Paulo Vagalume é homenageado por bloco em desfile de Carnaval





O Bloco do Vagalume desfilou pelas ruas do bairro 400 na tarde do sábado de Carnaval, 6. Ao som da bateria da escola de samba Unidos da Vila, chamou o povo para a folia com o grito “Ê, é Vagalume!”.

Foi o primeiro Carnaval depois do falecimento do fundador, Paulo Vagalume. O tradicional minuto de silêncio foi substituído por um minuto de barulho, sugerido pelas filhas, ao estilo da família Vagalume.

“Existe tristeza do pensamento, mas a certeza de que ele está bem. Meu pai nos deixou um legado de honestidade e alegria, viemos ao mundo para ser feliz”, declarou Rita Vagalume.

Além da bateria sob o comando do mestre Waguinho Barros, o bloco contou com a presença da carnavalesca Cláudia Rebouças.

“Conheço o bloco desde o começo, estou em Tatuí desde 1978, e quem me deu às chaves da cidade foi o Paulo Vagalume. Ele e a sua esposa Benê me hospedavam na casa deles, são a minha família.”, comentou Cláudia.

“Tudo que conquistei no Carnaval foi graças ao acolhimento do Paulo e da Benê Vagalume. Nos Carnavais que ganhei meus títulos, os meninos do bloco carregavam as minhas fantasias, minhas armações, faziam questão de me ajudar. Era uma época maravilhosa”, acrescentou Cláudia.

A carnavalesca sofreu um acidente há um ano e, depois de passar por cinco cirurgias, comemora por não ter perdido a habilidade de sambar.

“Você me viu sambando? Me fotografou sambando? O Carnaval é uma celebração da vida, da alegria. É mais que uma festa folclórica, é um agradecimento a Deus pela minha felicidade”, relatou.

O grupo se concentrou na praça Paulo Setubal (do “Barão”) e seguiu pela rua Maneco Pereira até a rua do Cruzeiro, que estava fechada para a comemoração.

“Nasci e cresci aqui no 400, e é aqui que me sinto feliz”, contou Benê Vagalume, fundadora e porta-bandeira do bloco.

“O bloco é a nossa família, e somos muito unidos. A alegria é nossa característica, e nos orgulhamos disso. Mas, também, me orgulho por ser uma família de educadores. Se engana quem pensa que somos só festa: minhas filhas são formadas pela USP, especialistas em educação especial; tem enfermeira, dentista aqui”, contou Benê, professora por mais de 32 anos.

Os mais novos também participaram da folia: netos e bisnetos desfilaram junto com a família. “Meu avô disse ‘que seja de geração em geração’. Alegria dele era saber que os netos e bisnetos continuam o Carnaval. Minha maior alegria foi ter proporcionado a ele o orgulho de me ver como rainha do Carnaval, e vou continuar com a tradição. Sou dentista por paixão, mas amo o samba”, comentou Daiane Vagalume.

A falta de patrocínio para as camisetas não tirou o brilho do bloco. Ao contrário, foi transformada em homenagem: os foliões participaram da folia com as camisetas dos anos anteriores.

Uma foto do “capitão” Paulo Vagalume abriu o desfile, e o bloco marcou presença em mais um ano do Carnaval de Tatuí.