Região Metropolitana de Sorocaba





Foi no ano de 1973 que começaram a surgir no Brasil as primeiras organizações de regiões metropolitanas, ainda no contexto desenvolvimentista proclamado pelo regime militar. A partir da Constituição de 1988, a criação das regiões metropolitanas passou a ser uma incumbência dos Legislativos estaduais. No Estado de São Paulo, a organização política encontra assento no artigo 152 da Constituição paulista. Por sua vez, a lei complementar no 760, de 1º de agosto de 1994, estabelece as diretrizes para a organização regional deste Estado.

Hoje no Brasil são 37 regiões metropolitanas constituídas. A maior é a de São Paulo, com 39 municípios e 19,6 milhões de habitantes. Foi criada em 1973, como Região Metropolitana da Grande São Paulo, e oficializada pela Assembleia paulista em 2011, quando passou a se denominar Região Metropolitana de São Paulo. A menor é a do Sudoeste Maranhense (MA), com 8 municípios e 345,8 mil habitantes, criada em 2005. No Estado de São Paulo, são quatro as regiões metropolitanas já criadas: Baixada Santista (criada em 1996, com 9 municípios), Campinas (criada em 2000, com 20 municípios), São Paulo (oficializada em 2011, com 39 municípios) e do Vale do Paraíba e Litoral Norte (criada em 2012, com 39 municípios). Aliás, tive o privilégio, enquanto deputado estadual de participar das discussões e da votação da criação da Região Metropolitana de Campinas, proposta pelo saudoso governador Mário Covas, no ano de 2000.

Em 2005, através do projeto de lei complementar no 33, o deputado estadual Hamilton Pereira sugeriu, à Assembleia Legislativa de São Paulo, a criação da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). No projeto original iriam integrar a RMS 16 municípios: Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Ibiúna, Iperó, Itu, Mairinque, Piedade, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Roque, Sorocaba e Votorantim.

Ao longo desses anos acompanhei de perto a tramitação deste projeto. Como envolvia custos e estudos aprofundados, a discussão evoluiu de tamanha forma que acabou despertando a vontade política de vários deputados, prefeitos, vereadores, secretários estaduais e lideranças, além dos governadores José Serra e Geraldo Alckmin, que administraram o Estado de São Paulo desde então.

Foi em fevereiro de 2014, que o governador Geraldo Alckmin enviou à Assembléia Legislativa o projeto de lei complementar 01/2014 que tratava da criação da Região Metropolitana de Sorocaba. Neste contexto, a RMS passa a ter 26 municípios. São eles: Alambari, Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tapiraí, Tatuí, Tietê e Votorantim.

Os estudos para a criação da RMS foram desenvolvidos pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A. – Emplasa, hoje um órgão vinculado à Secretaria da Casa Civil. Neste novo grupamento político-administrativo regional, existem três sub-regiões. São elas: – Sub-região 1: Alambari, Boituva, Capela do Salto, Cerquilho, Cesário Lange, Jumirim, Sarapuí, Tatuí e Tietê; – Sub-região 2: Alumínio, Araçariguama, Ibiúna, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto e São Roque; Sub-região 3: Araçoiaba da Serra, Iperó, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, Sorocaba, Tapiraí e Votorantim.

Para a discussão do projeto de lei complementar 01/2014, foram realizadas duas audiências públicas: em Sorocaba (17/03) e São Paulo (03/04). Tive a oportunidade de estar presente nas duas ocasiões, a convite do deputado estadual Samuel Moreira, presidente da Alesp e também quem presidiu as duas audiências públicas. A votação e aprovação do PLC 01/2014 aconteceu no dia 08/04, de forma unânime entre os deputados estaduais. A partir de então, o governador Geraldo Alckmin tem o prazo de 15 dias para sancionar e promulgar a lei aprovada pelos deputados.

É importante destacar que a recém-criada Região Metropolitana de Sorocaba terá 1,7 milhão de habitantes, 26 municípios, 9 milhões de km² e um PIB de R$ 43 bilhões. Ao juntar as cinco regiões metropolitanas já criadas, teremos formada a Grande Megalópole de São Paulo, que é a terceira maior do mundo, perdendo apenas para Nova Deli e Tóquio, cujo PIB é 32% do PIB nacional.

Os próximos passos para a consolidação da Região Metropolitana de Sorocaba serão as estruturas que serão criadas para o funcionamento da nova RM que, a exemplo das demais já existentes, terá um conselho de desenvolvimento formado por 26 prefeitos da região de Sorocaba, representantes dos secretários estaduais e representantes do Legislativo, que se reunirão para discussão de metas.

Além do conselho, também serão criados: a Agência Metropolitana de Sorocaba, que dará suporte ao conselho e ajudará a planejar o desenvolvimento da região para o médio e o longo prazo; e o Fundo de Desenvolvimento.

Aliás, este Fundo de Desenvolvimento Metropolitano será vinculado à autarquia que será criada por lei complementar e a aplicação de seus recursos será supervisionada por um conselho de orientação.

Com essas informações e números, vamos pensar agora no futuro. No que pode a recém-criada Região Metropolitana de Sorocaba melhorar a vida das pessoas? Eu creio que a criação da RM de Sorocaba vai promover uma mudança de cultura quanto ao desenvolvimento, que passa de caráter local para regional, reforçando o aspecto de integração entre os municípios. É preciso pensar algumas questões no mundo de hoje de forma agrupada, já que o interesse é regional.

A questão da segurança pública é um exemplo. A criação de um Gabinete Integrado de Segurança, com planejamento regional de ações, poderia vir a melhorar a vida das pessoas. As questões que envolvem o crescimento urbano e habitacional poderiam ser resolvidas com estudos técnicos e especializados, com economia de dinheiro público e soluções objetivas. A região também poderia trabalhar em conjunto planos de ações nas questões de turismo e meio ambiente. E mais: traçar metas e projetos de desenvolvimento social e diminuição das desigualdades.

Outra questão que pode ser colocada em pauta é a atração de mais universidades públicas, estaduais ou federais. Na saúde, é preciso criar novas referências em especialidades médicas, hoje com atendimento concentrado em Sorocaba.

Enfim, as ferramentas estão sendo colocadas. Cabe à classe política regional pensar no que realizar em favor do povo. A cada dia noto que a cobrança à classe política está aumentando, principalmente com o avanço das redes sociais. E as respostas precisam vir. É preciso a conscientização que o cidadão quer soluções rápidas às suas demandas. Por isso, mãos à obra. Seja bem-vinda, Região Metropolitana de Sorocaba.

* Presidente do PSDB de Tatuí; deputado estadual (1998-2004) e prefeito de Tatuí (2005-2012).