Sabe o que é síndrome mão-pé-boca?

A síndrome mão-pé-boca é uma doença altamente contagiosa que cria lesões bolhosas na boca, na palma das mãos e planta dos pés e, às vezes, pode se espalhar pelo corpo, no abdômen e dorso.

É mais frequente em crianças de menos de cinco anos, embora possa afetar adultos. Tem esse nome justamente porque as lesões que acarreta localizam-se nos pés, mãos e interior da garganta, ao mesmo tempo.

A síndrome é causada por um enterovírus, o vírus Coxsackie. A transmissão se dá pelas mãos sujas ou por alimentos mal lavados ou mal cozidos que tiveram contato com fezes contaminadas e, também, por meio das gotículas espalhadas pela tosse (perdigotos), espirros e saliva.

Outra forma de contágio é o contato direto com as bolhas estouradas. Esta síndrome aumenta bastante a sua incidência no outono-inverno, por conta de a imunidade ser mais baixa nesse período do ano, e pode se propagar como um surto em creches ou escolas.

Recentemente, foi fechada temporariamente uma creche na cidade de Guareí, porque houve um surto dessa doença, em dezenas de crianças.

Sinais e sintomas

Usualmente, o período de incubação, que vai desde a contaminação pelo vírus até o aparecimento dos sintomas, é de quatro a seis dias. Normalmente, a síndrome começa com febre (38-39°C), embora alguns casos possam ocorrer sem febre. A criança apresenta aftas dolorosas dentro da mucosa oral e gânglios aumentados no pescoço.

A seguir, surge nos pés e nas mãos uma infecção moderada sob a forma de pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada. Essas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e, eventualmente, podem coçar.

Em geral, regridem juntamente com a febre, entre cinco e sete dias, mas as bolhas na boca podem permanecer até quatro semanas. É comum que a criança também sofra de dores de cabeça e acentuada inapetência e anorexia (falta de apetite).

Na maioria das vezes, não é preciso realizar exames complementares para diagnosticar a síndrome mão-pé-boca porque o quadro é bem típico, mas o médico pode solicitar um exame sorológico (no sangue) para o vírus Coxsackie ou detecção do enterovírus 71 (vírus Coxsackie) em exame de fezes.

Tratamento

O tratamento da síndrome mão-pé-boca é eminentemente sintomático e deve incluir todas as medidas utilizadas em outras viroses: repouso, alimentação leve e ingestão aumentada de líquidos. Bochechar com água e sal ajuda a aliviar a dor da boca.

O quadro clínico é autolimitado e melhora espontaneamente com as defesas do organismo. A febre pode ser controlada pelos antitérmicos e, se as lesões da boca comprometem muito a ingesta de líquidos, pode ser necessária hidratação endovenosa.

Medicamentos anti-inflamatórios e antivirais podem ser utilizados, mas são de pequena efetividade. Pode-se usar também antipruriginosos, se necessário, e anestésico tópico nas lesões da mucosa oral, receitados pelo seu pediatra.

Prevenção

Lavar bem as mãos e alimentos a serem consumidos. A criança não deve ir à escola, creche ou a outros lugares de aglomeração infantil durante a doença, para não contaminar outras crianças. Não existe vacina contra essa síndrome.

Depois de se contrair esta doença, fica-se imune para toda a vida.

Fonte: pesquisa na internet

* Médico pediatra com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria); membro da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e diretor clínico e proprietário da Alergoclin Cevac – Centro de Vacinação Humana.