Natal 2017 terá bazar reeditado e doações

Voluntários do Fusstat farão bonecos com meias recebidas em doações (foto: AI Prefeitura / Fusstat)

A terceira fase de captação de recursos para a reforma da Santa Casa de Misericórdia, a adição de aulas de dança para alunas dos cursos de capacitação, os preparativos para uma reedição do tradicional Bazar de Natal e uma ação inédita de doação de brinquedos voltada a crianças carentes.

Iniciados neste segundo semestre do ano, os projetos do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí) têm como meta atender a diferentes necessidades e dar continuidade às ações sociais.

Os suportes principais, oferecidos gratuitamente, são os cursos de capacitação, cujas formaturas de alunos intensificaram-se neste mês, mas acontecem de maneira contínua no decorrer do ano.

“Nós estamos em uma se-quência e que se mantém por conta do prazo de conclusão das qualificações”, explicou a presidente da entidade, professora Sônia Maria Ribeiro da Silva.

Boa parte dos alunos frequenta aulas por, no mínimo, dois meses. Este é o tempo de capacitação dos cursos de panificação, como os de confecção de doces e bolos. Este último, por exemplo, tem duas turmas somente no centro de capacitação do Jardim Santa Rita de Cássia, um dos nove mantidos pelo Fusstat.

Neste ano, os espaços situados na periferia continuarão a oferecer aulas até o início de novembro. A presidente explicou que os cursos serão encerrados mais cedo, para que as equipes tenham tempo de se dedicar ao Bazar de Natal.

“Este é o primeiro bazar de fim de ano que minha equipe vai realizar. Então, vamos nos dedicar ao máximo, para que possamos atender às expectativas da população”, comentou.

Seguindo planejamento, Sônia pretende envolver alunos, voluntários e professores no trabalho preparatório. “A partir de novembro, os centros vão se dedicar exclusivamente ao bazar. Estamos preparando, com muito carinho, muitas novidades. Faremos um bazar bem diferente”, antecipou.

Em paralelo, a equipe do Fundo Social trabalha no projeto de ocupação do barracão da antiga estação ferroviária. O município obteve a cessão de ocupação do imóvel em 2015, por meio de autorização do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes), e pretende cedê-lo ao Fusstat.

A partir de 2016, o órgão começou a programar a reforma, para viabilizar a ocupação. A intenção era de revitalizar o prédio, de forma que ele pudesse abrigar a sede do Fundo Social e alguns dos cursos de panificação.

Entretanto, o projeto precisava ser aprovado por órgãos relacionados à preservação do patrimônio histórico e arquitetônico e dependia de recursos para sair do papel.

Em janeiro deste ano, ao assumir a presidência do Fusstat, Sônia divulgou a intenção de ocupar o imóvel. Neste mês, ela reforçou a pretensão de colocar em prática a proposta.

Para torná-la viável, a presidente disse que a equipe do Fundo Social precisou modificar os planos iniciais. O órgão reviu o projeto e decidiu não mais implantar divisórias, como estava previsto originalmente.

O custo para a colocação e o processo, que necessitaria de aprovação de órgãos competentes, inviabilizaram a proposta. “Ia ficar muito caro. Por isso, optamos por transformar o barracão num salão, mas sem divisórias”, descreveu.

Segundo ela, os ambientes podem ser divididos de formas menos onerosas ao município. A equipe poderá escolher entre biombos – no caso de separação dos espaços -, ou pela simples instalação de uma mesa, como marco divisor.

“Podemos moldar o espaço de acordo com os eventos que pretendemos fazer. Se for um grande, tiramos tudo; se for um menor, dividimos”, complementou.

A ocupação do prédio, no entanto, deve acontecer após a conclusão da reforma do projeto “Cozinha Solidária”. O espaço, situado na vila Esperança, será usado para capacitar pessoas a prepararem receitas diferenciadas.

Entre elas, o pão sem glúten. “Queremos oferecer aulas que possibilitem as pessoas a preparar um cardápio mais saudável”, informou a presidente.

O Fundo Social esperava terminar as obras no mês passado. Contudo, como a equipe concentrou esforços na captação de recursos para a reforma do prédio “Orlando Bolzan”, da Santa Casa, e deu sequência ao projeto “Abrace Tatuí”, estendeu o prazo. A nova previsão é de que seja entregue neste mês.

A “Cozinha Solidária” funcionará em imóvel perto do Pronto Atendimento “Enfermeiro Antonio Rodrigues”, na vila Esperança. A casa adaptada era utilizada, até 2012, para as atividades do projeto “Lições de Casa”, iniciativa que visava capacitar donas de casa para os trabalhos domésticos.

Para a implantação da cozinha, o Fundo Social reformou todos os ambientes. Dois cômodos do imóvel serão utilizados para capacitação de pessoas, focando atendimento no setor hoteleiro. “Precisamos preparar a nossa população para atender a uma demanda do mercado de trabalho, porque Tatuí está prestes a receber o novo Hotel Del Fiol e o Ibis”, pontuou Sônia.

