MEMÓRIA – Dr. Emílio Salum

O sol da manhã fez acordar os anjos adormecidos. Rompeu-se a agonia e a dor. Calou-se o eco de seu próprio ser. Morreu em silêncio realizado no coração de suas meditações. Suportou o combate, com esperança da vitória. Mas morreu, no silêncio consentido. Seus olhos começaram a ler muito além do cotidiano. Transformou-se em chama viva sólido no respeito e cercado de fortaleza.

Uma figura de vestes antigas caminhou para ele, rosto radiante, mãos perfumadas para acolhê-lo em Seus braços. Alcançou a Deus, sem tropeços, além do tempo, do espaço, do infinito. Chegou ao Santo Aposento, sem mostrar certificados de grandeza.

No laboratório enigmático da Fatalidade, sua vida foi se escoando. E ele foi, com seus enigmas, a um mundo especial, do qual só Deus tem a chave. Ficou a noite enorme e fria, entoando nosso desespero. Contra essa partida inesperada e dolorosa, falto desse amor sazonado, feito de duração e permanência, que a impiedade dos anos não consegue sepultar.

Cada pormenor nos lembra dele. Que nos amou e se comunica, conosco, no silêncio com Deus.

EMÍLIO: presença forte e constante. Mente grandiosa e cheia de grandeza. A você, cabem nossas saudades, a paz das coisas e a eternidade de sua vida. Na respeitosa recordação de seus méritos, nossas lágrimas conhecem o caminho da eternidade de nosso amor.

Leila Salum Menezes da Silva