A Noma do Brasil Ltda., fabricante de carretas para caminhões, localizada à margem da rodovia Antônio Romano Schincariol (SP-127), retomou a construção da fábrica em Tatuí e deve iniciar as atividades com a contratação de pelo menos 250 funcionários até o final do primeiro semestre de 2020.
As informações são do diretor da empresa, Paulo Shinta Shiozaki. Na sexta-feira da semana passada, 26 de abril, o diretor recebeu a prefeita Maria José Vieira de Camargo, o vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva e o ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo para mostrar as etapas da construção.
A O Progresso, Gonzaga revelou que a empresa paranaense está finalizando a primeira etapa, que é a construção civil. A próxima será a implantação dos equipamentos e, em seguida, a formatação para operação.
“Eles estão se propondo a finalizar as obras e iniciar, a partir do ano que vem, a construção das carretas e daquilo que produzem. A fábrica está ficando muito bonita, e posso dizer que os trabalhos já estão bem adiantados”, comentou
Conforme o ex-prefeito, o diretor da empresa explicou que, até o mês de setembro, toda a documentação estará pronta e que a retomada das obras permitirá que a Noma comece a produzir carrocerias.
Da assinatura do protocolo de intenções até o início das obras, a empresa percorreu várias etapas. A fabricante confirmou intenção de vir ao município em 14 de dezembro de 2011. Em pouco mais de um mês, dia 24 de janeiro de 2012, adquiriu o terreno.
O conselho do Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico e Social do Município de Tatuí, o Pró-Tatuí, reuniu-se pela primeira vez com os empresários em 29 de fevereiro de 2012. Na ocasião, os investidores apresentaram os primeiros projetos e tiveram a admissão no programa de incentivos, criado em 2007.
Ainda em 2012, a empresa obteve a licença prévia de instalação. O processo teve início em 24 de janeiro e terminou em 6 de março daquele ano. Em setembro de 2012, a empresa realizou a primeira limpeza do terreno e a terraplanagem.
De 4 de outubro de 2013 até 5 de agosto do ano passado, a empresa trabalhou para ter o projeto arquitetônico aprovado e obter o alvará que permitiu a construção. Em 13 de outubro de 2014, a empresa concluiu o projeto de prevenção de incêndio.
As obras tiveram início no dia 2 de fevereiro de 2015, envolvendo cerca de 300 profissionais, e a expectativa era de se iniciar as atividades em meados de 2017. Contudo, segundo o diretor da empresa, a crise econômica dos últimos anos atrasou o cronograma.
“A crise acertou a Noma em cheio, mas, em contrapartida, o mercado de caminhões – que há muito tempo estava parado – agora começou a reaquecer. Tanto que o governador de São Paulo, João Dória, acertou o ingresso da Scania em um plano de incentivo fiscal”, argumentou Gonzaga.
A Scania será a segunda companhia a ingressar no IncentivAuto, o novo programa de incentivo fiscal do governo de São Paulo para a indústria automotiva.
O anúncio do investimento na fábrica da Scania em São Bernardo do Campo será feito no dia 21 de maio, segundo informou o governador na quinta-feira, 2.
“Vendendo mais caminhão, a Noma vai vender o produto dela também, porque várias montadoras de carreta do Brasil já faliram. A Guerra SA foi uma que faliu e a Facchini entrou em concordata”, acrescentou o ex-prefeito.
O investimento da Noma local é de R$ 115 milhões na construção dos prédios e do parque tecnológico, que terão 23,5 mil metros quadrados de área construída. A planta contempla, ainda, área de convivência e restaurante para os funcionários.
Segundo Gonzaga, a previsão de contratação para a planta – atualizada em 2016 – se mantém. A fabricante de carretas espera contratar 250 funcionários para a produção. Em 2011, quando do início das negociações, os empresários estimaram contratação de 450 pessoas.
O número foi revisto em função do momento econômico, mas contempla, na maioria, mão de obra “originária da região”. Além disso, a empresa estima gerar pelo menos 600 empregos indiretos.
A planta local de implementos rodoviários abrigará linha de produção de plataformas para complementar a produção da planta de Maringá (PR). No ápice da produtividade, a empresa espera manter mil empregos diretos na cidade, como divulgado anteriormente.
“A empresa já contratou e tem muitos operários que já estão trabalhando na construção. São, em maioria, profissionais de Tatuí. Além disso, quando as operações da fábrica iniciarem, a empresa deve aumentar ainda mais as contrações”, ressaltou o ex-prefeito.
Além da contratação de profissionais, o Gonzaga acrescenta que a empresa pode trazer outras receitas para o município. “Ela também vai atrair mais impostos e aquecer a economia local”, apontou.
Conforme Gonzaga, o diretor da Noma ainda pretende negociar com unidades parceiras a instalação das prestadoras de serviço em sua área, em uma modalidade de condomínio.
“O complexo da Noma não é só a fábrica: dentro do terreno, há uma grande área que deverá ser explorada para abrigar futuros parceiros, o que também pode gerar mais emprego e renda para o município”, completou.
O ex-prefeito ainda ressalta que, durante a conversa, o diretor da Noma revelou estar “muito esperançoso” com a retomada da construção. “Já começaram a entrar pedidos de carretas na fábrica deles em Maringá, e o projeto deles é que as carretas vendidas no estado de São Paulo sejam fabricadas aqui em Tatuí”, enfatizou.
Para Gonzaga, a previsão é de retomada da economia do país, cujos reflexos já estão sendo sentidos pelo município. Ele destaca que, além da retomada da Noma, empresas como a Rontan e a Yazaki, “aos poucos, estão retomando a produção e contratação de mão de obra”.
“A Rontan, recentemente, teve deferido pela Justiça o pedido de recuperação judicial, o que propiciou a ela fazer mais negócios, aumentar a produção e, gradativamente, contratar, enquanto a Yazaki recontratou 50 funcionários nesta semana. São sinais de que vai haver uma retomada, embora lenta, mas ela está começando”, reforçou.