus. A partir de então, os números baixaram para 15 casos, em maio, um em junho e nenhum caso em julho e agosto. A dengue voltou a registrar infecção em setembro, quando a CVE contabilizou um caso autóctone.

Segundo o coordenador de combate à dengue, fatores climáticos e o “fator zika vírus” contribuíram com a queda do número de casos de dengue na cidade.

“Em janeiro e fevereiro, foram registradas chuvas fortes na cidade, então, creio que os criadouros foram lavados, eliminando os focos do mosquito. A zika deixa a população mais preocupada e faz com que acabem com os focos”, afirmou.

De acordo com Ogata, 44 agentes de saúde realizam vistorias em residências aos sábados. São 24 agentes comunitários de saúde mais 20 membros da equipe de combate à dengue. A força-tarefa é realizada sob a orientação do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde.

Os trabalhos da equipe foram retomados em setembro. Naquele mês, cerca de 7.000 residências foram visitadas. Em outubro, perto de 8.100 casas foram vistoriadas. A média dos dois meses é de 1.600 moradias visitadas por sábado.

“Essas vistorias dão maior controle na infestação do mosquito da dengue. Além de Tatuí, várias cidades do Estado estão participando, o que diminui a circulação das doenças transmitidas pelo Aedes (aegypti)”, explicou.

A “boa notícia” da queda do número de casos de dengue na cidade não pode fazer com que a população descuide com o mosquito, alertou Ogata. Segundo ele, os tatuianos precisam manter-se cautelosos com a proliferação do Aedes aegypti em quintais e terrenos baldios.