Miguel Ângelo de Campos sai da região sem ‘embates sérios’





Promovido a major no dia 23 de agosto, Miguel Ângelo de Campos aguarda nomeação para atuar na nova função. Até então, ele respondia como subcomandante de Sorocaba, na função de major. A transferência dele, provavelmente para Barueri, marca a despedida não só de Tatuí, mas da região.

“Com minha promoção, estou sendo transferido para outra unidade e, por consequência, para outra sede de subgrupamento”, afirmou o oficial, que deixa a região sem “embates sérios”.

“Felizmente, não tive nenhum mais difícil. Tivemos, sim, alguns pequenos contratempos. Cabe-se ressaltar que foram contratempos visando à melhoria do serviço, que não tiveram nenhuma conotação pessoal”, declarou.

O major fez questão de frisar que assumiu “brigas” para defender os interesses da corporação. Também afirmou que o objetivo principal era continuar a manter a qualidade do serviço prestado para a comunidade.

“As pessoas com quem eu tive alguns episódios, hoje, são amigos pessoais. Então, quando houve necessidade, nós defendemos a corporação”.

Conforme Campos, é obrigação do comandante pleitear melhoras em prol da coletividade. Como exemplo, citou o engajamento dele em proposta rejeitada pela Câmara Municipal.

Os bombeiros haviam solicitado à Prefeitura a cobrança de uma taxa, no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), como forma de subsidiar novos investimentos no quartel.

“Essa foi uma situação, realmente, que me deixou bastante preocupado. Naquele momento, isso (a aprovação da cobrança no imposto) teria provocado um saneamento financeiro no quartel, mas, infelizmente, nós não conseguimos convencer os vereadores da importância daquela contribuição”.

Campos afirmou que a contribuição acabou sendo aprovada em cidades da região, como Porto Feliz e Boituva – que eram atendidas pelo quartel do município –, e que seria “praticamente irrisória”.

“O montante nos daria suporte para situações como a que estamos vivenciando nesse momento”, destacou.

O major explicou que a corporação está negociando com o Executivo a adaptação de um furgão (veículo apresentado na segunda-feira, 9, junto com o novo comandante do subgrupamento, capitão Alexandre Riquena Costa).

O Estado enviou o veículo que precisa ser adaptado pela Prefeitura. “Se tivéssemos esse recuso em mãos, seria praticamente só montar. Hoje, dependemos de o Executivo remanejar recursos para fazer frente à parceria”.

A expectativa é que Campos comande o 18o Grupamento de Bombeiros, que atua no eixo da entrada de São Paulo (Barueri). O major tatuiano permaneceu por dez anos no subgrupamento do município, estando há 15 na corporação.

Ele teve promoção publicada no DOE (“Diário Oficial”) do Estado após concluir curso de aperfeiçoamento. Para frequentá-lo, os oficiais precisam passar por seleção oficial, com provas oral e escrita. Também precisam frequentar aulas, em São Paulo, e produzir uma monografia.

O curso é dividido em duas partes, sendo quatro meses para as aulas presenciais e três para o trabalho monográfico. Campos ingressou no curso em agosto do ano passado, terminando as aulas em dezembro e entregando o trabalho em março.

Desde a nomeação, ele não responde mais pela região de Sorocaba. O oficial estava no comando do subgrupamento de Sorocaba, onde atuou por, perto de cinco anos. Em Tatuí, participou da inauguração do quartel do município, entregue em 11 de agosto de 1998.

Às vésperas da entrega do prédio, atuou numas das ocorrências mais marcantes do subgrupamento. “Houve uma megaocorrência na rodovia Castello Branco (SP-280). Naquela época, 14 veículos se acidentaram”, lembrou.

O engavetamento envolveu dez caminhões e resultou em 25 vítimas fatais. A equipe que viria a atuar oficialmente pelo município levou 24 horas para apagar as chamas, rebocar os restos dos veículos e poder liberar as pistas da rodovia.

“Essa acabou sendo uma das ações mais emblemáticas da região. O quartel de Tatuí teve, literalmente, um batismo de fogo. Mas, felizmente, graças ao empenho do nosso efetivo e do poder público, nós vencemos aquele episódio e conseguimos vencer todas as adversidades ao longo dos anos”, concluiu.