Padilha anuncia aumento de 20% no repasse como ajuda à s cidades





Rafael Segato

Alexandre Padilha disse em tatuí que Dilma Rousseff vai decidir sobre tempo dele a frente de ministério

 

Os municípios que mantêm o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) terão aumento de 20% no repasse dos recursos para custeio das unidades. O anúncio foi feito em Tatuí na quinta-feira, 5, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no evento de comemoração aos dez anos do Samu no país.

Em entrevista coletiva, o titular da pasta federal disse que o governo “resolveu aumentar o repasse” para ajudar os municípios que não recebem apoio dos governos. “Em alguns Estados, o governo também ajuda; em outros, apenas o ministério e as prefeituras”, afirmou Padilha.

Segundo ele, o governo está reajustando em 20% os recursos adicionais para custeio das unidades. A medida visa “manter as equipes do Samu em funcionamento e aumentar a qualidade e o tempo de resposta nos municípios”.

Questionado sobre a situação dos municípios no Estado de São Paulo, Padilha afirmou que o governo atual não contribuiu com o convênio de manutenção do serviço.

De acordo com ele, os custos são divididos entre o ministério e as prefeituras. “Inclusive, esse é um dos motivos pelos quais decidimos colocar mais recursos para ajudar no custeio das cidades”, comentou.

Padilha afirmou que a intenção do governo federal é dar condições para que as prefeituras possam pagar médicos e comprar produtos e medicamentos específicos. Também há os custos com manutenção das viaturas.

Ainda na coletiva, o ministro respondeu a questões de âmbito nacional. Afirmou que a decisão da saída dele do ministério – para a candidatura ao governo de São Paulo em 2014 – caberá à presidente da República, Dilma Rousseff.

O ministro não confirmou se deixará o comando da pasta federal no mês que vem. O prazo de desincompatibilização termina no dia 31 de março.

Entretanto, conforme a imprensa nacional, a presidente teria “manifestado desejo” de modificar os ministérios, por meio de reforma, no primeiro mês do ano.

“A presidente é que decide quando eu vou sair. Até o último dia que ela decidir que eu fique no Ministério da Saúde, vou me dedicar”, respondeu.

Padilha citou, como exemplo da meta de trabalho dele, a conclusão de mais uma etapa do programa “Mais Médicos”. Até o fim deste mês, o ministro afirmou que o governo federal atenderá com médicos “todas as cidades do semiárido do Nordeste e todas as do Vale do Jequitinhonha e do Vale do Ribeira”.

De março em diante, o ministério programa enviar mais 13 mil médicos para cidades de todo o país. Tatuí deverá pleitear a vinda de profissionais estrangeiros.

Padilha respondeu, também, perguntas sobre críticas que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vem sofrendo por parte de membros do PSDB.

Dia 4, Cardozo confirmou a informação de que ele havia encaminhado à Polícia Federal documentos com denúncias de cartel e corrupção nos metrôs de São Paulo e Distrito Federal.

O ministro divulgou a informação em audiência pública conjunta das comissões de Constituição e Justiça, Segurança Pública e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados.

A PF recebeu as denúncias em novembro. No entanto, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) estava investigando denúncias de irregularidades desde o mês de agosto.

Em declarações à imprensa nacional, políticos do PSDB alegaram que a denúncia tinha cunho eleitoreiro. Padilha, no entanto, defendeu o ministro da Justiça.

Segundo ele, os paulistas merecem saber “onde foi parar o metrô e se houve ou não problema com relação ao serviço”.

Padilha alegou que Cardozo apenas “cumpriu com o papel de apurar a denúncia”, uma vez que o ministro da Justiça a havia recebido. “Ele teve uma atitude correta. É o mínimo que se espera de um ministro da Justiça”, sustentou.

O ministro também comentou sobre falhas no sistema de atendimento do Samu. No mês passado, a central de regulação de Itapetininga apresentou problema de comunicação. Os telefones do serviço 192 permaneceram mudos pelo período de 48 horas, obrigando o Corpo de Bombeiros a redirecionar os chamados.

Para evitar esses problemas, Padilha disse que as prefeituras poderão utilizar o aumento do repasse dos recursos adicionais para obras de melhoria do sistema de radiocomunicação e telefonia. O ministério também interfere, diretamente, quando os casos ocorrem com mais frequência e abrangência.

“Nas regiões onde isso acontece, nós já chegamos a convocar, por exemplo, as operadoras de telefonia para ajustarmos esse problema. É muito importante que o sistema de telefonia funcione bem para salvar vidas”.

Além do aumento dos repasses, o ministro disse que o governo federal vai melhorar a comunicação a partir da implantação de um “sistema moderno de informação”.

Por meio dele, será possível incluir dados de atendimento, de modo que haja maximização dos recursos e cobrança das empresas de telefonia por melhorias.

Conforme o ministro, o governo estima que os municípios que contam com o Samu possam iniciar os trabalhos de aperfeiçoamento “o mais breve possível”. Padilha informou que o governo federal já liberou o aumento de 20% nos repasses.

Disse, ainda, que o número de trotes no sistema continua alto. Conforme o ministro, três em cada dez ligações feitas ao 192 são pedidos falsos de atendimentos. “A gente precisa difundir cada vez mais para conscientização, porque a cada trote ao Samu uma vida deixa de ser salva”, concluiu.