Município registra o segundo caso de morte pelo vírus Influenza H1N1

Rosana Oliveira, coordenadora da Vigilância Epidemiológica (foto: Diléa Silva)

O município registrou mais um caso de morte pelo vírus Influenza H1N1. Uma mulher, de 41 anos, morreu na terça-feira, 17, vítima da gripe. Ela tinha doenças crônicas (diabetes e hipertensão) e estava hospitalizada em uma UTI (unidade de terapia intensiva), em Tatuí.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, enfermeira Rosana Oliveira, este é o oitavo caso da doença registrado na cidade, sendo o segundo óbito. Seis pacientes já estão recuperados.

O primeiro caso de morte foi de uma mulher de 66 anos, que faleceu em um hospital de Sorocaba. Os outros casos positivos da doença envolvem duas crianças (de três e seis anos); duas mulheres (70 e 46 anos); e dois homens (96 e 54 anos).

Rosana afirmou que a maioria dos casos registrados é de pacientes não vacinados e que as duas mortes são de pessoas consideradas, pelo Ministério da Saúde, como pertencentes a grupos de risco. “De oito casos positivos, somente um estava imunizado. A falta da vacina teve uma grande influência nestes casos”, destacou.

A campanha nacional de vacinação contra o vírus teve início no dia 23 de abril, com o objetivo de reduzir as complicações causadas pela doença em públicos prioritários, definido pelo Ministério da Saúde, como de “risco”.

Inicialmente, a imunização estava liberada até o dia 1º de junho para pessoas com 60 anos ou mais; portadores de doenças crônicas, como asma, diabetes e imunodeprimidos; crianças com idade a partir de seis meses e até cinco anos; profissionais de saúde; gestantes e puérperas (com até 45 dias após o parto).

Posteriormente, a campanha nacional foi prorrogada por mais duas semanas, estendida até o dia 15 de junho, com o objetivo de garantir que as pessoas ainda não imunizadas pudessem receber as doses.

Nesta extensão, foram acrescentados mais dois grupos: crianças de 5 a 9 anos e adultos de 50 a 59 anos. Desde então, devido ao baixo alcance da campanha, a Secretaria de Estado da Saúde definiu que, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde, as vacinas contra a gripe ficarão disponíveis nas unidades básicas de saúde até acabarem os estoques.

Do início da campanha nacional até a sexta-feira da semana passada, 13, data do último levantamento da Vigilância Epidemiológica, mais de 32 mil tatuianos haviam sido vacinados, abrangendo mais de 11 mil idosos; 5.000 crianças; cerca de 780 gestantes e 175 puérperas.

Considerando a meta de 90% dos grupos prioritários, ainda é preciso vacinar pelo menos dez mil pessoas. O alerta especial é para crianças e grávidas, que ainda apresentam cobertura vacinal de 67,5% e 64,42%, respectivamente.

A situação é equivalente em todo o país. Em nota, o Ministério da Saúde informa que conseguiu atingir a meta de vacinar 90% do público-alvo da campanha de vacinação contra a gripe, porém, que o grupo de gestantes e crianças – de seis meses a menores de cinco anos – continuava com cobertura vacinal contra a gripe de 77,8% e 76,5%.

Conforme a coordenadora, a baixa procura destes grupos se deve à falta de informação. Muitas pessoas ainda têm dúvidas em relação à eficácia da vacina contra o vírus Influenza – especialmente, se ela deixa as pessoas doentes.

Segundo ela, caso a pessoa que faz uso da vacina desenvolva sintomas típicos de uma doença do trato respiratório – como nariz entupido, tosse e dor de garganta, por exemplo -, isso não está relacionado com o imunizante, porque ele é elaborado com o vírus morto.

“Muitas vezes, a pessoa se vacina contra a gripe, mas já está com o vírus no corpo. Aí, coincide de a pessoa ficar doente e achar que é da vacina, mas, na realidade, não é”, acrescentou.

Ela ainda alerta que a vacina contra gripe é segura e a intervenção mais importante para evitar casos graves e mortes pela doença. A dose trivalente protege contra três cepas do vírus influenza.

Para 2018, a Organização Mundial da Saúde definiu a composição da vacina com duas cepas de Influenza A (H1N1 e H3N2) e uma linhagem de Influenza B.

As doses ainda estão disponíveis nas unidades de saúde, porém, com quantidade limitada. “Ainda temos as vacinas em algumas unidades, mas, quando o estoque acabar, não haverá reposição. Ela faz parte do período sazonal do Influenza, que é o inverno. Neste período, a gente recebe a vacina; passou este tempo, não vem mais”, alertou.

Rosana ressaltou que, depois da confirmação dos casos de morte pelo vírus Influenza, as pessoas começaram a procurar mais os postos em busca da imunização. Com isso, o fluxo de doses está sendo distribuído conforme a demanda.

Até às 12h de quarta-feira, 18, havia uma média de cem a 150 doses por unidade de saúde. “Tinha acabado no Dr. Laurindo e a gente remanejou de uma unidade para outra. Até então, todas as unidades estavam cobertas. Porém, com o aumento da procura, a gente orienta que a pessoa procure a unidade mais próxima. Tem que aproveitar enquanto tem a vacina nos postos”, reforçou.

Com exceção das UBSs dos bairros Americana e Enxovia, todos os postos de saúde do município estão aplicando a vacina, sempre de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 16h, exceto nas unidades Santa Cruz, Congonhal e Mirandas, que funcionam das 8h às 13h.

Para receber a dose, é necessário apresentar a carteira de vacinação ou um documento de identidade.

Gripe no Brasil

De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, na terça-feira, 17, 90,19% da população prioritária estavam imunizados contra a doença, o que representa 51,4 milhões de pessoas.

Os Estados com as taxas mais baixas de vacinação contra a gripe eram Roraima, com 67,1%; Rio de Janeiro, com 77,9%; e Acre, com 79,1%. Os que já atingiram a meta de vacinação eram: Goiás (106,7%), Ceará (104,3%), Amapá (100,3%), Distrito Federal (98,2%), Espírito Santo (97%), Pernambuco (96,3%), Tocantins (96,2%), Alagoas (94,7%), Minas Gerais (94,8%), Mato Grosso (94%), Maranhão (94,2%), Paraíba (93,3%), Rio Grande do Norte (92,9%), Sergipe (92,9%), Paraná (92,5%), Piauí (91,6%) e Mato Grosso do Sul (90,9%).

As regiões Centro-Oeste (99,45%) e Nordeste (94,71%) ainda eram as únicas que ultrapassaram a meta. Norte e Sudeste apresentavam a menor cobertura vacinal contra gripe (86,61%) e (86,9), respectivamente. Na Região Sul, a cobertura, até então, era de 88,6%.

O boletim aponta que, até 16 de julho, foram registrados 4.680 casos de Influenza em todo o país, com 839 óbitos. Do total, 2.813 casos e 567 óbitos foram por H1N1.

Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 991 casos e 140 óbitos. Além disso, houve 335 registros de Influenza B, com 46 óbitos, e outros 541 de Influenza A não subtipado, com 86 óbitos. Entre os Estados, os com mais eram São Paulo (1.702), Ceará (376), Paraná (432) e Goiás (378).