Principais fatos e fotos viram livro dos 60 anos lançado pelo CDMCC





AI Conservatório / Kazuo Watanabe

Ribeiro, Deise Juliana, Lilian e Kazuo Watanabe apresentaram o livro

 

“O livro tem muitas fotos, nas quais algumas pessoas vão se ver. Tem fotos históricas e alguns dos momentos mais importantes do Conservatório de Tatuí”. O resumo é de obra apresentada ao público na noite do sábado, 22, no teatro “Procópio Ferreira” em evento que marcou encerramento da 54ª Semana da Música.

A data de lançamento coincidiu com dois importantes fatos que integram “o universo musical”: o término da edição 2014 da Semana da Música, o mais longevo evento do Conservatório de Tatuí; e o dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos.

“Escolhemos essa data para fazermos o lançamento do livro como forma de encerrarmos as festividades dos 60 anos do Conservatório de Tatuí”, explicou a jornalista e gerente de comunicação da instituição Deise Juliana de Oliveira Voigt.

Juntamente com o Torneio Estadual de Cururu, concluído no domingo, 23, o lançamento do livro e a Semana da Música representaram os “últimos eventos oficiais” de celebração dos 60 anos da escola de música, artes cênicas e luteria.

Por constar os principais fatos, a obra é considerada um registro histórico do município. “Claro que não é possível contar 60 anos numa única publicação, mas são registros como forma de servir como base de referência e também como forma de registrar. São 60 anos”, enfatizou Deise Juliana.

Intitulado “60 anos do Conservatório de Tatuí”, o livro apresenta dados a partir de publicações de notícias de vários jornais e de fatos históricos ao longo das seis décadas. Entre os momentos recontados, estão a inauguração da escola, a construção do teatro e o início de alguns dos principais grupos da instituição.

O processo de produção começou em 2013, por conta do planejamento das comemorações dos 60 anos do Conservatório. Na ocasião, a Secretaria de Estado da Cultura solicitou planejamento de atividades, que incluíram mais de uma dezena de eventos.

“Na verdade, foram dez encontros internacionais, quatro festivais e algumas celebrações, inclusive, em São Paulo”, contou a gerente de comunicação.

Deise Juliana e equipe sugeriram projeto de sinalização visual (interna e externa) e um livro. “O processo foi bem demorado, porque o arquivo de fotos está sendo digitalizado, ainda. Então, foi preciso muita pesquisa”, descreveu.

Em paralelo à digitalização, a equipe de comunicação passou a restaurar as fotografias e a identificar os personagens. Diante da dificuldade de se entrevistar todos os envolvidos na história da instituição – e com aval do diretor executivo Henrique Autran Dourado –, a equipe optou em constar fatos históricos.

“A pesquisa foi muito intensa e complicada. Depois, obviamente, tivemos de fazer um filtro para conseguirmos fazer caber tudo nas 120 páginas”, disse a gerente de comunicação da instituição. “Foi um processo cansativo, mas, ao mesmo tempo, divertido e de aprendizado”, complementou Deise Juliana.

Ao rever o passado, a equipe de comunicação descobriu informações curiosas. Dentre elas, o projeto e os engenheiros que cuidaram da acústica do “Procópio Ferreira”. O teatro é considerado um dos melhores do Estado de São Paulo.

Para Paulo Rogério Ribeiro, recontar essa parte da história da instituição é reviver uma parte de sua própria vida. O programador visual assina o projeto gráfico e a diagramação da publicação. “Ele, em si, faz parte dos 60 anos do Conservatório. Está aqui há quase 30”, destacou a gerente de comunicação.

“Produzir o livro foi voltar a rever muita coisa que eu vivi. De 1988 para cá, aconteceram muitos fatos. Então, esse trabalho me traz muitas lembranças de quando eu já, desde criança, participava do Conservatório”, contou.

Os pais do programador visual passaram boa parte da vida profissional na escola de música. Razão pela qual ele se aproximou das atividades da instituição na qual ele viria a trabalhar. Integrante da equipe de comunicação, Ribeiro adotou o mesmo “layout” gráfico padrão do Conservatório.

