Programa Gestão Nota 10 objetiva ‘reforçar’ o ensino do 4º ao 9º ano

Gestores do Instituto Ayrton Senna no lançamento do programa de alfabetização em 2017 (foto: Arquivo O Progresso / Cristiano Mota)

A Secretaria Municipal de Educação ampliou a parceria com o Instituto “Ayrton Senna” visando o desenvolvimento do ensino do sexto ao nono ano do ensino fundamental e planeja novas ações para o ano letivo de 2019. As informações são da secretária da pasta, Marisa Aparecida Mendes Fiusa Kodaira.

De acordo com a secretária, um convênio permitirá a implantação do programa “Gestão Nota 10”, que, além de promover a formação dos professores, acompanha o rendimento escolar, a frequência e o desempenho dos alunos das séries finais do ensino fundamental.

O programa é gerido pelo IAS, que tem parceria com a Prefeitura de Tatuí desde agosto de 2017. Nos primeiros meses, 1.377 crianças do terceiro ano do ensino fundamental foram atendidas por meio do “Gestão da Política de Alfabetização”.

Em 2018, o programa de alfabetização atingiu mais de 1.500 estudantes e teve início com o ano letivo. Já em 2019, mais de 4.000 alunos serão atendidos por meio dos dois programas do IAS.

“Isso tudo já começa no primeiro semestre. Vamos focar bastante nas séries finais do ensino fundamental, do sexto ao nono ano, para melhorar ainda mais a qualidade do ensino e o desempenho dos alunos”, afirmou.

Ainda de acordo com a secretária, no estado de São Paulo, só três municípios têm parceria com o “Ayrton Senna”: Tatuí, Ribeirão Pires e São Vicente.

O resultado do teste processual do IAS, realizado em meados de agosto de 2018, mostrou que os alunos integrantes do programa de alfabetização estão melhorando as notas e o desempenho escolar.

As avaliações são realizadas para constatar o nível de aprendizagem das crianças, e, conforme Marisa, os resultados com os alunos da cidade foram “satisfatórios”.

Na avaliação processual de matemática, 53% dos estudantes atingiram o nível avançado (3 e 4). Em língua portuguesa, 36% alcançaram as notas mais altas e entraram no nível 4, enquanto 32% chegaram ao nível 3, totalizando 68% dos alunos em níveis avançados.

No teste, os estudantes são classificados em quatro níveis de aprendizagem. Os níveis “um” e “dois” representam baixo desempenho na alfabetização; “três” está em índice médio; e “quatro” aponta a excelência na qualidade do ensino.

Conforme a secretária explicou, a identificação do desenvolvimento orienta o planejamento das atividades de forma diferenciada para cada grupo. Os alunos que apresentam mais dificuldades são trabalhados pelo professor da sala, e os que são considerados mais avançados acabam agrupados em turmas de apoio.

Para poder trabalhar dentro dos parâmetros do programa, todos os diretores, coordenadores e professores que atendem aos grupos de apoio participam de encontros com a equipe técnica do instituto.

Os profissionais contam com apoio pedagógico e acompanhamento frequente, desenvolvendo atividades direcionadas às necessidades dos estudantes segundo os níveis de alfabetização apontados pelas avaliações.

O suporte é dado por um comitê gestor, formado pela secretária da Educação, supervisores de ensino e apoio técnico pedagógico com profissionais do IAS. Nas reuniões, é repassado todo o material de estudo que o instituto fornece e as estratégias para trabalhar no programa.

O IAS possui, também, uma plataforma digital denominada “Panorama”, na qual são armazenados dados estatísticos para auxiliar no acompanhamento das turmas. São anotações diárias de frequência de alunos e professores, realização de tarefas de casa e leitura de livros.

Marisa ainda adiantou que, neste ano letivo, as classes de sexto ao nono ano também contarão com o programa “Jovem Empreendedor Primeiro Passo”, em parceria com o Sebrae. Com ele, os professores receberão a formação e trabalharão o empreendedorismo com os alunos em sala de aula.

Marisa destacou que a ampliação de programas visando ao atendimento do sexto ao nono ano deve-se ao resultado do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2017.

Os índices, divulgados no final do ano passado, mostraram que as séries finais do ensino fundamental mantiveram a nota 4.5, a mesma obtida em 2015. A meta da educação era alcançar pelo menos 4.9.

Já nas séries iniciais, o município subiu um ponto na média do índice, passando a meta de 6.1, atingindo a nota 6.4 (reportagem nesta edição).

“Nas séries iniciais, nós temos diversas parcerias que estão caminhando. Agora, temos que focar nos professores das séries finais, dar mais formação para eles e mais capacitação”, argumentou.

Novos projetos

A secretária ainda destacou existirem novos projetos em andamento para a educação ambiental. Afirmou que os detalhes do programa ainda estão sendo definidos, contudo, adiantou que pretende ampliar o atendimento da unidade do “Maria Tuca”.

“Já temos a escola em funcionamento e queremos ampliar a atuação dela. Este trabalho de sustentabilidade na educação infantil é muito importante e deve ser desenvolvido com mais atenção neste ano”, sustentou.

Ainda conforme Marisa, há projetos para a ampliação no atendimento dos alunos com necessidades especiais. Atualmente, a Prefeitura mantém convênio com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e mantém o AEE (Atendimento de Educação Especializado).

“Temos suporte na rede regular com um professor especialista em psicopedagogia e cuidadores que dão atendimento individualizado para estes alunos, o que é muito importante para a inclusão, e a Apae, que tem um atendimento mais especializado”, comentou.

A secretaria mantém 33 estudantes na entidade e, em 2019, deve atingir 45 alunos no atendimento especializado. De acordo com Marisa, a prefeitura fornece transporte, merenda e funcionários, além de um aporte financeiro mensal por aluno.

“São 21 alunos diagnosticados com autismo na educação infantil e 12 no fundamental, e vamos ampliar o atendimento para mais 11 alunos que apresentaram dificuldades na alfabetização”, pontuou.

A inclusão dos alunos nas escolas regulares é feita conforme avaliação de aprendizado. Os estudantes que necessitam de atendimento especializado ficam um tempo sendo acompanhados pela Apae e, conforme o desenvolvimento, são introduzidos na rede regular.

“Inclusive, a diretriz da legislação e o objetivo é este: alfabetizá-los com excelência na qualidade de ensino. Depois, aqueles que têm condições de aprendizado retornam para a rede. A própria Apae faz a seleção”, reforçou.