Projeto ‘Alice’ visa parceria com Educação





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Adolescentes participam diariamente de projeto na sede da Fatec ‘Prof. Wilson Roberto Ribeiro de Camargo’

 

O Projeto “Alice”, fruto de parceria entre o professor e coordenador do software no Brasil, Edson de Almeida Rego Barros, e a Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo” foi expandido e atende, além do Cosc (Centro de Orientação e Serviços à Comunidade), o Colégio Objetivo.

O professor Osvaldo D’Estefano Rosica, um dos idealizadores do “Alice” na cidade, afirmou que a expectativa neste momento é de uma parceria com a Secretaria Municipal da Educação, para a expansão do projeto em escolas públicas.

Rosica comentou que seria “muito interessante” a parceria com a Educação para iniciar o experimento com um número maior de crianças da cidade. “Traríamos, aqui (Fatec), professores, trabalharíamos com o software e acompanharíamos o desenvolvimento dos alunos, o que é uma evolução, até por ser gratuito”.

Segundo o professor, a parceria levaria aos alunos da rede pública um direcionamento na utilização da ciência tecnológica, “fazendo com que os jovens percebessem que a tecnologia é para ser utilizada em prol da humanidade e no crescimento acadêmico de pesquisa”.

De acordo com o professor, “Alice”- um software no qual é possível criar mundos virtuais em “3D”- auxilia muito no desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Conforme Rosica, o software pode ser utilizado a partir de dois anos de idade. Porém, ele pretende iniciar projetos junto a crianças com cinco anos ou mais. Ainda de acordo com o professor, não há tempo limite para utilização do software.

“O ‘Alice’ é utilizado até em engenharia, para desenvolver projetos. Não foi criado para isso, foi criado para montar ‘games’ instrutivos. A própria criação do software proíbe que ele seja utilizado para fins de violência. É para canalizar o conhecimento, e não para perda de tempo de jovens na internet”, ressaltou Rosica.

Conforme ele, as crianças e os jovens, atualmente, utilizam a tecnologia de “maneira errada”. Para Rosica, os alunos utilizam o tempo disponível para acessar apenas redes sociais e páginas desinteressantes. “Não acessam a internet e os programas tecnológicos de forma a acrescentar aprendizado na vida”.

De acordo com o professor, os estudantes estão cansados, porque acham “chato” estudar e, também, porque há páginas de pesquisa que oferecem a resposta sobre “tudo” que eles procuram.

Segundo Rosica, com a tecnologia ao alcance de todos, as crianças e os jovens perderam a capacidade de se comunicarem entre si. “Pode reparar, nos restaurantes, chega um casal, ele com um celular, ela com outro. Eles comem, bebem e não trocam uma palavra”.

Para o professor, esses jovens que utilizam a tecnologia somente para a diversão e parte social “perderam o foco”. Rosica acredita que é importante usar a internet e os computadores para o estudo. Pensando nisso, disponibiliza o projeto “Alice” para crianças do Cosc e, agora, para estudantes do Colégio Objetivo.

De acordo com Rosica, para que os alunos não percam o interesse no estudo, é importante que o aprendizado não seja “chato”. Para ele, os professores precisam descobrir uma nova forma de utilizar tecnologia para despertar o interesse dos estudantes.

Ainda conforme o professor, a tecnologia e os novos softwares devem agregar na educação de estudantes e fazer com que eles desenvolvam a pesquisa. “Estudar é chato, pesquisar, não. Então, esse é o novo foco que tem que ser dado, esse é o foco que vem sendo dado dentro do projeto”.

O software “Alice” é desenvolvido dentro do Projeto Caminhar, no Cosc. De acordo com Rosica, seria importante que a tecnologia fosse utilizada mais vezes pelos alunos, para ser possível se chegar a um crescimento maior do que obtiveram nas fases do “Caminhar”.

De acordo com o professor, seria fundamental que os alunos tivessem contato com softwares para que desenvolvessem a lógica, programas tecnológicos e vislumbrassem um “bom futuro”.

Projeto Caminhar

Alunos do Cosc entrarão na quarta fase do Projeto Caminhar. O professor desenvolve a iniciativa com alunos entre 14 e 16 anos.

Nesse projeto, os adolescentes fazem aulas de matemática, inglês, comunicação e expressão, hardware, empreendedorismo e desenvolvimento do raciocínio lógico, tudo a partir do “Alice”, que congrega, principalmente, aulas de lógica e programação.

De acordo com o professor, já no início do projeto, ele percebeu uma mudança na “feição” dos alunos. “Eles ficaram deslumbrados com o ambiente acadêmico, começaram a enxergar a vida de outra forma e perceberam que podem ter acesso a uma vida acadêmica”.

Conforme Rosica, é muito interessante tirar as crianças do local em que estão acostumados a viver e inseri-las em outra realidade, para que “levem um choque” e percebam que há alternativas para seguir profissionalmente.

