Mortes no trânsito caem 9%, diz Infosiga

As colisões vitimaram mais pessoas nos dois anos, com dez óbitos de janeiro a setembro deste ano e nove no mesmo período do ano passado (foto: Diléa Silva)

Tatuí registrou queda no número de óbitos no acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito no Estado de São Paulo (Infosiga).

Os dados de setembro foram anunciados pelo Movimento Paulista de Segurança no Trânsito e, segundo o Infosiga SP, houve diminuição no número de óbitos na análise do acumulado dos primeiros nove meses deste ano (21) em relação ao mesmo período de 2017 (23).

A redução é de 9,13%, o que representa duas vidas preservadas, apesar de identificado aumento de um caso em setembro, que, neste ano, teve três óbitos no trânsito. No mesmo mês de 2017, foram duas mortes.

De acordo com o diretor do Departamento de Mobilidade Urbana, Yustrich Azevedo Silva, a redução dos índices de acidentes com vítimas fatais deve-se ao trabalho do setor voltado à educação e à fiscalização no trânsito.

Silva afirma que há fiscalização intensa no trânsito dentro do município, além das campanhas de conscientização, que também estariam colaborando para a redução de acidentes.

Ainda segundo o diretor, houve aumento do efetivo para garantir maior segurança no trânsito, passando de seis para 15 agentes trabalhando nas ruas da cidade.

“Nossa briga diária no trânsito é evitar todos os tipos de acidentes, quer sejam sem vítimas, com vítimas leves ou graves, e mais ainda vítimas fatais – que por sinal, graças a Deus, estamos conseguindo diminuir”, ressaltou Silva.

Para o diretor, outras mudanças, como a implantação de “lombofaixas” e sinalização em locais de maior fluxo, também têm ajudado a reduzir os índices negativos.

“Na Pompeo Reali, hoje, nossa preocupação é menor. Depois da implantação as ‘lombofaixas’ lá, não houve nenhum tipo de acidente grave”, acentuou.

Silva ainda apontou que o departamento realiza fiscalização frequente em toda a extensão da rua 11 de Agosto e da Teófilo de Andrade Gama, que, segundo levantamento do setor, são apontadas como as áreas de maior índice de acidentes de trânsito no município, além da área central, próximo às escolas (municipais, particulares e estaduais).

“Quando o agente se mostra, as pessoas têm certo cuidado a mais. Elas não vão manusear o celular, vão usar cinto de segurança. Se houver uma colisão, a probabilidade de machucar gravemente será menor. Enfim, vão estar mais atentas às regras de segurança no trânsito e vão dirigir com mais cautela”, pontuou.

Os três óbitos ocorridos em setembro de 2018 foram de homens. A vítima mais jovem tinha um ano de idade e era passageira de um automóvel. Os demais acidentes vitimaram um motorista de caminhão de 52 anos e um passageiro de 41.

Todas as fatalidades do mês de setembro ocorreram na SP-141. Nos nove primeiros meses, as mortes contabilizam vítimas que se envolveram em ocorrências tanto no perímetro urbano – dentro do município – como nas rodovias, que estão fora da zona urbana, mas no limite territorial.

Conforme as estatísticas do sistema de informações, nos dois anos, morreram mais homens que mulheres vítimas do trânsito.

Das 23 pessoas que faleceram em 2017 em decorrência de acidentes envolvendo veículos leves, motocicletas, ônibus, caminhões e atropelamentos, três eram mulheres (13% dos óbitos). As outras 20 eram homens, o que corresponde a 87% do total de mortes no período.

As vítimas do ano passado pertenciam a dez faixas etárias, com predominância de óbitos nas pessoas com idades entre 35 e 39 anos. Nos nove primeiros meses de 2017, o Infosiga registrou cinco mortes de pessoas nessa faixa etária.

Os demais acidentes nos nove primeiros meses de 2017 vitimaram pessoas com idades entre 0 e 17 anos (três mortes), 18 e 24 anos (uma), 40 e 44 (quatro), 45 e 49 (quatro), 50 e 54 (um), 60 e 64 (dois) e 75 e 79 (um), 75 e 79 (um) e não identificado (um).

Neste ano, o percentual de homens mortos em acidentes de trânsito cresceu. Entre janeiro e setembro, 20 homens perderam a vida no trânsito, representando 95,2%. As mulheres responderam por 4,8%, com uma morte em 2018.

