Reciclador morre em linha de trem; laudos revelarão causa





A Polícia Militar encontrou sem vida um reciclador de lixo em um dos trechos da linha férrea que corta o município. A vítima é Onilson Alves de Souza, de 42 anos, que teve uma das mãos decepada depois de ter sido atingido por uma locomotiva. O maquinista do trem chamou as autoridades.

O funcionário da companhia, um homem também de 42 anos, contou que houve “uma colisão” a dois quilômetros de distância da sede da antiga Estação Ferroviária. O local e a linha são administrados pela ALL (América Latina Logística).

De acordo com o maquinista, a locomotiva transitava no sentido sul da estrada de ferro. Na altura do quilômetro 157 da linha, o funcionário visualizou um “vulto branco na trajetória do trem”. No entanto, ele disse que não conseguiu parar a composição a tempo de evitar o “choque contra o objeto”.

Por conta da velocidade, o trem só parou de andar metros à frente. Para verificar o que havia ocorrido, o funcionário voltou ao trecho onde houve o acidente. Lá, constatou que se tratava de uma pessoa. Em seguida, acionou o Corpo de Bombeiros.

Além da corporação, a PM e a Polícia Civil foram acionadas. Os policiais precisaram isolar a área, por conta da movimentação de populares. Ao analisar o corpo, notaram que a vítima não possuía documentos de identificação.

Em um primeiro momento, moradores do entorno do Jardim Palmira, onde ocorreu o atropelamento, disseram, para os militares, que o homem era um morador de rua. Ele teria sido identificado, inicialmente, pelo apelido de “Baixinho”.

O corpo do reciclador de lixo seguiu para o IML (Instituto Médico Legal), de Itapetininga, para realização de exames necroscópico e “complementar”. A polícia quer saber se a vítima já estava morta quando foi atingida pelo trem.

Peritos do IC (Instituto de Criminalística), de Itapetininga, também compareceram ao local do acidente. Eles devem preparar laudo no prazo de 30 dias.

Souza era natural do município de Jequitinhonha, Estado de Minas Gerais. O trabalhador tinha 1,60 metro de altura, 70 quilos e vestia jaqueta preta e bermuda branca.

A vítima teve uma das mãos arrancadas por conta do atropelamento, e apresentava uma “visível fratura em uma das pernas”. O corpo permaneceu no local até ser removido por agentes funerários, após as realizações das perícias.

O reciclador foi reconhecido na tarde do mesmo dia, por um amigo, um aposentado de 62 anos. O homem já havia procurado a Polícia Civil para registrar o desaparecimento do trabalhador. Ele também informou o sumiço do amigo por meio da internet. Cadastrou os dados e uma fotografia no dia 21.

Segundo o aposentado, Souza passava por “certa necessidade financeira”. Sem dinheiro, o reciclador pediu abrigo na casa do aposentado, ficando lá entre os dias 16 e 21 deste mês.

Na segunda-feira da semana passada, o trabalhador deixou o imóvel. Ele disse, para o amigo, que iria buscar alguns documentos no antigo local de trabalho. Entretanto, o aposentado contou que ele não retornara.

Preocupado, o amigo procurou a polícia para fazer o comunicado. Com o encontro do cadáver, investigadores chamaram o aposentado para tentar reconhecimento, às 15h50 do dia 25, por fotografias do corpo, encontrado na manhã do mesmo dia, confirmando a identidade.

Também no mesmo dia, o aposentado esteve na funerária responsável pelo sepultamento. Lá, reconheceu “sem sombra de dúvidas” o corpo como sendo do amigo.