Manifestação folclórica do Amapá será exibida no teatro ‘P. Ferreira’





O Conservatório de Tatuí sedia oficina técnica e show de marabaixo neste mês. As atividades serão coordenadas por Dante Ozzetti, Patrícia Bastos e Paulinho Bastos – este último, integrante do grupo Banzeiro do Brilho de Fogo do Amapá. A direção e os arranjos são de Paulo Flores.

Associado às festividades de devoção a santos católicos, o marabaixo é uma manifestação que congrega dança, música e canto. Na atualidade, a festividade folclórica de origem africana está relacionada à identidade social do estado do Amapá.

No Conservatório de Tatuí, o marabaixo será tema de duas atividades: uma oficina técnica com intervenção musical e um show especial. A primeira acontece na segunda-feira, 30, às 14h; a segunda, na terça-feira, 31, a partir das 20h. A oficina será gratuita e acontecerá no Salão Villa-Lobos, à rua São Bento, 415, no centro.

O show contará com atuação dos alunos participantes da oficina. Ele terá ingressos vendidos a R$ 12 (R$ 6 meia entrada) e acontece no teatro “Procópio Ferreira”, no mesmo endereço. Os artistas participarão de ambas as atividades.

No show, serão apresentadas, entre outras, obras, como: “Mei Mei” (Val Milhomem e J. Gomes), “Demônio de Batom” (Dante Ozzetti e J. Gomes), “Jeito Tucuju” (Val Milhomem e J. Gomes) e “Último Chá” (Paulinho Bastos).

O marabaixo é uma festividade folclórica que consiste em homenagear o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade por meio de missas, novenas, ladainhas (parte sagrada dos festejos) e danças de roda (parte profana dos festejos). Elas são puxada pela batida de tambores chamados de “caixas de marabaixo”.

Em Tatuí, a ação será liderada por Paulinho Bastos, integrante do grupo Banzeiro do Brilho-de-Fogo, o qual visa a incentivar a eternidade dos costumes amapaenses.

O grupo realiza capacitações, seguidas de ensaios que culminam com um grande cortejo pelas ruas. O projeto Banzeiro iniciou em 2014, com oficinas no quilombo do Curiaú, e itinerantes, orientadas por instrutores com conhecimento musical.

Também foram oferecidas oficinas de confecção de tambores e produção de adereços, abertos para a população. A iniciativa é coordenada pelos músicos Adelson Preto, Paulinho Bastos e Alan Gomes.

Com aceitação da população e adesão de músicos e outros artistas, o Banzeiro é reconhecido como a primeira orquestra de percussão do Amapá formada por pessoas de todas as faixas etárias, que através da música e arte, aprendem a importância da valorização das tradições regionais, impressas em canções e dança.

“Tiramos o marabaixo e batuque dos barracões e levamos para outros espaços públicos, onde os alunos aprenderam a tirar o som das caixas, e se arrumar com flores, chapéus de palha, saia rodada e outros adereços da nossa cultura”, disse Bastos em nota de divulgação do trabalho enviada à imprensa.

Já a participação de Dante Ozzetti, cantor e compositor reconhecido nacionalmente, no trabalho, deve-se ao mais novo disco do artista. O trabalho é denominado “Amazônia Órbita” e está em processo de finalização para ser lançado em agosto. O disco faz uma abordagem delicada de dez ritmos locais raros, muitos, completamente desconhecidos em outras regiões.

Dante jamais havia pisado na região norte do país antes de ter contato com cantora amapaense Patrícia Bastos. Acabou colaborando, em parceria com Joãozinho Gomes, com a canção “Demônio de Batom”, em ritmo de marabaixo (tradicional de Macapá), para o disco “Eu Sou Caboca”, que Patrícia lançou em 2010.

As viagens de Dante ao Amapá começaram a ficar frequentes, e “uma apropriação de linguagens começou a se dar de forma natural”, cita-se em nota. Em Tatuí, parte desse processo será apresentada aos alunos da oficina e ao público do show.

A apresentação contará também com participação da cantora amazonense. Patrícia venceu, com o álbum “Zulusa”, o 25o Prêmio da Música Brasileira. No evento, ela faturou os prêmios de melhor disco regional e de cantora regional.