A maior incidência de óbitos aconteceu entre pessoas na faixa de 25 a 29 anos, com quatro falecimentos. O segundo maior índice pertence à faixa de 0 a 17, 18 a 24 anos e 35 a 39, com três óbitos cada.

Os demais óbitos contabilizados de janeiro a setembro deste ano ocorreram nos seguintes grupos etários: 40 a 40 (um), 45 a 49 (dois), 50 a 54 (dois), 55 a 59 (um), 65 a 69 (um) e não definido (um).

Ainda conforme o Infosiga, oito das 21 pessoas que perderam a vida neste ano envolveram-se em acidentes com motocicleta (38%). Cinco ocorrências vitimaram pedestres. Dois ocupavam caminhão, dois perderam a vida em ocorrência com bicicleta e quatro em acidentes envolvendo automóvel.

Dados levantados pelo DMU em 2017 mostram que os motociclistas participaram de 82% dos acidentes de trânsito (com vítimas e sem), ocorridos entre janeiro e setembro, no perímetro urbano.

Conforme o departamento, 57% dos acidentes aconteceram somente com o envolvimento das motocicletas e outros 25% tiveram a participação de carros e motos. Atualmente, pelo menos 22,5 mil motos e 55 mil veículos, entre carros, caminhões e ônibus, estão licenciados no município.

No ano passado, os acidentes com automóveis fizeram maior número de vítimas fatais. Foram 11 com carros. Outras cinco perderam a vida em acidentes com motocicleta, um com caminhão, uma de bicicleta e cinco estavam a pé.

As colisões vitimaram mais pessoas nos dois anos, com dez óbitos de janeiro a setembro deste ano e nove no mesmo período do ano passado. O número de mortes por choque (ocasião na qual um dos veículos ou objeto atingido não está em movimento) registrou dois casos em 2018 e um no ano passado.

Já os óbitos provocados por “outros tipos” de acidentes tiveram queda. Foram seis mortes por capotamento, tombamento e quedas em 2017 e duas em 2018.

Neste ano, uma pessoa morreu em acidente “não especificado”, aqueles nos quais não há o registro do tipo de ocorrência. No ano passado, dois óbitos foram incluídos nesta causa.

Silva destaca que a maior causa do aumento no índice de acidente é a imprudência do motorista. “Tomando como base estatísticas e pesquisas dos órgãos de trânsito, tanto federais quanto estaduais, nós verificamos que a maior porcentagem dos acidentes de trânsito é devida ao erro do condutor, imperícia, negligência e imprudência. Cerca de 90% a 92%”, reforçou.

Os números atuais são considerados dentro da normalidade para o fluxo de veículos, contudo, conforme o diretor antecipou, pode ser que haja aumento nos números de acidentes nos próximos meses.

A aproximação do período de férias e as datas festivas seriam as principais causas desta tendência. “As rodovias ficam mais movimentadas e a cidade também, com as compras e a movimentação do comércio. Além disso, tem as confraternizações, onde temos que pegar bastante na conscientização do motorista para que, se for beber, não dirija”, reforçou.

Os dados do Infosiga são atualizados mensalmente pela Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. As corporações encaminham informações do SioPM (Sistema de Informações Operacionais da PM), que reúne dados de acionamento de viaturas para atendimento.

Ainda segundo o Infosiga SP, no Estado de São Paulo, houve uma redução de 4,5% no número de acidente com vítimas fatais. Nos primeiros nove meses deste ano, foram registradas 4.039 mortes, enquanto no mesmo período de 2017 foram 4.229.

O acumulado do ano mostra redução de 190 óbitos. Já o mês de setembro teve aumento de 3,2% na comparação ao mesmo mês do ano passado.

Dos 489 óbitos ocorridos em setembro de 2018, 82% foram de homens, sendo que uma em cada quatro vítimas estava na faixa etária de 18 a 29 anos (24%). Em relação aos meios ocupados, 36% das vítimas eram motociclistas, 27%, pedestres e 24%, ocupantes de automóveis.

O Infosiga SP mostra, ainda, que 51% das fatalidades ocorreram em vias municipais. Já os períodos da noite e madrugada (53%) e finais de semana (46%) concentram os acidentes fatais. Mais da metade das vítimas (57%) eram os condutores dos veículos.