Por meio de palestras e conversas com os estudantes, o professor disse que percebeu que, no início do projeto, eles demonstravam que não mereciam estar naquele meio. “Após um tempo, os alunos passaram a acreditar mais neles mesmos”.

O Projeto Caminhar, em parceria com o Cosc, inicialmente foi desenvolvido para aulas de recuperação escolar, para que os alunos pudessem obter melhores resultados em processos seletivos, como, por exemplo, no Senai.

Conforme Rosica, ele fez parceria com o professor Barros, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para introduzir o software dentro do projeto.

“É surpreendente a capacidade de abstração que esses alunos adquirem, colocando os sonhos que eles têm nessa realidade virtual e desenvolvendo um game ou uma ‘historinha’”.

O avanço dos alunos, segundo o professor, foi muito visível. De acordo com Rosica, há um crescimento muito nítido. “Como educador, é perceptível a transformação. Traduzir isso em palavras é um pouco complicado, mas, quando você vivencia isso, vê um grande crescimento”.

Ex-aluna da Fatec, professora do Projeto Caminhar e consultora técnica na Faculdade Asseta, Adriana de Fátima Martins de Almeida disse que os adolescentes conseguiram criar animações e “minigames” com poucas aulas.

“Com os adolescentes, o que mais me chamou a atenção foi a mudança de comportamento. Quando eles conseguiam criar animações, se sentiam capazes. Mexeu com a autoestima deles”, observou Adriana.

Em agosto, os participantes do “Caminhar” iniciarão a quarta fase do projeto. Alunos que integram o Cosc se deslocam até a Fatec, diariamente, das 14h às 16h.

“Alice” no Objetivo

Adriana também desenvolve trabalho com alunos do Colégio Objetivo, que visa à utilização e manuseio do software “Alice”.

Conforme Adriana, o primeiro contato dela com o “Alice” foi em uma apresentação no colégio, pelo coordenador do software no Brasil, Barros. Ela disse que ficou “encantada” com o programa, baixou-o imediatamente e ficou mexendo “por horas”.

A coordenadora do ensino fundamental 1 do Colégio Objetivo, Patrícia Roza Estanagel, convidou Adriana para ministrar aulas extracurriculares, das quais os alunos não eram obrigados a participar.

“A primeira aula experimental tinha quatro alunos, que se encantaram com o que o software era capaz de fazer. Na outra semana, os alunos que participaram da aula espalharam para os ‘amiguinhos’, e os quatro alunos ficaram em dez; na outra semana, em 20; até que chegou a 40 alunos, e decidimos aumentar as aulas”, ressaltou Adriana.

A consultora técnica explicou que o software é um ambiente de programação “3D” inovador, que faz com que seja fácil criar uma animação para contar uma história, jogar um jogo interativo ou criar um vídeo para compartilhar na internet.

“O que mais me deixou fascinada é que o ‘Alice’ é capaz de ensinar de forma lúdica e incentiva o raciocínio lógico e a criatividade. Na terceira aula, uma aluna de oito anos me disse que tinha lido três gibis para poder criar uma história no ‘Alice’”, contou a coordenadora.

Ela salientou que, como a linguagem do software é em inglês, a coordenadora do colégio decidiu juntar as aulas de informática com o idioma, e “está dando muito certo essa mistura”.

No Colégio Objetivo, a faixa etária dos alunos que participam das aulas é entre sete e nove anos.

Fatec

De acordo com Rosica, com a inserção do software e do “Projeto Caminhar” em outras instituições de ensino, a faculdade busca crescimento de todo o meio acadêmico, porque envolve professores e alunos.

Conforme o professor, com o “Alice” junto a outras crianças e adolescentes, seria possível desenvolver “atividades em prol da sociedade”. “É aquilo que o diretor (Mauro Tomazela) prega aqui. É o mínimo que nós podemos fazer para devolver o que a população investe aqui”, sustentou.

Rosica argumentou que a sociedade, com os impostos, investe na manutenção da instituição. Porém, não são todos os moradores que têm a oportunidade de estudar na faculdade, e, com isso, a Fatec consegue ajudar mais pessoas.

“Nós temos que ir além. Um pouquinho de doação faz bem para a alma, faz bem para o espírito e para as pessoas. E, com o desenvolvimento desse trabalho, surgem outras atividades que os alunos começam a desenvolver, como trabalhos de pesquisa. Vai englobando tudo, começa uma bola de neve sem fim e vai atingindo outras pessoas, outros objetivos, vai avançando”, afirmou o professor.

Acesso ao “Alice”

Para ter acesso a informações e tutoriais sobre o software, basta acessar o site www.alicebrasil.com.br. De acordo com Rosica, qualquer pessoa pode acessar o programa e aprender a utilizá-lo.

Há uma apostila básica, desenvolvida por Adriana, para que as pessoas possam desenvolver atividades no software, que o professor Rosica disponibilizará no site da Fatec Tatuí ( www.fatectatui.edu.br ) a partir de agosto.