Santa Casa aguarda assinatura de convênio para iniciar hemodiálise





“Estamos com tudo resolvido, só aguardando assinatura para a equipe começar a trabalhar”. Essa é a expectativa vivenciada pela provedora da Santa Casa, Nanete Walti de Lima, em torno do funcionamento do serviço de hemodiálise.

O atendimento será oferecido a pacientes internados na UTI (unidade de terapia intensiva) que apresentarem problemas renais crônicos e precisarem de cuidados especializados. Inicialmente, ele seria viabilizado somente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Entretanto, deve ser estendido a usuários da Unimed.

Conforme Nanete, o hospital e a empresa especializada na operacionalização da hemodiálise já providenciaram a papelada necessária para a assinatura do convênio. A provedora explicou que serão assinados dois documentos.

São termos aditivos, sendo o primeiro a ser firmado entre a Santa Casa, a Prefeitura e a Nefrolins – Clínica e Apoio Dialítico Ltda., da cidade de Lins; e o segundo, entre a empresa e a Unimed. Este último, não especificado pela provedora.

“Os detalhes desse termo dizem respeito à operadora e à empresa especializada. O que eu posso dizer do hospital é que os pacientes crônicos internados na UTI receberão atendimento de hemodiálise gratuitamente”, disse Nanete.

O projeto de implantação da hemodiálise na Santa Casa surgiu de ideia apresentada pelo ex-secretário municipal da Saúde, José Luiz Barrusso. Ela tratava da construção de uma clínica de atendimento ambulatorial. Por conta de entendimentos entre Barusso e Nanete, a Prefeitura decidiu oferecer o atendimento, primeiro, a pacientes crônicos internados na UTI do hospital.

Em novembro do ano passado, o hospital “deu o primeiro passo” para a operacionalização do serviço. Na ocasião, recebeu equipe da empresa especializada e teve duas máquinas de diálise (para filtragem do sangue) e uma central de osmose reversa, destinada à filtragem da água usada no tratamento.

Também no mesmo mês, 12 profissionais que integram a unidade de terapia intensiva do hospital passaram por treinamentos. A capacitação para uso dos equipamentos e orientação das etapas do procedimento ficou a cargo do médico nefrologista Alcir Ferrari. Os treinamentos duraram uma semana.

Além das capacitações, a empresa cumpriu – e orientou o hospital – a atender “todas as etapas definidas pela Vigilância Sanitária”. A diálise na UTI, conforme informou o nefrologista em novembro, será realizada por meio de equipamentos de “altíssima tecnologia”. “São máquinas de última geração”, falou.

Além de operar as máquinas de diálise e a realizar os procedimentos, os profissionais da unidade de terapia intensiva estão aptos a trabalhar com a central de osmose reversa. Conforme o nefrologista, o treinamento dado a eles representou um “pré-funcionamento do atendimento de hemodiálise no município”.

Na sequência, a empresa enviou à Vigilância Sanitária “documentos comprobatórios”. Entre eles, o comunicado de responsabilidade técnica dos equipamentos. Neste mês, a provedora informou que o hospital recebeu “todas as autorizações necessárias para que o serviço possa entrar em operação”.

Junto aos documentos, a Santa Casa providenciou “uma escala de plantão médico diferenciada”, para permitir que o atendimento seja disponibilizado 24 horas por dia.

Enviou, ainda, para a vigilância, exames físico-químico, toxicológico e microbiológico da água. “Todos eles confirmam que a água em Tatuí é de boa qualidade para o atendimento de hemodiálise”, declarou o médico nefrologista.

Depois que recebeu os documentos e os exames, a vigilância agendou inspeção no local e nas duas máquinas de hemodiálise e na central de osmose reversa. Conforme a provedora da Santa Casa, o órgão já emitiu autorização de funcionamento. “O início só depende dos convênios”, descreveu.

As máquinas da hemodiálise servem para “substituir” o rim em mau funcionamento, que não consegue expelir, na urina, impurezas como as substâncias tóxicas produzidas pelo próprio organismo ou resíduos de remédios. Por meio de uma agulha, os equipamentos captam o sangue do corpo, realizam o processo de limpeza e devolvem o sangue, sem impurezas.

O hospital recebeu as máquinas hemodiálise no começo de outubro de 2013. Elas ficaram guardadas até o final daquele mês, sendo instaladas após a conclusão de reforma. De acordo com a Santa Casa, houve a necessidade de colocação de dutos especiais pelos quais passam a água utilizada pelas máquinas.

A provedora da Santa Casa explicou que a hemodiálise será oferecida mediante termo aditivo ao convênio que o hospital já mantém com a Prefeitura. Por meio dele, o Executivo contratou os representantes da empresa.

Por atuarem no quadro clínico do hospital, Nanete afirmou que eles receberão salário como os demais funcionários. Também disse que os médicos utilizarão a hemodiálise da UTI para atendimento de pacientes da “esfera particular” – caso dos pacientes conveniados pela Unimed –, além do SUS.