Rede municipal de educação tem 50 cuidadores de alunos especiais





A rede municipal de educação conta com 50 cuidadores de alunos especiais, conforme divulgou, nesta semana, a secretária municipal da Educação, Cultura e Turismo, Ângela Sartori. Os profissionais atuam em unidades nas quais há requisição por parte dos pais ou responsáveis pelos estudantes.

Eles são citados, pela secretária, como as “duas das principais conquistas da área” e “exemplos para a região”. “Tanto que seis secretários de educação estiveram no município para conhecer o projeto”, apontou ela.

Desde 2014, quando o Executivo introduziu o profissional no quadro da Educação, as crianças portadoras de necessidades especiais contam com esse apoio.

A medida visa facilitar o aprendizado por parte do alunado que tenha algum problema (seja momentâneo ou não) e o trabalho do professor em sala de aula.

“Atualmente, nós podemos dizer que as nossas crianças estão inclusas. Mas, antes, isso não ocorria. Eu digo que tudo é bonito quando se fala em inclusão”, afirmou Ângela.

Conforme a secretária, a contratação dos cuidadores se deve a um diagnóstico. Ângela disse que, ao tomar posse na secretaria, percorreu todas as unidades para verificar o funcionamento e as necessidades dos profissionais.

Em conversa com professores, verificou que uma das dificuldades dizia respeito ao atendimento a estudantes com necessidades especiais. “Uma sala com um professor e 25 alunos, quando há um especial, ou o professor dá atenção somente ao especial ou aos 24. Com o cuidador, isso não acontece”, afirmou.

Segundo a secretária, os profissionais são contratados para cuidar de crianças desde que diagnosticadas com laudo médico ou pericial. Eles atuam em tempo integral (ou durante a permanência dos estudantes nas escolas).

O acompanhamento é feito desde a entrada das crianças nas unidades, com a recepção no portão, passando pelo ingresso em sala de aula e pela alimentação durante a merenda. Ângela descreveu que os cuidadores também são contratados com base nas dificuldades apresentadas pelos estudantes.

“Cada aluno tem um quadro diferente, alguns têm problema de locomoção, outros, de autismo. E nós escolhemos os profissionais com base em um perfil, porque não adianta termos apenas um cuidador. É preciso atender bem”, enfatizou.

Os 50 cuidadores estão espalhados pelas unidades da rede (incluindo creches, pré-escolas e escolas municipais de ensino fundamental). Ângela explicou que nem todas elas possuem um profissional em seus quadros. Primeiro, porque a contratação é feita com base em solicitações e, segundo, porque nem toda escola tem aluno com necessidade especial matriculado.

Em se tratando de atendimento diferenciado, Ângela destacou o trabalho desenvolvido pelo Nate (Núcleo de Atendimento Terapêutico Educacional). Ele é oferecido pela secretaria a todos os estudantes do fundamental.

Trata-se de acompanhamentos de fonoaudiologia, psicopedagogia e psicologia oferecidos aos estudantes que apresentem algum tipo de dificuldade no aprendizado.

Os alunos são encaminhados ao Nate pelos professores e atendidos no andar térreo da sede da secretaria. O prédio fica na rua Gualter Nunes, 461, no bairro Junqueira.

O trabalho do Nate engloba o professor AE (atendimento especializado). “Cada escola tem um educador que vai auxiliar na defasagem do ensino”, disse Ângela.

Em geral, esses professores trabalham com crianças com deficiência intelectual e entre leve e moderada. Para casos que exijam maior dedicação, a secretaria disponibiliza os cuidadores.

O acompanhamento pelo professor inclui aulas na chamada “sala de recursos”, espaços nos quais os educadores fazem uso de técnicas e materiais diversificados para facilitar o aprendizado.

“Tudo isso acaba fazendo com que a criança vá evoluindo. Atualmente, quase todas as nossas escolas contam com esses atendimentos”, comentou Ângela.

Tanto o cuidador de alunos como o professor de atendimento especializado são preconizados pelo MEC (Ministério da Educação), por meio de diretrizes.

“Eu mesma já recebi visita de seis secretários de cidades vizinhas que vieram conhecer como é o trabalho dos nossos cuidadores nas nossas escolas. Então, acredito que esse tipo de atendimento não exista em nenhum município próximo”, argumentou.

A iniciativa da secretaria inclui a cessão de equipamentos – quando necessário – para melhorar a qualidade do ensino dos alunos. Em fevereiro deste ano, por exemplo, a pasta entregou uma cadeira e uma mesa adaptada para atender a um aluno do 3o ano da Emef “Accácio Vieira de Camargo”.

Neste mês, cedeu uma máquina de escrever em braile (sistema brasileiro utilizado na leitura e na escrita por cegos) a uma menina deficiente visual. Os equipamentos são adquiridos – e cedidos – conforme necessidade de cada estudante.

Monitoramento

A vigilância por circuito eletrônico de câmeras de monitoramento é a segunda conquista citada pela secretária como ganho na Educação. Ângela afirmou que, após a implantação do sistema, iniciada em janeiro de 2015, nenhuma das unidades sofreu atos de vandalismo.

Também conforme a secretária, o Executivo não registrou novos casos de problemas envolvendo alunos e professores. “Isso (o sistema) veio a proporcionar mais segurança aos pais que deixam as crianças aos nossos cuidados e aos professores e funcionários em caso de uma eventualidade”, declarou.

Como o sistema faz gravações, Ângela disse que é possível recuperar as imagens quando necessário. A secretária informou que, recentemente, um professor foi acusado injustamente e pôde, por meio das filmagens, comprovar que não tivera “nenhuma responsabilidade na situação envolvendo alunos”.

O modelo de vigilância deverá ser levado às novas unidades com previsão de inauguração para este ano. Conforme a secretária, a creche no Tanquinho – e as demais – ainda não foram contempladas por terem sido entregues após a licitação.

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