Os planos do Fusstat, para este ano, continuam com a mobilização em prol da Santa Casa. Desde que a Prefeitura decretou intervenção do hospital, em maio, o órgão tem trabalhado para angariar fundos a serem revertidos na reforma dos quartos de um dos prédios que compõem o complexo hospitalar.

Neste mês, o grupo de trabalho começou a buscar colaboradores para levantar fundos para a reforma do terceiro e último piso do prédio, que atende a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

“Para mim, foi uma satisfação. Todas as pessoas estão querendo ajudar, e nós recebemos, inclusive, apoio da Faesb (Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara)”, contou Sônia.

A instituição de ensino propôs-se a ceder professores para capacitar os voluntários do Fundo Social, além de levantar recursos para a reforma de leitos. “Muitas pessoas estão querendo nos ajudar. Esse entrosamento com a população, essa solidariedade, é muito gratificante”, reforçou.

Em movimento

Para estimular ainda mais voluntários e alunos dos projetos, o Fundo Social acrescentou uma novidade: oferece aulas de dança aos frequentadores. A meta é proporcionar lazer e descontração, além de uma atividade extra, para quem ajuda a manter a estrutura da entidade em funcionamento e para quem a prestigia.

“Estamos levando alegria para as nossas escolas, e eu posso dizer que as aulas de dança já são muito concorridas. Todo mundo quer dançar”, destacou Sônia.

Até o momento, a dança é oferecida nos centros de capacitação da vila Esperança e da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) “Orlando Lisboa”. A expectativa da presidente é de expandir o modelo para os demais espaços, que funcionam em bairros da periferia.

São essas as localidades que o Fundo Social vai priorizar com trabalho inédito. A partir deste ano, o órgão programa entrega de brinquedos a crianças carentes. Os atendidos serão beneficiados com bonecos feitos artesanalmente e, partir de meias doadas à instituição e que estão sem uso.

Durante todo o ano, o Fusstat recebe peças de roupas que são entregues às famílias carentes ou atendidas pela Assistência Social, a pedido do Cras (Centro de Referência de Assistência Social).

Grande parte das roupas e calçados é revertida para a população. No entanto, alguns itens não são destinados, seja por conta de não estarem em bom estado de conservação, seja por não atenderem aos requisitos das famílias ou do serviço social.

Entre os materiais que não podem ser usados, em algumas situações, estão as meias. Sônia contou que uma parte delas chega ao Fundo com pequenos furos, ou não acompanha o par.

Para não descartá-las totalmente, uma vez que é possível fazer o reaproveitamento, a presidente pediu às conselheiras que pensassem em um projeto que permitisse destino mais adequado.

A equipe teve a ideia de utilizar as meias sem pares para confecção de bonecos e bonecas. Os brinquedos já começaram a ser produzidos e serão entregues às crianças a partir do mês que vem. O Fusstat quer iniciar a cessão no dia 12 de outubro, data na qual é celebrado o Dia das Crianças.

Para tanto, a entidade pede a colaboração da população na doação de plumante. Trata-se de uma fibra sintética utilizada no enchimento de bonecos. Este tipo de material está presente em almofadas e bichos de pelúcia.

Com a realização da Campanha do Agasalho, encerrada em agosto, o Fundo Social ficou com um estoque “bastante alto” de meias. A entidade também dispõe de agulhas e outros itens necessários para a fabricação dos brinquedos. Contudo, precisa da doação de plumantes para finalizá-los.

O Fundo Social dispõe de, aproximadamente, 3.000 meias, que já passaram por um trabalho de triagem para serem transformadas em brinquedos. Uma parte delas beneficiará crianças atendidas pelas creches municipais. “Vamos priorizar as áreas nas quais haja maior carência”, enfatizou a presidente.

Conforme ela, a “primeira leva” já está garantida pela entidade, por dispor de todos os materiais necessários nas confecções. Para a produção da segunda em diante, a equipe precisa dos plumantes.

As montagens dos bonecos estão a cargo de alunos, voluntários e professores dos centros de capacitação. “Esse projeto é, também, uma forma de unir quem nos apoia. Nossas voluntárias e professoras sempre se encontram nos centros, mas ficam a maior parte do tempo em sala de aula. Então, não deixa de ser uma forma de reuni-las”, comentou Sônia.

O Fusstat deve concluir, nos próximos dias, o levantamento dos bairros com maior número de crianças a serem beneficiadas até o fim do ano. As entregas, que começam em outubro, terminarão em dezembro, antes do Natal.

Quem não puder contribuir com o plumante pode doar o valor do material em dinheiro. A entrega deve ser feita na sede do Fundo Social, à praça Martinho Guedes, 12, no centro, de segunda a sexta-feira e em horário comercial.

A entidade também aceita doação de mão de obra. “A colaboração de todos é sempre muito bem-vinda”, citou a presidente. O telefone para contato é o 3305-3408.