O papel das vacinas

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa *

Sempre fomos adeptos da medicina preventiva; há mais de 40 anos trabalhamos nessa linha, e sempre indicamos vacinas como um dos meios de se evitar doenças infecciosas imunopreveníveis.

Fazemos isso há mais de 30 anos em nossa clínica privada de vacinação e também indicamos todas as vacinas disponíveis para aqueles pacientes que não podem pagá-las para fazerem no SUS.

Sempre indicamos e respeitamos o Programa Nacional de Vacinação (PNI), para serem feitas nas unidades básicas de saúde, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar do PNI não contemplar algumas novas vacinas (que só temos na rede privada), esse calendário brasileiro de vacinação é considerado um dos melhores e mais completos do mundo.

Ficamos extremamente preocupados quando vemos, frequentemente, nas mídias sociais, publicações de comentários (até de profissionais médicos) desaconselhando a aplicação de vacinas, com várias notícias, às vezes até bizarras, consideradas “fake news”.

Historicamente, nós só tivemos progressos no sentido de prevenção de doenças desde que se iniciaram os programas de vacinação e até presenciamos a erradicação histórica de várias doenças terríveis, como é o caso da varíola (“Bexiga Negra”), que dizimou milhares de pessoas no século passado.

É inadmissível que médicos formados em excelentes faculdades de medicina não aceitem ou não aprovem as vacinas existentes e que estão erradicando doenças graves e debilitantes, senão mortais, como é o caso da poliomielite (paralisia infantil), sarampo, rubéola (lembrando aqui, por exemplo, que a rubéola congênita já teve sua evidência no passado e levou a muitas mortes de RN e lactentes jovens), só para citarmos algumas delas.

Sempre defendemos (e incentivamos) também o aleitamento materno como uma das principais maneiras de se evitar as doenças infectocontagiosas, uma vez que, no leite materno, estão presentes diversos anticorpos contra inúmeras doenças, que as mães “passam” para o lactente, protegendo-os, principalmente através do colostro (o leite “amarelado” e “grosso” que se faz presente na amamentação da primeira semana de vida).

É importante deixarmos claro que as clínicas privadas de vacinação nunca foram e nunca serão concorrentes do esquema de vacinação de rotina realizada nas unidades básicas de saúde (UBS). Nós, enquanto clínica privada de vacinação, fazemos parte integrante do sistema de saúde e somos, inclusive, credenciados pelo SUS para cumprir um papel de serviço de saúde complementar ao sistema público.

A Alergoclin Cevac foi credenciada pela Secretaria Estadual da Saúde, pela Comissão Permanente de Coordenação de Atividades de Vacinação, em 24/02/1983, saindo publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) de SP em 05/03/1983 – portanto, há 37 anos.

Temos algumas vacinas que (ainda) não estão presentes na rotina do PNI, tais como as vacinas contra as meningites meningocócicas B e a A, C, W, Y. Portanto, com duas vacinas, protegemos contra cinco tipos de meningococos. Nas UBS, só existe a meningite meningocócica C. Sendo assim, a criança fica desprotegida de quatro tipos de meningococo, quais sejam, a A, B, W e Y.

Temos dois tipos de vacinas contra a pneumonia: a Pneumo 23 (contra 23 tipos de pneumococos) e a Prevenar 13 (contra 13 tipos de pneumococos), lembrando que o pneumococo também é causador das amigdalites, otites (infecção de ouvido) e meningites.

A Pneumo 23 está indicada para crianças depois dos dois anos de idade, principalmente aquelas que tiveram que retirar o baço, e também pode ser feita em idosos, juntamente com a vacina da gripe. Ela tem que ser repetida a cada cinco anos. A Prevenar 13 pode ser feita a partir de dois meses de idade e até qualquer idade de adultos.

Temos a vacina contra o herpes zoster (“cobreiro”), que pode ser feita em adultos a partir de 45 anos de idade, mesmo que o indivíduo já esteja com o quadro clínico da varicela zoster. É uma dose única, feita por via subcutânea.

Temos também a vacina tetravalente contra o HPV (papiloma vírus humano), a Gardasil, sendo composta por dois vírus que causam o câncer de colo de útero em mulher, e dois tipos de vírus que causam as verrugas genitais, em homens e mulheres, sendo recomendadas três doses pelo próprio laboratório e que podem ser feitas, a partir dos nove anos de idade, de preferência, antes do início da vida sexual ativa.

Outras vacinas anti-infecciosas do portifólio da clínica: Stamaril (febre amarela); Hexa (difteria, tétano, coqueluche acelular, hepatite B, Hemofilus influenza B, pólio inativada); tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola); quádrupla viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela); Twinrix (vacina contra hepatite A e B juntas); hepatite A, hepatite B, varicela (catapora), contra febre tifoide; rotavírus; gripe (anualmente); Rophilac (contra a sensibilização por Rh + em mães Rh —); e Refortrix (dTp acelular). E acreditamos que, em futuro próximo, teremos a vacina contra a Covid-19. Aguardemos! Vacinar é um ato de amor!

Fonte: arquivos próprios do autor e vacinador doutor Jorge Sidnei, que tem título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), membro da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e diretor clínico da Alergoclin Cevac.