Maioria afirma que medida alternativa não ajuda infrator





A maioria dos leitores do jornal O Progresso acredita que penas e medidas alternativas não ajudam infratores a não cometerem reincidências. A resposta foi apontada por 74% das pessoas que votaram em enquete. Por sua vez, 26% discordaram, acreditando que as medidas alternativas são importantes.

O questionamento ficou no site www.oprogressodetatui.com.br, de sábado, 5, até a tarde de sexta-feira, 11. A questão foi baseada em reportagem publicada na edição de domingo passado, 6.

A CPMA (Central de Penas e Medidas Alternativas) de Tatuí, órgão da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, já atendeu 1.152 infratores desde 2010.

A assistente social Kelly Bárbara Moreira Gonçalves acredita que o programa é fundamental para a não reincidência de crimes e para reintegrar socialmente os infratores.

“Não consigo enxergar pontos negativos, porque ajuda as entidades, o próprio prestador aprende. Antigamente, as pessoas que cometiam delitos de menor potencial iam presas com criminosos mais violentos. Então, era uma oportunidade para elas entrarem nesse mundo”, afirmou Kelly.

Infratores que cometem crimes de menor potencial são enviados pelo Judiciário à CPMA, para prestarem serviço às entidades de Tatuí.

Segundo Célia Holtz, segunda-secretária da diretoria do Lar São Vicente, a iniciativa é muito importante para infratores e entidades, as quais necessitam de voluntários.

O juiz de direito Marcelo Nalesso Salmaso, que teve a iniciativa de trazer a CPMA para Tatuí, disse que o Brasil é um dos países com a maior população carcerária do mundo, o que, segundo ele, mostra que o sistema punitivo não traz as respostas que a sociedade espera.

“Hoje, nós temos dados estatísticos que demonstram que o índice de reincidência no cárcere gira em torno de 70% a 80%”, afirmou. Kelly argumentou que a reincidência por pessoas que prestam serviços à comunidade é de, aproximadamente, 5,5%.

Nesta semana, a enquete abordará o tema “pichação”. De acordo com o comandante da GCM (Guarda Civil Municipal), Adriano Henrique Moreira, a média de pessoas flagradas cometendo esse crime cresceu muito em comparação ao ano passado (reportagem nesta edição).

A fim de evitar esse tipo de crime, a Prefeitura, em parceria com a GCM, está estudando a possibilidade de iniciar projeto, nas escolas, que visa à conscientização dos alunos, de que o ato é contra a lei e eles terão de pagar pela infração, caso a cometam.

“A gente pode estender as palestras para esses assuntos. Porém, estamos em fase de estudo. Temos de correr atrás de material, formar pessoas, para podermos ir às escolas”, ressaltou Moreira.

De acordo com o comandante, essa alternativa é interessante, porque os “adolescentes são as pessoas que mais são pegas pichando muros da cidade”.

Por conta disso, O Progresso questiona: “O crescente volume de pichações na cidade poderia ser minimizado com mais o quê?” As respostas são: “campanhas educativas nas escolas” e “mais espaços públicos e liberados para grafite”.

A votação tem início na tarde deste sábado, 12, e será encerrada na próxima sexta-feira, 8. O resultado será divulgado no domingo, 20.