Maria José avalia hipótese de realizar auditoria ‘nas contas’

 

Revisar os demonstrativos financeiros, registros, transações e operações realizadas pela administração anterior estão nos planos de Maria José Vieira de Camargo para 2017.

A O Progresso, a prefeita eleita antecipou que avalia a possibilidade de realizar auditorias nas contas do Executivo a partir da posse, que acontece em 1º de janeiro.

A finalidade seria assegurar a fidelidade dos registros e “proporcionar credibilidade às demonstrações financeiras”. A auditoria pode depender de documentos fiscais e contábeis que a equipe da nova administração possa vir a receber. Maria José cobrou, na Justiça, a entrega de relatórios e informações referentes às dívidas públicas.

Ela aguarda o recebimento dos documentos. Caso isso não ocorra, a prefeita eleita não descarta a hipótese de realizar um levantamento para verificação.

O processo pode ser feito pela própria equipe que acompanhará a empresária na tarefa de comandar o município, internamente, ou externamente.

“Pretendemos fazer as avaliações com a nossa equipe especializada”, disse. Entretanto, ela não descartou a contratação de uma empresa externa especializada na elaboração de levantamentos.

No entanto, a prefeita eleita afirmou que terá, pelo menos, dois “assuntos emergenciais”: a infraestrutura e a Saúde, logo no começo da administração.

“Uma das grandes preocupações do povo tatuiano e minha é a infraestrutura. A principal entrada de Tatuí está há nove meses no chão. E a alternativa, a segunda via, já se encontra com problemas. Podemos ficar até ilhados”, declarou.

A prefeita disse estar preocupada com a possibilidade de cair a ponte que liga a marginal do ribeirão do Manduca à rua Professora Maria Aparecida Santi.

O dispositivo de acesso teve um “afundamento” no fim de semana passado. Para prevenir eventuais problemas (a queda, por exemplo), a Defesa Civil recomendou a interdição de dois trechos.

Em atendimento à sugestão, a Prefeitura instalou tubos de concreto em dois pontos. Um, na entrada da avenida Vice-prefeito Pompeo Reali, na vila São Cristóvão, e outro, na passagem do contorno para a rua pela qual se vai à ponte.

A medida é considerada paliativa e, em princípio, pode proteger a estrutura da ponte, uma vez que permite a circulação de veículos menores e “menos pesados”. Os tubos impedem a passagem de caminhões e ônibus.

Para tentar minimizar o problema, a prefeita eleita declarou que vai cobrar empenho por parte da nova equipe administrativa no sentido de finalizar a ponte do Marapé.

O dispositivo caiu em março deste ano. Em julho, o Executivo iniciou a obra, anunciada em mais de R$ 800 mil, com recursos do governo do Estado e contrapartida dos cofres municipais.

“Os recursos para a ponte do Marapé já vieram. Então, nós vamos analisar a quantia que foi usada até o momento e ver o que se pode fazer”, citou.

Também a partir de janeiro, Maria José disse que vai trabalhar “fortemente pela Saúde”. Conforme a prefeita eleita, a área “precisa funcionar”.

Na entrevista, Maria José voltou a garantir que não faltarão remédios para a população. A empresária havia se comprometido, em campanha nas eleições municipais, em outubro, a atender à demanda dos pacientes.

A prefeita eleita também disse que as consultas “serão marcadas o mais rápido possível e os exames, realizados na medida da necessidade”.

“Esses são os maiores problemas”, disse ela, que deverá resolver, ainda no começo do ano, como vai atender à determinação da Justiça de devolver os funcionários municipais concursados, mas em desvio de função, aos cargos de origem.

Conforme a prefeita eleita, a questão precisará ser estudada e revista da melhor maneira possível. Em especial, por conta dos monitores de creches que ganharam, no mês de novembro, direito a cumprir seis horas de jornada de trabalho.

“Acho que a atitude do prefeito (José Manoel Correa Coelho) de dar as seis horas foi atabalhoada. Vamos sentar e rever. Agora, quanto aos funcionários que têm que voltar aos cargos, é uma ordem judicial que tem que ser cumprida”, argumentou.

No entendimento da prefeita eleita, a reorganização dos funcionários tende a atrapalhar os primeiros dias de governo. Entretanto, Maria José disse que está formando uma “ótima equipe”. “Ela vai, realmente, me acompanhar e verificar o que é melhor para o município”, comentou.

Prevendo dificuldades na questão financeira, a empresária começou a buscar recursos para o município antes mesmo da diplomação. “Nós vamos buscar verbas – aliás, já estávamos fazendo isso. Mas, as chances de termos um elo com São Paulo são reais. A ligação é o ex-prefeito (Luiz Gonzaga Vieira de Camargo), que pode nos ajudar neste sentido”, completou.

Gonzaga é o primeiro suplente do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). A expectativa é de que ele assuma a cadeira de deputado estadual em janeiro.