Oficinas para a terceira idade são ministradas na Faesb toda quinta





Jheniffer Sodré

Homens e mulheres com idades acima de 50 anos participam  de oficinas ministradas dentro da Faesb

 

As inscrições para fazer parte da segunda turma da Faculdade Aberta à Melhor Idade (Faami) já estão abertas, e o início das atividades está marcado para o dia 10 de abril.

Para se inscrever, é necessário ter mais de 50 anos e preencher ficha disponível na secretaria da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara (Faesb).

As oficinas são gratuitas e acontecem às quintas-feiras, das 13h30 às 16h30, nas dependências da faculdade, que está localizada na rua 11 de Agosto, 2.900, no bairro Valinho. Esta segundA turma deve ter de 10 a 20 participantes, para que “o aproveitamento de todos seja melhor”.

Com duração de três semanas a seis meses, as oito oficinas criadas até o momento abordam assuntos como informática, canto, dança, memória, orientação postural, paisagismo, envelhecimento saudável e prevenção de quedas.

É importante lembrar que os alunos não são avaliados por meio de provas nem realizarão tarefas comuns ao ensino formal.

Durante as oficinas, também são abordados temas escolhidos pelos próprios participantes, a fim de que eles mesmos apresentem algo para a turma, desenvolvendo, assim, habilidades como a oratória.

A coordenadora acadêmica da Faesb, Vanessa Valença de Morais, conta que os participantes do primeiro grupo já solicitaram um momento de discussão sobre o Estatuto do Idoso. Esse tipo de atividade deve ser conduzido por um professor de direito da faculdade.

“É interessante que eles demandem temáticas para que a gente adeque nosso cronograma ao gosto deles. Também queremos fazer uma oficina de histórias para que cada aluno conte um pouco sobre suas experiências. Assim, eles criam vínculos e constroem laços afetivos entre si”, frisa a coordenadora.

A Faami faz parte do Núcleo de Pesquisa, Extensão e Apoio (Nupea) da Faesb e foi criada em outubro do ano passado, a partir de projeto da terapeuta ocupacional Alessandra Gomes dos Santos Albino.

Ela, que já trabalha com idosos há alguns anos, explica que o principal objetivo das oficinas é prevenir doenças cognitivas próprias dessa etapa da vida.

“Com a experiência que adquiri ao longo de anos trabalhando com pacientes idosos, percebi que quem desenvolve patologias como o Alzheimer nunca fez um trabalho preventivo. Por esse motivo, tive a ideia de desenvolver esse projeto, para ajudar no envelhecimento saudável das pessoas”, explica a terapeuta.

Alessandra reforça que a prevenção é um dos melhores caminhos para envelhecer com mais qualidade de vida. “Não sabemos se vamos desenvolver alguma doença ou não, então, vamos nos precaver”.

Além das oficinas ministradas pela terapeuta ocupacional, alguns professores da Faesb também serão voluntários da Faami.

“Nosso objetivo, ao apoiar um projeto como este, é ajudar que os idosos envelheçam com qualidade e tenham um momento e um espaço para se dedicarem a eles mesmos”, finaliza a coordenadora acadêmica da faculdade.

Primeira turma

O primeiro grupo da Faculdade Aberta à Melhor (Faami) Idade teve início em outubro de 2013 e conta com a participação de 15 pessoas, entre homens e mulheres. Atualmente, eles estão na terceira oficina, sobre artesanato, e já passaram pelas de memória e envelhecimento saudável.

Entre os integrantes da turma, quatro se deslocam de Boituva até Tatuí só para participar dos encontros da Faami. Este é o caso da aposentada Marlene Cerqueira Gonzaga, 64, e do casal Lucia Rosa Visciglia Minghini, 66, e Romeu Aires Minghini, 65.

Os três são vizinhos e nem pensam duas vezes antes de vir a Tatuí para se encontrarem com os demais colegas do grupo. “Isso é uma coisa que eu estava querendo fazer havia algum tempo. Já aprendi bastante, e sei que tenho muito a aprender ainda. Além de serem um alerta para a nossa idade, as oficinas nos dão dicas importantes sobre saúde e qualidade de vida”, relata Marlene.

Para Lucia, as atividades são importantes para fazer amizade e se socializar. “Falta esse tipo de coisa para pessoas da nossa idade, ainda mais numa faculdade, o que nos deixa ainda mais estimulados a participar”.

O professor de dança Antônio Carlos Pereira, 67, também é um dos alunos e até se ofereceu para conduzir uma das oficinas. Ele dá aula há dez anos e também quer ensinar para os colegas. “Eu estou aprendendo muito com as oficinas da Faami, e quero retribuir ensinando um pouco do que sei”.

Quem também deixou de ser aluna por uns dias para se tornar instrutora é a aposentada Walkyria Beltrane, 56. Ela é quem está ministrando a terceira oficina, sobre artesanato, ofício ao qual está envolvida há muitos anos. “Como gosto muito de artesanato e tenho experiência no assunto, resolvi me oferecer como voluntária”, afirmou.