O soldado do Brasil





“Uma raça, cujo espírito não defende seu solo e seu idioma, entrega à alma ao estrangeiro, antes de ser por ele absorvida”. (Rui Barbosa)

O soldado do Brasil
(Dia 25 de Agosto Dia do Soldado)

Ao olharmos a janela do tempo, veremos eclodir no dia 1o de setembro de 1939, a 2a Guerra Mundial, quando Hitler, ordenou a invasão da Polônia. O Brasil mantinha-se neutro, mas nossas costas marítimas passaram a ser visadas pelos submarinos alemães, que começaram a torpedear e afundar navios, ceifando vidas.

Foram esses acontecimentos há 71 anos, que nos levaram ao estado de guerra, exatamente no dia 22 de agosto de 1942 e a declaração de guerra em 30 de agosto de 1942.

Abria-se uma nova fase da nossa História, na qual a FEB está inserida. Na Itália, a FEB incorporou-se ao IV Corpo de Exército Americano, dando início as suas operações de combate, no princípio de setembro de 1944.

Lutou contra tropas experientes; a maioria delas transferidas do front russo; e em terreno montanhoso, com o ardor e patriotismo. Suportaram a inclemência do tempo, inclusive os rigores do inverno sobre os Apeninos.

Quando a guerra terminou, o expedicionário pensa no seu retorno. Poderá voltar com a consciência tranquila de quem cumpriu o dever, embora vencendo as maiores dificuldades. Fez patrulhas em que foi o mais hábil. Aprisionaram mais de vinte mil alemães. Não lhe faltou nem sequer a medalha de bravura que consagra os heróis.

Missão cumprida

Na comemoração do dia 25 de agosto, “Dia do Soldado”, gostaria de prestar as homenagens aos integrantes da FEB transcrevendo uma carta publicada pelo Serviço da FEB, denominada “A VOLTA”.

 

O mar, outra vez, pertencerá aos expedicionários. As ondas do mar tangem, agora, para o Brasil. Será um mar sem barcaças, esperamos. “As próprias barcaças, porém, se sublimaram com esse mar que tange para o Brasil, no cântico de volta”.

 

Pássaros imigratórios, de plumagem verde, que tornam com o sol às plagas de nascença. O sol derreterá a neve do “fox-hole” (toca da raposa), que ainda se acumula sobre as fotografias.

 

A volta dissolverá as lembranças do “fox-hole”, mas o “fox-hole” é uma coisa que ficará sempre por cima da memória insolúvel. A sua tristeza, amanhã, a sua câimbra nas pernas, a sua dor, o seu cansaço, os seus pés que incham de vez em quando, recordaram o “fox-hole”.

 

Mas a casa é grande e antiga, a família está reunida, há o quintal com alguns pés de laranjas e a calçada com algumas cadeiras de balanço.

 

Há os jornais que de vez em quando dirão, a propósito disto ou daquilo: – “Os Expedicionários; fez parte da FEB; foi ferido em Monte Castello; era do pelotão que entrou em Montese; montou guarda à Divisão que se rendeu”. As dores da ferida aberta em Soprassasso ou a cabeça zonza com os morteiros que caiam em Montese, recrudescerão. Mas há sempre um sorriso de confirmação para o que os jornais disserem.

 

Há os filhos que dirão “Meu pai foi um Expedicionário”, com orgulho, mas você escutará por cima de seu orgulho, com ar sério, prometendo que a aventura não se repetirá para o seu filho.

 

Neste domingo, “Dia do Soldado” as homenagens aos Pracinhas Tatuianos. Para não cair no esquecimento, gostaríamos de citá-los nominalmente: Evilásio Camargo, Antonio Moroni, João Rodrigues Arruda, Benedito Joaquim Plínio Martins Oliveira, Silvio Silvério de Lima, Francisco Mendes Costa, Bolívar Conceição, Paulo Lopes Rolim, Amador Vieira, Pedro Paes Oliveira Andrade, José Saturnino Assis, Antonio Rodrigues Costa, José Roque Soares, João Soares Oliveira, Francisco Matias Campos, Florindo Antunes, Benedito Mendes de Almeida e José Fernandes da Silva, que deram o seu sangue e a vida para que nós gozássemos de PAZ E LIBERDADE, nos dias de hoje.