Prefeitura deve R$ 62 milhões para mais de 500 fornecedores





Mais de 500 fornecedores estão “batendo à porta” da Prefeitura para receber por serviços prestados à administração anterior, divulgou o vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva. Conforme ele, o número de prestadores e empresas que venderam produtos ou realizaram trabalhos e que ainda não receberam pode ser superior ao já verificado.

Os dados constam em levantamento feito até a tarde de quinta-feira, 2, e divulgado na manhã do dia 3, em entrevista coletiva. Na ocasião, Luiz Paulo e a prefeita Maria José Vieira de Camargo fizeram um balanço dos 30 dias de administração. Entre os assuntos, falaram das dívidas herdadas.

O Executivo tem dívidas que incluem tanto atraso no pagamento de contas de água, luz e telefone, como em serviços de coleta de lixo, transporte e merenda escolar. Também há débitos com empresas que prestam serviços de pavimentação. O montante somente com empresas desses setores chega a R$ 13,7 milhões.

Ao todo, a equipe da prefeita estima que os débitos deixados pela administração anterior sejam de R$ 62 milhões, dos quais R$ 42 milhões em dívidas vencidas. “Temos vários débitos que precisam de acerto”, comentou a prefeita.

Na Educação, a Prefeitura está em atraso com R$ 4,4 milhões, sendo R$ 1,3 milhão em débitos com a Nutriplus Alimentação, responsável pelo preparo e fornecimento da merenda escolar, e R$ 3,1 milhões com a Empresa de Ônibus Rosa, contratada para transportar alunos de Tatuí a universidades da região.

O Executivo tem, ainda, mais de R$ 5 milhões em aberto com as duas empresas que realizaram coleta de lixo doméstico entre os anos de 2013 e 2016.

O montante soma dívidas contraídas com a Proposta Engenharia Ambiental (cujo contrato foi rescindido no início de 2016, mas retomado em janeiro deste ano) e com a Proactiva Meio Ambiente.

As contas de água, luz e telefone atingem mais de R$ 1,5 milhão em atraso, sendo R$ 427 mil com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), R$ 463 mil com a Elektro e R$ 677 mil com a Vivo.

Os atrasos também incluem compras junto a empresas de pavimentação asfáltica (R$ 1,7 milhão), de terraplanagem (R$ 315 mil) e construção civil (R$ 1,1 milhão). “Essas são apenas algumas das dívidas que encontramos na Prefeitura, mas que geram cobranças diárias”, disse a prefeita.

Conforme antecipado a O Progresso, Maria José reforçou que a administração está iniciando conversas com os credores. O objetivo é fazer com que a atual administração tenha condições de poder “retomar a confiança”, de forma a ter subsídios e condições para atender às demandas da população.

“Estamos conversando com todos os credores, explicando a situação real do município e buscando um parcelamento. Temos que tentar, mesmo porque, temos muito trabalho daqui para frente”, acrescentou o vice-prefeito.

Luiz Paulo apelou para o “bom-senso” dos fornecedores, ressaltando que o município está em “situação de emergência”. “Vivemos em estado de calamidade. Precisamos arrumar a cidade, e esse é o nosso objetivo. Na sequência a tudo isso, vamos, sim, começar a parcelar dívidas anteriores”, afiançou.

Por ser uma estimativa, Luiz Paulo disse que os débitos do Executivo podem ser superiores. O vice-prefeito citou que, além do desconforto com as cobranças, o impasse com os fornecedores pode “travar” a atual administração.

Fundamentalmente, porque algumas das empresas estão exigindo o pagamento total do débito anterior para voltarem a fazer negócios com o Executivo. Com isso, a Prefeitura pode enfrentar problemas para realizar, por exemplo, a operação tapa-buracos, prevista para começar após o período de chuvas.

Segundo Luiz Paulo, o Executivo tem “uma dívida muito grande” com as empresas que possuem contrato para recapeamento. “Só para se ter uma ideia, a que detém a ata para compra de emulsão do asfalto está cobrando R$ 1,5 milhão. Para que venda asfalto, ela está exigindo o pagamento”.

Para outra empresa, que presta serviços de tapa-buracos, a administração deve R$ 500 mil. O vice-prefeito informou que os responsáveis também condicionam o pagamento do débito para voltarem a fazer negócios com a municipalidade.

Na tentativa de diminuir as demandas, o Executivo deflagrou, no dia 2 de janeiro, um cronograma de ações voltadas à limpeza pública e conservação.

Desde a data, mantém varredeiras e equipes do Mangueirão para roçar o mato alto. A ação já aconteceu na vila Dr. Laurindo, Valinho e Juca Menezes.

“Vamos chegar aos demais bairros, mas, até lá, pedimos que quem puder ‘abrace Tatuí’ e contribua para deixarmos a cidade melhor”, concluiu o vice-prefeito.