Por conta disso, a obra apresenta o mesmo estilo de fonte e tamanho que os materiais que vêm sendo produzidos pela escola de música. “Fizemos algo um pouco diferente do material que já utilizamos. A ideia vem, principalmente, da ‘Ensaio’ (revista cultural do Conservatório), mas mantendo espaços livres tanto para as fotografias como para os textos”, explicou.

Por conta do volume de informações, Ribeiro comentou que houve necessidade de filtrar o material. “É uma pena termos deixado muita coisa de fora, porque, se fôssemos escrever um livro com tudo, precisaríamos de, pelo menos, 500 páginas para mostrar a história completa do Conservatório”, disse.

Mesmo que “concentrado”, o programador visual considera o resultado final como uma referência para “a nova geração”. “Ajuda as pessoas mais novas a conhecerem um pouco do Conservatório. Principalmente, porque mostra professores internacionais que acabaram vindo dar aula aqui”, mencionou.

A apresentação oficial do livro ficou a cargo do presidente da AACT (Associação dos Amigos do Conservatório de Tatuí), Cristiano Guimarães. Representando a diretoria, conselheiros, coordenadores, professores e funcionários da instituição, ele cumprimentou autoridades e fez discurso emocionado.

“Para mim, este será um dos momentos inesquecíveis da minha vida”, declarou.

Guimarães entrou no Conservatório de Tatuí como aluno de iniciação musical. Participou de vários recitais, orquestras, festivais e demais atividades. Em 1994, passou a atuar na Secretaria Pedagógica da instituição e continuou a participar de eventos. Desta vez, na organização e na produção.

Em discurso, ele destacou a transição da administração da escola de música – entre 2006 e 2008 –, por meio da AACT, e as ações nas áreas pedagógicas e artísticas. “Elas resultaram no crescimento dessa instituição”, disse.

O presidente da AACT declarou estar honrado por apresentar o livro e entregou o “primeiro exemplar” para o assessor artístico Erik Heimann Pais. Na sequência, Guimarães fez agradecimentos à Camerata de Violões do Conservatório de Tatuí, grupo musical que fez encerramento da Semana da Música.

Disponibilizado para os convidados especiais na noite do sábado, 22, o livro pode ser adquirido no próprio Conservatório. Instituições e escolas que desejem ter um exemplar – dos 5.000 produzidos – devem entrar em contato com o setor de comunicação, de segunda a sexta-feira. O telefone é o 3259-8464.

Passado e futuro

Além de referência como fonte de consulta, o livro “60 Anos do Conservatório de Tatuí” pode contribuir para a compreensão da música no contexto do país. Pelo menos é o que apontou o assessor pedagógico Antonio Ribeiro.

Conforme ele, o livro pode servir de base para entendimento de como a música se desenvolveu. “Daqui a 20, 30 anos, as pessoas da comunidade do Conservatório vão poder se servir desse livro para entender melhor o que aconteceu”, afirmou.

Ribeiro disse que o mesmo sentido de compreensão vale para a instituição. “Hoje, somos respeitados na cidade, no Estado de São Paulo e no Brasil. Digo isso com muita segurança. O Conservatório tem uma imagem excelente também no exterior, principalmente, aqui, na América Latina”, considerou.

Além de histórico, o livro é anunciado como um estímulo para funcionários. Ribeiro afirmou que, ao rever o passado, a equipe terá mais motivação para continuar trabalhando na expansão física e pedagógica da instituição. “Sempre almejando nada menos que a excelência”, argumentou o assessor.

Mudanças em infraestrutura – com adição de anexos e de novos prédios – e pedagógicas também constam em textos do livro comemorativo dos 60 anos do Conservatório. Ribeiro comentou que essas transformações acompanharam a velocidade da informação, de modo a impactar na formação dos alunos.

De modo a tornar o ensino mais dinâmico e a mantê-lo atualizado, a diretoria define os rumos do ensino a cada final de semestre letivo. “Sentamos com os professores e coordenadores para colhermos opiniões. Sempre em sintonia com a velocidade da informação”, declarou o assessor pedagógico.

Nesse sentido, os eventos internacionais realizados neste ano geraram “maior engajamento” dos estudantes. “Todas as atividades são pensadas e voltadas para eles. O Conservatório de Tatuí em 2014 foi uma verdadeira usina de eventos, aulas, concertos e apresentações de música e teatro”, disse Ribeiro.