PMR anuncia criação de minimuseu para preservar patrimônio histórico

Livro “Capítulo 129” inspirou a criação do memorial (imagem: reprodução)

A 3ª Companhia da Polícia Militar Rodoviária de Tatuí deve ganhar um minimuseu para preservar o patrimônio histórico. O projeto de salvaguarda foi anunciado durante a cerimônia solene em comemoração ao aniversário de 50 anos da base tatuiana, quinta-feira da semana passada, 8.

De acordo com o capitão Glauco César Costa de Oliveira, atual comandante da 3ª Companhia de Polícia Rodoviária de Tatuí, os materiais já estão sendo coletados e a inauguração do espaço deve ocorrer no início do próximo ano.

“Talvez no aniversário do policiamento rodoviário, no dia 10 de janeiro, a gente consiga inaugurar. Para isso, estamos pegando o acervo com os veteranos e temos um estudante de história para nos ajudar a catalogar tudo”, afirmou o capitão.

Conforme o coronel Luís Henrique Di Jacintho Santos, comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo, idealizador do projeto, o acervo é uma forma de preservar a memória e homenagear e valorizar os oficiais aposentados, “que há 50 anos começaram a construir a história da companhia tatuiana”.

“Chamei o capitão Glauco e falei: ‘Agora, a missão é sua, vamos fazer um minimuseu’. Eles abraçaram a ideia, começaram a pegar as fotos, juntar os equipamentos e reservar um espaço. Já está quase tudo encaminhado”, contou o coronel.

Conforme anunciado, o espaço deve ficar aberto à população durante todo o horário de expediente da base da PMR e contará com fotos, peças de fardamento, e outros itens e documentos que marcaram a história do cinquentenário da companhia e também da rodovia Castello Branco.

Os materiais a serem expostos são de arquivos pessoais cedidos por oficiais aposentados e familiares de militares já falecidos. Uma parte desse mesmo arquivo é encontrada no livro “Capítulo 129 – A História da Companhia da Polícia Militar Rodoviária de Tatuí”.

A obra, que começou a ser escrita há, aproximadamente, cinco anos, pelos militares veteranos segundo-tenente Antônio Alcebíades Paes e subtenente Arlindo Miguel, teria inspirado a criação e implantação do memorial histórico.

“Quando vi o trabalho de compilação que eles fizeram para escrever o livro, pensei: ‘Não podemos deixar esta história morrer. Temos que mostrar a pujança, o orgulho e a honra de cada um desses senhores que fizeram parte da história e valorizá-los eternizando esses momentos em um memorial’”, afirmou Santos.

O coronel ressaltou que, “de forma inédita”, a base de Tatuí será a primeira sede de companhia a ter um acervo histórico.

“Somente o CPRv (Comando de Policiamento Rodoviário) de São Paulo tem um acervo. E lá, o memorial é dedicado ao ‘Vigilante Rodoviário’ (ator e coronel residente Carlos Miranda), com material doado pelo próprio ator”, comentou.

Para Paes, um dos autores do livro que resgata a história da companhia, é importante que a população conheça e valorize o passado. Ele pede que, quem tiver material de lembranças, procure-o para doar ao memorial.

“Nosso interesse é deixar registrado aquilo que vivenciamos no nosso tempo de vida lá. Nada mais justo do que registrar. Daqui a pouco, vamos embora e perder todo este arquivo que a gente tem na mente”, comentou Paes.

O militar da reserva também é um dos organizadores e pesquisadores que estão trabalhando na implantação do museu e adiantou que, com os materiais recebidos, pode haver uma segunda edição, como continuação do “Capítulo 129”.

“Já estamos recebendo as fotos e uma grande quantidade de itens para formar a sala-memorial. Com o material que ainda esperamos receber, pode ser que surja uma segunda edição”, reforçou o tenente.

O militar contou que a ideia de escrever a primeira edição do livro surgiu em um dos encontros anuais de militares aposentados.

“Ali, um mostrava foto, outro falava uma lembrança, e, então, a gente decidiu fazer uma história. Fomos juntando os relatos dos aposentados e escrevendo. Acredito que conseguimos contar uma grande parte da história, mas ainda temos muito a descobrir”, comentou.

Segundo Paes, mil exemplares da obra foram impressos e estão sendo vendidos pelos próprios autores, por R$ 25.

Quem quiser adquirir o livro pode entrar em contato com o coronel Paes, pelo telefone (15) 3251-5032, ou buscá-lo na rua João de Almeida Moraes, 140, vila Santa Helena.

Em Sorocaba, os livros estão à venda com o subtenente Arlindo Miguel, e podem ser encomendados pelo (15) 99706-1266.