Moradora do bairro Bela Vista está com suspeita de febre chikungunya





Tatuí registrou, no início deste mês, a primeira suspeita de febre chikungunya do ano. A informação foi confirmada pela VE (Vigilância Epidemiológica).

A paciente é uma mulher de 49 anos, moradora do bairro Bela Vista. A localidade foi alvo de “bloqueio” pela equipe antidengue da cidade. Casas receberam a visita de agentes e a região, a aplicação do inseticida conhecido como “fumacê”.

A mulher possivelmente infectada pela doença afirmou às autoridades sanitárias não ter viajado nos dias anteriores à manifestação da doença, o que classifica a suspeita como autóctone.

Segundo a responsável pela VE, enfermeira Elis Diniz, a paciente está em tratamento sintomático. Ela deu entrada no Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”, onde recebeu atendimento médico.

“É apenas uma suspeita ainda, e o caso está sob análise no Instituto “Adolfo Lutz”, de Sorocaba. Nós calculamos que o exame fique pronto nos próximos dias, daí teremos certeza se é chikungunya ou não”, disse a enfermeira.

No ano passado, Tatuí registrou dois casos confirmados da febre chikungunya, um deles autóctone e outro, importado. O primeiro ocorreu em abril, em uma dona de casa de 62 anos, moradora do bairro CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) “Orlando Lisboa”. Ela visitara a cidade de Jaboatão dos Guararapes, no Estado de Pernambuco.

O segundo caso ocorreu em setembro, autóctone. Um garoto de 11 anos, morador da vila Dr. Laurindo, foi infectado com o vírus da chikungunya. Ele recebeu tratamento sintomático e a região onde mora foi visitada pela equipe de combate à dengue.

“O tratamento é igual ao da dengue, não tem remédios específicos. O que o médico indica é tratar os sintomas, fazer hidratação e repouso por mais de sete dias, para evitar a contaminação de outros locais”, informou.

Segundo Elis, a equipe antidengue segue o protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde. A notificação de casos de chikungunya, dengue e zika é obrigatória, tanto na rede pública de saúde quanto na particular.

O ano de 2016 teve também um caso descartado de chikungunya, em julho. A suspeita foi afastada após os resultados dos exames do “Adolfo Lutz”.

“Assim que chegam os casos, nós fazemos a notificação imediata para o pessoal de controle da dengue. Eles vão até o local, realizam averiguação e, independentemente do resultado, fazem o bloqueio”, explicou.

 

Dengue em queda

O início deste ano teve redução do número de casos suspeitos de dengue em comparação com o ano passado. Entre 1º de janeiro e 8 de fevereiro, foram contabilizadas 25 notificações. Em janeiro do ano passado, foram 47 casos, dos quais quatro tiveram confirmações.

Nos 12 meses do ano passado, o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) “Prof. Alexandre Vranjac” também apontou redução das confirmações de dengue, em comparação com 2015.

A queda superou os 78%. Segundo o órgão estadual responsável pela vigilância epidemiológica, foram registradas 121 infecções, contra 568 no ano anterior.

A quantidade de notificações de casos suspeitos de dengue também teve retração em 2016. Foram 505 suspeitas, contra 1.319 no ano anterior, uma redução de 61,7%.

O mês de abril foi o que teve maior número de casos confirmados. Ao todo, o CVE contabilizou 49 infecções por dengue na cidade. O mês também teve 136 notificações de ocorrências tidas como suspeitas, a maior quantidade de 2016.

A profissional da VE apontou o trabalho da equipe de controle da dengue como a maior responsável pela redução do número de casos da doença no ano passado. A maior consciência da população também ajudou com o controle da infestação do mosquito Aedes aegypti.

“Eles estão trabalhando firme nas visitações de casa em casa. Acho que a população também está mais atenta, inclusive pelo fato de a chikungunya ter sintomas mais fortes do que a dengue. O medo ajuda na prevenção”, afirmou.

Mesmo com a redução do número de casos de dengue, a enfermeira salientou que a população deve continuar atenta. Tantos os próprios quintais quanto locais públicos devem ser vistoriados para evitar o aparecimento de focos do mosquito.