Projeto da ‘José Celso de Melo’ origina o ‘Diário da Pandemia’

Da reportagem

Um projeto promovido pela Escola Estadual “Professor José Celso de Mello” durante parte do período de paralisação das aulas presenciais, entre abril e outubro, possibilitou a confecção do livro “Diário da Pandemia”.

A proposta da professora mediadora escolar e comunitária Cleonice Alves dos Reis Silva, a Cléo, contou com a participação de cerca de 60% da comunidade escolar, composta pelos estudantes e os respectivos pais, professores, funcionários e pessoas que residem próximas à instituição de ensino.

De acordo com Cléo, o “Diário da Pandemia” registra o surgimento e o impacto causado pela Covid-19 no mundo. Continuamente, o livro mostra o estado de saúde físico e mental, o desenvolvimento educacional e profissional, o relacionamento com a família e amigos, além de depoimentos de membros da comunidade escolar sobre as dificuldades encaradas na pandemia.

“Queríamos saber o que o distanciamento social causa às pessoas e como elas estavam se comportando. No final do projeto, o desejo era o de montar um livro, no qual pudéssemos registrar tudo o que vivenciamos, deixando disponível para o futuro”, contou Cléo.

Para isso, os participantes tiveram de responder a questionários e realizar atividades usando desenhos e músicas, desde que expressassem o sentimento deles durante o período. Essas atividades foram feitas pelo “Google Forms”, uma plataforma online que permite a criação de formulários, pesquisas, avaliações e questões discursivas.

O “Diário da Pandemia” exibe as palavras e termos mais utilizados durante o período, contém tópicos informativos sobre o novo coronavírus e os protocolos adotados para diminuir o risco de disseminação da doença. O livro ainda lista as ações realizadas pela prefeitura no enfrentamento da pandemia.

Cléo afirma que o projeto foi elaborado e realizado utilizando ferramentas pedagógicas, identificando eventuais dificuldades e mudanças na comunidade escolar, provocadas pelo distanciamento social, com o qual não estavam acostumados.

O programa aconteceu de forma paralela aos estudos presentes na grade curricular, realizados durante a pandemia. Como professora mediadora escolar e comunitária, Cléo costumava realizar acompanhamentos presenciais e precisava de uma alternativa durante a pandemia.

“O aluno estava enclausurado na casa e sem um contato direto com o professor. Minha preocupação era o impacto que o distanciamento social poderia causar. A intenção inicial era saber como o aluno estava e a maneira como poderíamos ajudá-lo”, justificou.

A profissional comemora a aceitação do projeto dentro da comunidade. Cléo expôs que, devido à grande participação das pessoas e alto volume de respostas recebidas, teve de decidir a forma ideal de escolher o que seria publicado.

“Reunimos todas as respostas e publicaremos as afirmações que foram mais citadas pelos estudantes. Tivemos de enxugar, não tínhamos como fazer um livro com todas as respostas”, reconhece.

A professora revelou que, inicialmente, o “Diário da Pandemia” seria disponibilizado em uma plataforma digital e, posteriormente, alguns exemplares seriam impressos. Porém, segundo ela, um parceiro acostumado a apoiar diversos projetos da escola se propôs a patrocinar a impressão de cerca de cem exemplares.

Iniciada em abril, a comunidade escolar pôde responder os questionários e anexar arquivos na plataforma até o final de outubro. Durante esta semana, o futuro livro passou por uma revisão para que, a partir da próxima, possa ser impresso e, depois, comece a ser distribuído gratuitamente para parceiros da escola e estudantes.